Ser nada é o primeiro degrau da liberdade. Jiddu Krishnamurti
Primas-irmãs dos pensamentos e dos sentimentos, nascem ao primeiro sopro de uma brisa qualquer e norteiam seguir pelas entranhas da gente. Vasculham passados decerto inexistentes feitas luzes que apagam e acendem constantemente nas mil noites seguidas da vontade. Desejam a custo reviver, no entanto vivem, sim, pois avistam sentido no que seja, que haja. Sabem ser assim quais vultos pegajosos das ilusões até então perdidas. Alimentam de cores e formas as imagens dos quantos filmes da alma, esquecidos no vazio largado das casas antigas. Vêm, sim, aos pedaços, através das vivências sacudidas fora, dos trastes inúteis apenas ali deixados à margem do quanto existiu, e tornam ao foco da razão munidas, quem sabe? de estoques ferrenhos dos destinos, cobranças inevitáveis daquilo posto de lado, ainda que tanto elas insistem refazer nas lembranças dagora, modo esquisito de sobreviver ao longo dos assuntos aparentemente inválidos, desfeitos, distorcidos.
Vezes sem conta, são personagens, acontecimentos, caminhos... Mundos exóticos que insistem na memória, voltam nos laços das visões soltas doutras histórias talvez sem nexo que foram embora. Nisto ganham força ninguém sabe de onde. Fustigam as horas, sustentam monumentos ancestrais no colo das alturas e convidam às vivências repetidas daquelas espécies de seres que nem mais habitam as profundezas, não fossem tal sejam, mas insistem continuar. Todavia dominam a pulso o quanto querem percorrer desse universo interno, tiranas flores de plantas exóticas.
Conquanto ausentes da realidade, persistem no seio das consciências, força poderosa da imensidão do Tempo. Foram. Existiram. Residem no céu das pessoas. Entes dessas dimensões, pululam a matéria orgânica dotadas de inúmera possibilidade a todo instante; regressam espontaneamente e preenchem as teias da presença, súditos independentes e senhores dos tantos mistérios de que ora somos feitos. Elas, as palavras, origem de tudo e do que virá desde agora e sempre.
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