quinta-feira, 6 de março de 2025

Diante da dúvida


Invés de só dotar o correr dos dias dessas insistentes condições sob as quais vemos transcorrer aos olhos montanhas até então inatingíveis, resta aceitar meios outros, e ultrapassar o tempo de chegar ao destino. Isto lembra o conto oriental de um rio que, diante do deserto, se vê face ao desaparecimento. Aflito, ouve de alguém que devesse defrontar as areias, e de novo regressaria. Some ao ser bebido pelo areal, sendo evaporado pelo sol, transformado em nuvens e, outra vez, regressa na chuva e desce nas encostas distantes, lá depois do obstáculo.

Fazer da vida uma história; suster o Infinito nas próprias pernas. Acreditar nos frutos e nas sementes, ainda que ausentes nessa hora. Plantar, afinal. Tudo ocorre na medida certa, portanto, qual numa extensão do quanto existe, existirá. Não há longe, nem impossível, desde o exercício da Consciência. Colagem sem final, assim persistem os momentos eternos de que somos feitos.

Às vezes, paro e busco compreender o quanto dizem as circunstâncias. Em todo detalhe, habitam fórmulas e soluções. Única certeza, a da continuidade e suas consequências. Inevitável nisso prosseguir, conquanto Lei soberana ultrapassa o senso individual e coletivo. Fica evidente o poder de uma justiça maior. Fugir de que e de quem, inexiste, pois. Apenas imaginação. Essa luz que clareia, a Verdade, significa o princípio original do Universo inteiro. Ainda que, de comum, ajam os seres, antes deles haver consiste uma ciência detentora das determinações em andamento. Por isso, a perfeição, única, exclusiva dos haveres, a Paz.

Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a própria vida por minha causa a encontrará. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou o que pode dar o homem em troca da sua vida? Mateus 16:25-26


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