Desde longe vem sendo assim. Andar pelos esconderijos de nós mesmos à procura da Luz. Todos, em si quais seres que buscam a eles próprios, que escutam as lendas de antigamente e guardam vínculos de uma origem espiritual no Infinito. Fertilizam, pouco a pouco, o solo de depois, parceiros assustados no trato dos iguais, existências perto de si. Faces da enorme solidão, olham-se no vazio da dúvida e adormecem debaixo do manto, na distância. Nisto, tocam as paredes ásperas doutras histórias, afeitos às muitas aventuras. Nesse quadro espesso de quantas previsões, seguem no desejo de encontrar o frio da certeza. Daí, o painel dos movimentos até aqui, hão de reconhecer a que vieram, pois.
São narrativas surreais, visões em torno do desapego, no querer insistente de ser um só ser a qualquer dia. Ouvir o coro dos estribilhos. Sonhar as persistências e distinguir a fonte das revelações. Comungar o senso do absoluto e sustentar o crivo da esperança que lhes traz a imaginação acesa. Ver nalgum deles o coração e a grandeza dos sentimentos, acima de tudo.
Enquanto isto, desvendar o senso de existir. Saber do código da compreensão e construir luzes na alma. Viver o gesto definitivo de uma razão maior. Sobreviver aos apegos momentâneos, irreais. Revelar a saída providencial da escuridão e o motivo dos instintos da matéria, que se repetem a cada geração. Isso de que seja trazer ao instante o fervor das eternidades puras. Nessa extensão dos dias fixos no mesmo corredor das horas, triturar em pedaços a ruína que deixam pelo caminho, e habitar outra vez a dimensão lá de sempre, de onde vieram certa feita, da noite ao claro das manhãs.
(Ilustração: Fahrenheit 451, de François Truffaut).
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