Isso de falar dos arquivos guardados na memória vez em quando dão a própria cara sem serem acionados acontece um tanto comigo. Por exemplo, de vir à tona época, na década de 60, de meu gosto em ouvir rádios, a beirar um vício continuado. Eram as aulas e o rádio de válvulas quase o ano todo meu exercício dos dias, da minha adolescência e ao início de idade adulta. No turno da noite, sobretudo, viajava pelo mundo pelas ondas hertzianas, parecido com essa mania do celular, dos dias de hoje.
Ouvia, constantemente, emissoras nacionais e estrangeiras,
estas mais habitualmente, acompanhando, com maior frequência, as seguintes: Rádio
Difusão e Televisão Francesa, Voz da Alemanha, Rádio Suíça Internacional, Rádio
Suécia, Voz da América, Rádio Havana, Rádio do Cairo, Rádio Central de Moscou, Voz da Alemanha, Rádio
Canadá, Rádio Internacional da China, dentre outras, todas dotadas de programação em Português para o Brasil.
Algumas em ótima qualidade de sinal, o que sintonizava nas ondas curtas e buscava
com elas me corresponder. Um dos motivos de tanto interesse, levava em conta ser
emérito colecionar selos, nesse tempo. Certa feita, participei de um concurso
da Rádio do Cairo, vindo a merecer um prêmio que constou de um broche de
gravata e duas abotoaduras de prata, lembranças que conservei até sumir nas
mudanças.
Já na mesma fase, buscava ouvir algumas das emissoras do
Brasil, entre as quais a Rádio Bandeirantes de São Paulo, Rádio Globo, Rádio
Nacional de Brasília, Nacional do Rio, Mayrick Veiga (Rio), Rádio Tupi (Rio), Rádio Tupi de São Paulo, Sociedade da Bahia, Rádio Clube de
Pernambuco, Rádio Jornal do Comércio (Recife), Ceará Rádio Clube, Rádio Iracema de Fortaleza; estas de outras
localidades fora do Cariri, agora com interesse nos noticiários e jogos de futebol.
Tinha horários habituais de acompanhar, também, as emissoras
próximas, de Crato e Juazeiro; Rádio Araripe, Rádio Educadora e Rádio Iracema. Na
sequência, iniciaria atividades jornalistas efetivas e comecei a escrever
crônicas, chegando a redator do jornal A Ação, da Diocese do Crato, sob
a chefia do padre José Honor de Brito, ao lado de Antônio Vicelmo, Armando
Rafael e Pedro Antônio de Lima Santos. Isto na segunda metade dos anos 60. Como
cronista, colaborei largo tempo com as Rádios Araripe e Educadora; além de
apresentar programas radiofônicos nas duas emissoras. Na Araripe, um programa
da União dos Estudantes do Crato, aos sábados; e na Educadora, Ritmo
Brasileiro, juntamente com Narcélio Peixoto e Aglézio de Brito, aos
domingos. Lá adiante, na década de 80, conduziria um programa espírita kardecista
na Rádio Iracema de Juazeiro, aos domingos pela manhã.
Sempre me vejo fascinado pelos ditos meios de comunicação
de massa, sobretudo jornal e rádio, o que justificaria meus estudos posteriores
no Curso de Comunicação, com Habilitação em Jornalismo, na década de 70, na
Universidade Federal da Bahia, do qual cursaria sete semestres, me dedicando
com ênfase ao Fotojornalismo, disciplina da qual seria o Monitor por dois
semestres.
O ofício de escrever alimenta sempre essa forma de vascular
a memória e desenvolver o pensamento, prática que abre outros espaços de
propagar ideias e adquirir conhecimento.
Bom, eis algumas considerações a propósito de um tema que
caracteriza interesses alimentados desde criança, inclusive levando-me a desempenhar
a função de Assessor de Comunicação da Universidade Regional do Cariri durante
três anos, em dias recentes, na primeira década do corrente século, e ora
exercer funções de direção, há seis anos, junto à Rádio Universitária URCA, neste período inicial de sua concretização definitiva.
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