Depois disso tudo, dos tantos arranjos de orquestra, das dunas cheias de sóis, dos becos nas madrugadas frias, o que resta a dizer?! Foram tantas frestas abertas ao tempo que agora nos sobra de adormecer sobre os trapos e sonhar outra vez com os melhores sonhos. Quantas falas estridentes, sons de máquinas esquecidas no eito das preocupações, caravanas silenciosas pelos desertos afora, enquanto a Natureza dadivosa insiste em compreender o ser fantasmagórico que vaga pelos corredores das noites. O que foi mesmo isso que chamaram de Civilização? A que produzir, que alimentar de experiências guardadas sob o tapete das solidões em grupo? Bem esquisito aquilo que falavam de reunir todos os livros em equipamentos e revirar as visões do Paraíso.
Nem de longe, pois, se imaginava esse mundo que aí clareia nas telas e nos automóveis, nos tetos das catedrais, no arsenal dos países em guerra. As multidões correm à procura da sorte grande, vultos assustados de soberanos e vestais, parceiros da mesma angústia das letras e dos números. Uns que aos outros interrogam no espírito desolado que lhes habita os escuros. Enquanto que mistérios ainda persistem ignorados, entontecidos, na esperança das alegrias que virão logo a seguir.
Porém, que tempos esses, passados de infinitos milênios neste anonimato da Criação... Versões inesperadas, que preenchem o sentimento de um amor escondido nas aldeias lá distantes. Viver, afinal, loteria dos desejos, vértice das horas em movimento. E pensar a que tudo, enfim, se destina?!
Bom, coerência das palavras significa, assim, fragmentos da herança mantida no senso das criaturas. Muitas, que nem podem vir à tona, presas no porão do Infinito de almas lavadas nos riachos de histórias de Paz e dias felizes. Há, sim, o que dizer nas dobras do amanhã. Cabe, apenas, firmar o pensamento e transformar ausências em novas estradas, porquanto a calma de agora significa bem mais que luzes no coração do que ora existe.
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