Houve época, ali pela década de 70, quando tudo parecia chegar aos limites e entraríamos na Era de Aquarius, tal ouvíamos e dizíamos sem conta. Fase doutras histórias nas manifestações da literatura, da música, do cinema, etc. Lembro alguns dos títulos de livros, Admirável mundo novo, 1984, Laranja mecânica, Utopia 14, Crônicas marcianas, As portas da percepção, Sidarta, O despertar dos mágicos, entre outros. Na música, a explosão do rock, o movimento hippie, Woodstock, o Tropicalismo, os festivais da canção. No resto, o fim da Guerra do Vietnam, a Primavera de Paris, mudanças na Cortina de Ferro e nos diversos continentes. No cinema, 2001, uma odisseia no espaço, Contatos imediatos de terceiro grau, O franco atirador, Darsu Uzala, Apocalypse Now, o Cinema Novo, os filmes de diretor, de sempre apreciados. Nisto, a fragmentação dos meios de comunicação que explodia o universo daquele período cheio de inquietações e dúvidas, indícios das mudanças em andamento nas novas gerações.
Em um salto exponencial, agora o que se vê, nesse contexto
da História, uma espécie de expectativa do que virá, no entanto, com o mínimo
de clareza, a grosso modo sem clareza suficiente. A superpopulação das grandes
cidades, o desassossego nas áreas críticas, o excesso de arsenais armazenados
pelas grandes potências, avanços na tecnologia da informação, indecisões
doutrinárias quanto aos métodos administrativos nos países e incerteza
generalizada quanto ao que há de vir, este o quadro generalizado, bem aos
moldes de novas expectativas e apreensões decerto iguais ou maiores do que
naquele final do século anterior. A população já beira 9 bilhões, grande quantidade
sobretudo em nações do Oriente, China e Índia, com excelência.
Face a tanto, surgem os intérpretes do futuro no presente.
Repassam as antigas profecias, os olhares aos céus dos astrólogos, religiões em
profusão, busca de extraterrestres pelos registros e céus, sinais de novos
rumos ou inúteis confrontos bélicos, nas ânsias e preocupações várias. Talvez,
mais que antes, novos tempos de ficção, rondam o espaço. A mídia descaracterizada
no interesse público que lhe dera início e fora das antigas bancas de jornais; a
força nunca vista da comunicação eletrônica; novas energias emergentes,
refugiados espalhados no exilio; o atraso das nações pobres; fome e subdesenvolvimento
na América Latina, na África e em países da Ásia, isso a definir incapacidade
humana em resolver seus desafios, passados que foram tantos séculos.
Nesse instante, sente-se o peso da imaginação a percorrer meios
outros de rever os conceitos e transformar a mentalidade, que seja, porém, em turno
ainda deficiente a reconsiderar o que estamos vivendo, perdidos nos instintos
sórdidos além que sejam de um puro egoísmo coletivo, pois. Decerto haverá o
tempo bom de tantas cogitações até hoje cortejadas através dos livros e sonho
de todos nós.
(Ilustração: https://www.opantaneiro.com.br/colunistas/post/vivendo-os-sonhos-de-deus/2872/).
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