sexta-feira, 12 de julho de 2024

Um ser interior


Põe de lado toda imaginação, e permanece impassível naquilo que és.
Kabir

Essa busca pelas vertentes lá de fora insiste alimentar o êxodo a todo tempo, no entanto. Aventureiros do destino, mergulhamos o vazio das ausências e tangemos rebanhos pelas encostas do Infinito. Assim se faz o quanto denominamos habitar o solo fértil da ilusão. Personagens de lendas fantasiosas, preenchemos o vazio durante existências inteiras, a mudar só as vestes das cenas sucessivas...

Nisto, tanto existir a confusão dos papeis e os deixarmos degustar o próximo capítulo; pouco ou nenhum motivo sustentamos face ao desconhecimento do que virá logo em seguida. Disso, os dias pestanejam jeitos diferentes de encarar as horas, quais senhores de mundos imaginários envoltos nas sombras.

Num mesmo barco vivem todas as razões de estar aqui, procedimentos constantes das muitas histórias individuais, nas ondas deste mar imenso onde sustentamos palavras e sentimentos. Tanto encenamos a nós mesmos quanto aos outros, que também observam atentamente o balanço das águas. Fico a escolher das profecias os próximos passos, e aceito o silêncio das respostas. Apenas visões turvas daquilo visto ao longe entre nuvens desfeitas nos céus. Daí os lampejos de novas qualidades dentro das criaturas. Razões persistem nos largos horizontes à frente.

Na caligrafia do mistério ali temos nosso espaço também a desfazer-se em meio aos segredos guardados debaixo de sete capas na própria consciência. Emadurece à luz do firmamento. Fenômenos. Suores. Vozes às vezes nos encantam e dormimos sob histórias inigualáveis. Há sempre depois em tudo, que preenche o espaço entre dores e alegrias onde vivemos de olhos acesos na esperança da Paz.

Bom, daqui começo a procurar este sujeito da História em meus próprios escombros. Reúno pedaços de memórias, filosofias, religiões, a somar a vastidão dos abismos, na paisagem distante em que tanto sonho às portas dos momentos de agora.

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