Sempre que me deparo com essas notícias falando de voos espaciais fico de orelha em pé, a lembrar do que falta fazer no mundo e dos limitados recursos que existem, vindos da única fonte, a Natureza, mãe comum de toda a humanidade, destinados a tanta coisa inútil e perdida. Os donos do poder determinam as prioridades em termos dos gastos desses recursos... Deles, que se apropriam dos bens de produção nesse quadro, resulta o panorama do Globo, a decantada ordem mundial transformada num poço de problemas sem solução, desigualdade e desavenças, no entanto o único dos mundos, pois só dele dispomos a fim realizar as existências, gemendo ou chorando, cantando ou rindo.
A cena também indica outros
fatores da desigualdade, na hora em que os poderosos desenvolvem seus projetos
de conhecer a consistência dos outros planetas do sistema solar, e as populações
padecem. Cá no chão, a fome se alastra a olhos vistos através dos mecanismos de
manipulação estabelecidos por força da tecnologia. Economias, finanças,
políticas, não partilham das intenções sociais. Seres da mesma raça se
encastelam e escravizam seus pares.
Lá do reino da ilusão, os meios de massa trabalham forte no sentido de
neutralizar a impressão deixada pela festa do caos generalizado. As periferias
dormem, todavia sabendo de tudo por causa do redemoinho que se propaga no
vento. Nisso, a civilização do prazer material em que nos transformaram reclama
providências.
Dentre os itens principais do consumo se veem sintomas provisórios dos
dias atuais: drogas, armas, luxo, bebidas, medicamentos, pornografia, prazer,
dor, prazer, desequilíbrio, fanatismo, violência, terrorismo, de grupo, de
estado, ansiedade...
Muita gente balança a cabeça quando se fala em mudar. Porquanto espera
cair do céu renovação. Imagina esperar mais um pouco para realizar em si a
transformação, motivo das grandes possibilidades que restam. Permanece
impassível frente aos monarcas e televisão, na expectativa dos sonhos bons
virarem ordem, esquecida do essencial que nascerá de cada ser pelo trabalho da Consciência.
A seguir desse modo, quem dirá aos reis da Terra de sua nudez?
(Ilustração: Dragão, mitologia).
Nenhum comentário:
Postar um comentário