Há um período da história do Egito de que pouco se tem notícias, o Antigo Império (de 3200 a 2300 a.C.), época da construção dos maiores monumentos da civilização, a Esfinge de Gizé e as pirâmides de Quéfren, Quéops e Miquerinos.
Desse tempo remoto, há menção na Odisséia,
do poeta grego Homero, a um personagem, Édipo, filho de Laio e
Jocasta, reis de Tebas, cuja legenda ora contaremos.
Antes do seu nascimento, o
oráculo de Delfos vaticinou que Édipo, ao chegar na idade adulta, mataria o pai
e se casaria com a própria mãe.
Em vista disso, quando o filho
nasceu, Laio ordenou que lhe amarrassem os tornozelos e o deixassem abandonado
em uma distante floresta, ao relento, entregue à sanha dos animais selvagens.
Entretanto, achado por um pastor,
chegou na corte do rei Políbio, de Corinto, onde mereceu acolhimento e as
graças da melhor educação.
Na adolescência, Édipo soube da
profecia do oráculo quanto ao que o destino lhe reservava e quis preservar os
pais, abandonando o palácio de Corinto.
A caminho desse desterro
voluntário, deparou-se com um ancião que viajava na companhia de vassalos e com
ele se desentendeu, chegando a matá-lo sem saber que matava seu pai, Rei Laio.
Seguiu a viagem e alcançou Tebas,
onde o reinado atravessava desolação incontrolável, pois, nas portas da cidade,
instalara-se esfinge feroz a propor um enigma à população e devorar quem não o
decifrasse.
Jocasta, a rainha viúva,
prometera casar com quem libertasse o povo daquele mostro cruel. Ao aproximar-se
e interrogado pela esfinge, Édipo desvendou-lhe o enigma, em seguida casando-se
com a rainha e consumando a profecia do oráculo. Conta Homero que desse
matrimônio nasceram Etéocles, Policine, Antígona e Ismene.
Algum tempo passado e terrível
peste assolou todo o reinado de Tebas. Na ocasião, o oráculo previu que a saúde
só retornaria ao lugar depois de vingada a morte de Laio, o antigo soberano.
Um adivinho de nome Tirésias
desenvolveu insistentes investigações e demonstrou a Édipo e Jocasta a trama
que, de modo inconsciente, os dois protagonizavam, levando com isso Jocasta a
se auto-imolar e Édipo a tirar dos olhos a própria a luz. Cego, retirou-se de
Tebas, deixando em seu lugar Creonte, à frente do reinado.
Seguiu para Colona, próximo de
Atenas, vindo viver sob a égide do Rei Teseu até mais adiante, quando morreria
de modo misterioso, em um bosque sagrado das imediações, a tornar-se herói
protetor da Ática.
A tragédia também arrastaria no seu bojo os descendentes
de Édipo, nas palavras do autor grego que primeiro narrou a história aqui
delineada.
(Ilustração: Édipo (reprodução) (https://oestadodaarte.com.br/edipo/).
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