Hoje, passadas que foram tantas fisionomias, vemo-nos a braços com outro tempo histórico, agora regido pelos meios eletrônicos imediatos de comunicação. Atrás de tudo quanto vem a público existem os interesses em jogo, desde valores íntimos, ligados à autoafirmação de seus autores, a pretensões de poder. São leilões a olhos vistos. Ânsias de sobrevivência. Transformações pessoais de curto prazo. Disposições frias de domínio dos grupos sociais. Etc.
Quase espetáculo dos desaparecimentos sucessivos, a multidão
entontecida apenas aguarda os finais de noite a fim de sumir de si própria, num
efeito de manada qual jamais.
Fossemos considerar a velocidade dos ventos e dar-nos-íamos
à margem do passado inexistente a muitos. Houve tempos outros, quando espécie
de movimento regia mudanças favoráveis na História. Gerações do pós-Grande
Guerra imaginavam atravessar os limites das fragilidades, que os humanos,
enfim, criariam juízo, abandonando o desvario. Os exércitos regressavam trôpegos,
porém cientes de haver ultrapassado os extremos da fragilidade, chegando a bom
lugar.
Agora, no entanto, resta a grande transformação do ser
consigo mesmo. Face aos desencantos materiais, vivemos o momento da
consciência, hora de nascer da novo de dentro de si, que o que viria lá de fora
não existe mais. Sementes doutra revelação bem maturada nas hostes dos desencantos,
sustenta-se o prumo de considerar o mistério da alma e abraçar outros destinos.
Isto perante a experiência do que ficou e ora guardamos a lição.
De nada importa o senso exclusivo das vaidades. Significamos
a raiz da transformação do que trazemos conosco, um a um, no coração. Resumo
definitivo dos desenganos, cuidamos da evolução de olhos claros, ao sabor das contingências
acumuladas. Por fim, vem à tona a realidade e o sentido pleno da Civilização. As
ficções pessoais porão um término ao mero desespero, senhores que somos da
verdade de que somos portadores. Tempo de síntese e revelação este dagora.
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