Querer, sim, por querer muito as dores cresceram de dentro para fora, numa vontade firme de descobrir, intenso e real, o amor entre os seres. Ela e ele chegavam no instante certo, quando o coração não pode esperar melhor mérito; só viver febricitante a expectativa de unir corpos felizes.
A barra da madrugada reunia neles aura
luminosa, enquanto olhos ardentes lambiam, um no outro, furor descomunal de
quem saboreia manteiga gostosa de pão quente à beira da estrada do sonho.
Os dois, aflitos naquele desejo, se
entregaram na brisa jogada às faces pelo quebra-vento todo aberto; sol a
tingir-lhes de ouro os cabelos, enquanto ondas fogosas sacudiam o mar dos
desejos. Longe, no horizonte infinito, a presença de Deus, nuvens brancas e
cremes a repassar cenário de azul intenso que emoldurava as experiências
imortalizadas no calor dos corpos.
Conta a tradição dos muito antigos que
vivíamos em mundo distante da constelação de Cocheiro - onde três planetas
chegaram a estágio de tecnologia super-avançada e se perderam numa guerra sem
fim. Visto não existir coincidência, essa era a época própria da colheita,
naquelas civilizações. Desse conflito ocorreu profunda transformação, pois os
tais planetas passaram a novo estágio de mundos evoluídos, e seus habitantes se
viram submetidos a seleção obrigatória; os espíritos que chegaram ao
Conhecimento maior herdaram esses mundos.
Os outros, exilados, vieram trazidos à
Terra, mundo de nível moral equivalente ao que deixavam, e não aproveitaram,
para continuar sua evolução reencarnatória. Aqui chegaram nas raças ária,
egípcia, judia, asiática (China/Manchúria/Japão).
A tradição que afirma essas coisas
acrescenta que vivemos momento semelhante, no chão da Terra que também viverá,
sob o comando de Jesus, idêntica transformação, de mundo de expiação e provas a
mundo de regeneração.
Veloz a percorrer o espaço entre a casa e
o paiol, à meia-noite, um risco no céu demonstra a presença dos visitantes.
O inverno traz características peculiares;
se apresenta com noites frias e agradáveis, promessa de sono tranqüilo aos que
mantêm a paz na consciência, vindos leves aos lençóis.
Numa distância de aproximados 25m, disco
metálico de cor alumínio escuro, quase chumbo, reluz. Bólide pousado, quieto.
Dele dessem esquisitas criaturas, longe dos padrões do que chamaríamos humanoides, todavia
estabelecidos em iguais concepções, duas pernas, dois braços, tronco, cabeça,
ritmo, equilíbrio e algumas notas divergentes.
Sem violência, silenciosos, pegaram os
dois amantes pelo braço e os levaram para dentro da neve. Viagem solene se
iniciava, ocorrência cósmica, divina; ação superior. No íntimo, homem e mulher
aguardavam aquele ato; às estrelas, plenos de amor, a semente do futuro.
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