sexta-feira, 31 de julho de 2020

O império das palavras

Algo que diga do quanto as palavras possuem de força a dominar o mundo e as criaturas, diante das causas e condições, elas irão existir para sempre durante todo tempo. O poder determinador das circunstâncias mantidas a troco dos pensamentos que vêm à tona e movimenta o sistema onde vivem os seres pensantes, são elas a capa do sonho quais ilusões vadias a preencher o vazio dos espaços entre os corpos em atividade, espécie de justificativa dos encontros e desencontros, isto no afã de sobreviver ao nada, nada mais que outra mera ilusão das criaturas humanas.

Que sobrevivem, só nas palavras, nas que disseram e ouviram, ou nunca disseram e jamais ouviram. Heróis da própria sombra, arrastam o espectro no pântano dos sentimentos, no desejo de resistir e sustentar a certeza de que lá um dia serão tragados pelo mistério do silêncio e reviverão para sempre, pois. Portanto, ausências de domínio que trazem consigo noite e dia enquanto emitem sons e formam códigos, respiram a esperança de realizar o que sempre imaginaram.

Elas falam, sim, de tudo quanto a imaginação alimenta, no entanto presas aos rochedos da sorte, em queda livre no precipício dos acontecimentos, nelas mora tua alma e tua palma, no dizer da população. O que ocorre dentro da caverna dos segredos o Universo permite que quase nada dos sonhos venha cá fora e relembre o pouco que viram e menos ainda o que interpretaram do que viram ali dentro. Inda assim do Inconsciente nascerá a luz que iluminará os caminhos na forma de versos jogados fora na primeira oportunidade da fala em ação.

Quisessem os deuses e esse poder infinito das palavras transformaria a história, guardadas a sete capa as proporções no íntimo da plena Consciência. Apesar das fraquezas desses pobres mortais, no entanto, as primeiras frestas de claridade se abrirão nas dobras do horizonte de qualquer dia destes, trazendo tudo aquilo que nos restava até então de inteirar o plano definitivo das visões guardadas na imensidade do Ser que já o somos. 

sábado, 25 de julho de 2020

Nas asas da Eternidade

Há coisa de dez anos, a convite da Academia Lavrense de Letras, fomos, Luciano e eu, numa missão cultural a Fortaleza. Era época dessas chuvaradas intensas no Ceará, o que ocorre rara e inesperadamente. Não mais conseguiram bilhetes saindo da rodoviária do Crato e tivemos ir de táxi a Várzea Alegre e de lá de ônibus, só que restavam os derradeiros lugares do transporte, e foi lá nos instalamos. Uma longa noite pela frente. Conversávamos a respeito do seu trabalho, quando ele começou a declamar. Logo chamou a atenção de outros passageiros, que se aproximaram à escuta. Resultado, o que nos parecia difícil, tornou-se percurso divertido, agradável, quando vim a conhecer mais de perto a obra do poeta. 


Daquela vez me tocou o desejo de ver seus poemas em um livro, inclusive sabia ser esta vontade que alimentava desde algum tempo. Em Crato, depois, planejei editar o que seria o seu primeiro livro além das dezenas de cordéis que já publicara, vindo dai em bem cuidada edição sob o patrocínio dos amigos através de Leonardo, um dos seus filhos, que auxiliou com força a que viéssemos a concretizar o sonho de Luciano Carneiro, trabalho confeccionado pela BSG Bureau de Serviços Gráficos, de Juazeiro do Norte.

Desse modo eu apresentaria o livro: Desde a primeira vez que ouvi a poesia de Luciano Carneiro, no lançamento de um de seus cordéis, hoje perto da cifra de cinco dezenas, compreendia que me achava diante de um dos gigantes da poesia sertaneja. Dotado da inspiração mais simples e pura, rima com naturalidade e declama seus versos como quem desbulha vagens de feijão maduro, fácil e espontâneo. Há, na obra de Luciano, um componente fundamental à boa literatura, a fluência e o senso de humor, que fazem menos densa as obras eloquentes da escrita, de si tendentes ao formalismo.

Assim me tornei um dos seus admiradores, alimentando o desejo de um dia ver seu trabalho transformado em livro. Os cordéis estes vêm sendo editados pela Academia dos Cordelistas do Crato, da qual é o poeta um dos fundadores e ex-presidente e vice-presidente, além de administrador da gráfica. Porém os poemas autorais, por vezes clássicos e magníficos, precisavam ganhar divulgação e vida longa. Numa viagem que fizemos a Fortaleza, para atender a um compromisso no Segundo Encontro Lusofônico de Fortaleza, em dezembro de 2009, pude aquilatar o valor da sua obra. Plena de conteúdo universal revelador dos mistérios de uma vida cheia de riqueza humana, vivências e tradições do nosso interior secular, concede matéria-prima de profundas reflexões, sobretudo diante das instituições ameaçadas dos dias atuais. Os perigos da formação dos filhos, a ganância dos poderosos, a incerteza dos caminhos desta vida, por vezes rodeados de ameaças, o esforço das lutas da sobrevivência material, a destruição da natureza, tudo isso encontra na inspiração de Luciano Carneiro uma verve suficiente e transformadora, guardando a esperança e os cuidados necessários ao ímpeto da religiosidade original. O leitor fiel ao sentido verdadeiro da poesia cabocla satisfará seu apetite exigente na habilidade deste poeta digno do instrumento que abraça com tamanha maestria, ao nível dos autores consagrados no exemplo de Patativa do Assaré, Pinto de Monteiro, Catulo da Paixão Cearense, Cego Aderaldo, Juvenal Galeno, para citar apenas alguns do panteão da glória popular. Veja por si mesmo a veracidade daquilo que lhes transmito nesta feliz edição dos versos de Luciano Carneiro, Onde mora a poesia, trabalho que tende a se tornar em um dos clássicos apreciados do nosso cancioneiro da rima nordestina.


Nesta hora, ao sabê-lo do outro lado da vida, fico parado olhado no tempo e lembrando a figura do poeta, simples e alegre, atento às surpresas boas da Natureza, a quem eu sempre perguntava: - Que é que está produzindo, Luciano? – e gentilmente me falava dos mais recentes versos, o que, de certeza, hoje também segue a produzir nos vastos salões da Eternidade. 

- Abraço, Luciano, terás comigo bem guardada sua lembrança de amigo.

(Ilustração: Foto de Alemberg Quindins).

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Algemas douradas

Falemos um tanto a propósito do apego às paixões no seio da humanidade, quando qualquer motivo sujeita prender à ilusão. Vira e mexe, vêm novos métodos de domínio de pessoas e coisas sobre os demais, sobremodo nesses tempos tecnológicos. Criam modas e tomem submissão de massa. 

Dissemos isso também no que tange às manias e dependências ao açúcar, ao álcool, fumos e drogas outras, no ponto de vista só materialmente. No que diz respeito aos aspectos psicológicos, nem pensar. Drogas de largo curso, desde as especiarias que antigamente iriam buscar no Oriente, pelo Caminho das Índias, a dobrar o Cabo da Boa Esperança. De lá vieram ópio, maconha e outros estupefacientes. 

Destarte, custos da experiência dolorosa das prisões por vezes, surgem as posses sentimentais, carnais, patrimoniais. Escravos das fraquezas, oferecem ao cepo liberdade, a troco do prazer que esvaia nas cinzas do tempo. Vendem a alma nos variados campos das vivências; negociam a fome pela vontade de comer. Largam honra, dignidade, sentido de viver com sabedoria, pelos chamamentos desencontrados da comoção, corrupção, da fama, do imediato, o reino pelo prato de lentilhas, de Esaú e Jacó. A que ídolo acender tais velas, aonde deixar as carcaças e os sonhos vazios...

Quase que em resumo de vidas e vidas abandonadas no beco da inutilidade sem conta, a epopeia dos guerreiros demonstra o princípio de pagar o preço da fantasia, no decifra-me ou te devoro das estradas humanas.

Porém nem tudo significa só o vazio das ausências, conquanto existam aspectos positivos no senso das criaturas. Ainda que vítimas da incúria dessas farras descomunais, vez por outra, mereceram dos filósofos a classificação de Hedonismo, ou o prazer como estilo de vida. Muitos dos que o praticam sabem que todo efeito tem uma causa, e se jogam de corpo inteiro às consequências amargas. 

Em contrapartida, existe também o Estoicismo, que se caracteriza por uma ética em que a imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas fundamentais do homem sábio, o único apto a experimentar a verdadeira felicidade.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Além das palavras e dos gestos

Bem no horizonte do silêncio, qual nasce o Sol, logo ali de dentro vêm as palavras e os gestos, espécies de longo rebanho de minúsculos seres em formação perene. Tais nuvens que acordam o dia, umas sementes vivas, elas pulam fora das inteligências e abrem portas às manhãs feitas de flores, pássaros e os outros animais que brotam acesos da terra nua. Convulsas, chamam a pensar, a desvendar consciências nas compreensões adormecidas de nós, seres humanos. Crescem pelo ar dos pulmões e das redes elétricas do cérebro, vezes até transidas ainda no frio gelado das madrugadas, caminham lentamente à busca de interpretação na luz que ofusca os tempos e as criaturas. Nisso, se foram milênios sem fim, noites e dias, sonhos, dúvidas e explosões de filosofia. 

Fôssemos rever, porém, os códigos abandonados das antigas civilizações, acharíamos nossos iguais a trabalhar o esforço das bibliotecas de argila, couro e papiro, nas grandes navegações do espírito às interrogações de sobreviver ao infinito das esferas. O porquê de tudo isso ora esbarra nas máquinas elétricas e nos cabos submarinos espalhados mundo afora. Olhos postos nas letras, perguntam os humanos do jeito semelhante das cavernas e das catedrais, donde viemos, o que aqui fazermos e aonde chegaremos quando tudo acontecer e simplesmente desaparecer no mistério. 

Na ânsia febril de reconhecer o território em que pisa e descobrir as razões de trocar tantos sentimentos de gerações e gerações perdidas, resignamos aos desejos de aceitar, apenas viver uma forma de seguir o que a vida impõe, sem maiores dúvidas de que ao Nada nos conduz, a correnteza dos acontecimentos. Admitir essa falência das ideias em nome da sobrevivência do Ser, enquanto adormecemos sob as lâminas de aço das ilusões e sofrer do desvario das ausências. Bom, caso outros encontrem as ruínas desta civilização, dirão somente que houve um povo feliz vivendo no Tempo, o solo fértil onde plantamos e, inevitavelmente, colheremos as certezas inevitáveis do Destino para sempre.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

A energia infinita do Amor

Presente em todos os fenômenos universais, ali vive, sob as definitivas condições, a imortalidade da Luz na paz dos bens inestimáveis. Sustenta soberanas as mínimas possibilidades que logo irão gerar o poder do Infinito e habitar na força da Eternidade sem conta no interior das criaturas. Suprema e acendrada bênção que supera obstáculos e anima o fator inextinguível do coração, persiste ao impulso de preservar a sobrevivência dos valores puros.

Numa firme demonstração da existência dessa energia, vêm nos dizer os místicos, mestres, santos, profetas, testemunhos do sonho feito realidade, a demonstrar nas existências o quanto de elevação podem os humanos, chegam e apresentam os caminhos através do exemplo. Resta avaliar o firmamento e aceitar as histórias dos tempos, abrir caminhos dentro da alma e reverter os quadros instáveis do impossível. 

São tantas aventuras espirituais que indicam a chance de ser feliz que poucos ou raros admitem poder cumprir o ritual da Salvação. Igualmente os fiéis que aceitam a fraternidade entre os seres desvendam o mistério nas dobras das horas de rezar, amar e obedecer aos ditames e jeitos de tratar os irmãos. Quanta sinceridade é preciso aos que pedem e aceitam a vontade do sagrado. Estão bem aqui junto de nós tais instrumentos da realização do Ser, missão das criaturas diante dos dias. Lembrar os bons momentos da honestidade, a dignidade e o respeito aos caminhos certos da Verdade. Julgamentos de si mesmos, eis o senso de construir o novo.

Assim o Infinito existe na consciência dos humanos, que apenas necessitam estender a vontade e transformar o Universo por meio das próprias forças, maestros do bem senso. Foram muitas as lidas que lhes trouxeram até agora. Vamos, pois, acalmar o coração e receber de bom grado o direito que o Poder nos concede, aceitar a existência plena do divino em nós.   

sexta-feira, 10 de julho de 2020

À espera de um estadista

Sei que os tempos sofrem mutações, que as modas de hoje não foram de antes e muito menos serão as de depois. Porém há que haver líderes que assim mereçam a denominação, que sejam menos seus do que dos demais que deles carecem no decorrer de todo tempo. Desse jeito, nas crises da Humanidade, vieram e dominaram os monstros das guerras e a civilização equivocada, transformando aquilo que aparentemente seria pesadelo em sonho e alternativas de salvação. Quem quer que investigue os turnos da História verá pessoas dotadas de profundo senso chegar no momento exato de conduzir os povos e levá-los a superar extremas penúrias, e à libertação.

Lembremos, desde a Antiguidade, os tempos bíblicos, quando nomes excepcionais marcaram os rumos de grandes populações, desde Abraão, Moisés, Salomão,Jesus, dentre outros, isto a citar só o povo judeu. Entrementes noutros lugares também vultos memoráveis se deram ao exercício da liderança esclarecida e venceram aparentes hecatombes humanas. Rama. Sidarta. César. Carlos Magno. Alexandre. Abraham Lincoln. Gandhi. Churchill. De Gaulle. Patrício Lumumba. Mandela. Nisso existe verdadeira veneração pelas epopeias dos que venceram o desespero e indicaram saídas, mesmo a sangue, suor e lágrimas. Grandes batalhas venceram. Guerras ultrapassaram e mostraram a importância da firmeza de comando a fim de cruzar extremos de brutalidade e injustiça, à beira dos extermínios quiçá vividos pela espécie humana. 

Agora, nesta hora de graves situações a níveis de desumanidade e desafio face ao que resta de passado próximo e distante, imaginar fase que alumie as trevas e leve a bom termo costumes falidos e dores atrozes, transformando-os em moeda de troca de esperança e fé, a evolução reclama personalidades acima da média que nos traga conquistas coletivas, e o que se observa é apenas a dura constatação de que verdadeiros estadistas diminuíram a quase nada. Vive-se crise de valores que reflete a necessidade da renovação de um sentido pleno dos ditos progressos sociais que superem todo sofrimento já experimentado pelos habitantes deste Chão de tantas transformações. 

sábado, 4 de julho de 2020

Entre o Ser e o Nada

Nada é tão importante para o homem como sua condição, e nada lhe é tão temível como a eternidade.  Blaise Pascal 

Diante do silêncio absoluto das estruturas universais, entretanto, que mais senão a oportunidade que bem lhes significa existir?!... Face a face, pois, consigo próprios, seguem os passos do instante inesgotável, enquanto vivem os seres humanos. Que alternativa lhes caberia qual não fosse tocar em frente o desejo de ser feliz e encontrar a resposta? Experimentar todas as máscaras do semblante, reapresentar a si o espetáculo do Sol, e adormecer no colo do que carrega consigo há milênios nas fibras do coração?...

Em uma velocidade inevitável, tempo sobre tempo escorre-nos entre os dedos a lâmina de aço da história nas cólicas do destino. Os demais são meros espectadores de nós, e nós deles que também o somos. Testemunhos das cenas dantescas do desparecimento na Eternidade, vez em quando reaparecem/emos cenários adentro, fantasmas de notícias ocasionais. 

Claro que isso de pisar este chão é tarefa intrigante, estonteante. Reino de senhores onde predomina a força da matéria e resulta em submissões e fantasia, uns se entredevoram, resolvem falar mais alto, e outros aceitam humilhação dos valores espúrios a troco de deixarem comer e ir em paz. Ninguém mesmo detém a ciência do espírito com toda a coerência, porém se acham donos do saber e das interrogações. E nisso transcorre calorosamente o século ao sabor das esferas próximas ou distantes.

Vez por outra afloram racionalistas que dizem vir do pensamento a justificativa dos astros. Quase num só momento, vêm arautos do invisível que estabelecem bases nos tempos abstratos. Conquanto restritos a conceitos só mentais, resta aos indivíduos mergulhar o íntimo e desvendar princípios nos trilhos da consciência, o que permitirá, belo dia, na solidão das estrelas, acender as horas inevitáveis da luz no Ser em movimento. 

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Quando o povo souber de si

Séculos inteiros vieram de ser questionados onde esforço de assumir direitos e anseios gerou novas classes de poder sob as máscaras da grande sociedade, indo além do oportunismo burocrata e alienante.

Grande mestra a História, desde que atentos se postem os ouvidos fixos nas entrelinhas dos palácios e das ruas. Aventureiros perspicazes fazem ponto nos cavados de tempo, dando preferência às épocas obscuras, e lançam mãos de postos vitais, mostrando condecorações duvidosas, táticas perversas, impostores nos mercados da política. De modo repetitivo as massas reclamam alternância, mas não se oferecem para isso. Delas tem de vir o comando. Depois ficou tarde, onde o preço explode nas convulsões indesejadas.

Daí aquele costume de achar que participação gera aborrecimentos e que os políticos não merecem confiança, enquanto eles mesmos se revezam eternizados, os custos da indiferença, deteriorando a pirâmide social.

Temos de encostar de perto nos que se dizem nossos representantes, pois ninguém merece este título sem cumprir a obrigação de que foi incumbido. Apenas querer, prometer e sumir pouco significa nos momentos críticos dos tempos atuais.

Olhos abertos, pois, aos partidos salvacionistas que assumem de modo ostensivo a prerrogativa, para depois se escafederem com a panela nos corredores sombrios da corrupção. Prováveis homens de bem devem primeiro demonstrar suas intenções: antes que os vejamos tais suspeitos e demagogos.  

O jogo de cores/palavras dos meios modernos de transmitir mensagens se presta à mistificação, dosada pelos grupos que juntaram forças na sombra. O espaço forjado pela injustiça germina líderes postiços como mercadoria de feira, maleáveis à propaganda, cabendo-nos avaliações e lucidez de escolha.

Nenhum homem isolado poderá sentir o sofrimento de um povo inteiro. Deus nos livre dos falsos cristos e falsos profetas. Deixemos correr o barco, de preferência sob lideranças honestas e nos padrões regulares do povo, isento de dores inoportunas.

Assumir quem somos deve significar mérito nas populações. Liberdade frutifica esperança e trabalho. Guardemo-nos daqueles que indicam o abismo como fim útil do drama moderno.

(Ilustração: Tríptico de Santo Antônio,de Ieronymus Bosch)