quarta-feira, 17 de julho de 2024

O Rei Édipo


Há um período da história do Egito de que pouco se tem notícias, o Antigo Império (de 3200 a 2300 a.C.), época da construção dos maiores monumentos da civilização, a Esfinge de Gizé e as pirâmides de Quéfren, Quéops e Miquerinos.

Desse tempo remoto, há menção na Odisséia, do poeta grego Homero, a um personagem, Édipo, filho de Laio e Jocasta, reis de Tebas, cuja legenda ora contaremos.

Antes do seu nascimento, o oráculo de Delfos vaticinou que Édipo, ao chegar na idade adulta, mataria o pai e se casaria com a própria mãe.

Em vista disso, quando o filho nasceu, Laio ordenou que lhe amarrassem os tornozelos e o deixassem abandonado em uma distante floresta, ao relento, entregue à sanha dos animais selvagens.

Entretanto, achado por um pastor, chegou na corte do rei Políbio, de Corinto, onde mereceu acolhimento e as graças da melhor educação.

Na adolescência, Édipo soube da profecia do oráculo quanto ao que o destino lhe reservava e quis preservar os pais, abandonando o palácio de Corinto.

A caminho desse desterro voluntário, deparou-se com um ancião que viajava na companhia de vassalos e com ele se desentendeu, chegando a matá-lo sem saber que matava seu pai, Rei Laio.

Seguiu a viagem e alcançou Tebas, onde o reinado atravessava desolação incontrolável, pois, nas portas da cidade, instalara-se esfinge feroz a propor um enigma à população e devorar quem não o decifrasse.

Jocasta, a rainha viúva, prometera casar com quem libertasse o povo daquele mostro cruel. Ao aproximar-se e interrogado pela esfinge, Édipo desvendou-lhe o enigma, em seguida casando-se com a rainha e consumando a profecia do oráculo. Conta Homero que desse matrimônio nasceram Etéocles, Policine, Antígona e Ismene.

Algum tempo passado e terrível peste assolou todo o reinado de Tebas. Na ocasião, o oráculo previu que a saúde só retornaria ao lugar depois de vingada a morte de Laio, o antigo soberano.

Um adivinho de nome Tirésias desenvolveu insistentes investigações e demonstrou a Édipo e Jocasta a trama que, de modo inconsciente, os dois protagonizavam, levando com isso Jocasta a se auto-imolar e Édipo a tirar dos olhos a própria a luz. Cego, retirou-se de Tebas, deixando em seu lugar Creonte, à frente do reinado.

Seguiu para Colona, próximo de Atenas, vindo viver sob a égide do Rei Teseu até mais adiante, quando morreria de modo misterioso, em um bosque sagrado das imediações, a tornar-se herói protetor da Ática. 

A tragédia também arrastaria no seu bojo os descendentes de Édipo, nas palavras do autor grego que primeiro narrou a história aqui delineada.

(Ilustração: Édipo (reprodução) (https://oestadodaarte.com.br/edipo/).

Nenhum comentário:

Postar um comentário