sexta-feira, 19 de julho de 2024

Páginas soltas X


Alguns temas vêm à tona, razões da felicidade, a força dos sentimentos, sonhos; todavia essa mesma vontade na escolha do que dizer empanca nos artesanatos e nas costuras do Tempo. Escrever vem disso, de querer a liberdade rara dos dias sob as determinações e os afazeres da rotina. O pensamento fica ali tal ave ansiosa à busca das árvores sem querer pousar em nenhuma delas. São tantas as histórias que vagam pelo firmamento, que nem as palavras as detêm. Lembro dos dias da infância, dos anseios da adolescência, das contingências da vida adulta, e nisso o querer sente qual espécie de vertigem de contar e esquecer, num claro-escuro inesperado, insistente.

Ontem, li alguns dos contos populares do mundo, tais que revelam a memória dos povos. Sempre há mistérios em andamento no que seja. Esperança. Susto. No entanto, caçadores de revelações, significados, bem parecidos com os dias velozes, quando assistimos cenas que passam nas nuvens do céu e nos deixam pasmos da imaginação que corre pelos carrascais das horas feita sombras à procura da luz. Isto define a fluidez dos acontecimentos a envolver tudo em volta. O tanto de possibilidades que o juízo possui, porém no desejo de conhecer e achar a liberdade tão contada nos livros, nos filmes; os meios de identificar certa vez a essência de ser eterno, alegre, amável.

As letras oferecem aquilo de que fazemos o sonho. Trabalham o instinto nas novas possibilidades, nos instantes de paz dos quantos vivem neste chão e quase nunca desfrutam os meios de chegar ao pomo revelador do mistério. Vamos assim, tripulantes de naves em voo livre através dos segredos, individualidades e planos. Entre todos somos um a mais, na noite da sorte, pois. Só então ver-nos-emos moradores da real transformação que nos espera de braços abertos nalgum paraíso logo adiante.


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