O movimento dos pensamentos a bem dizer exercita o que consideramos ser isso existir. Prescrutar indeterminadamente o que se foi, juntar os pedaços daquilo já vivido, daí elaborando uma biografia corrente, possível de interpretar. São tantos os tempos percorridos, as emoções ali experimentadas, quarto de despejo de proporções imensuráveis, dando conta de haver conhecido pessoas, saboreado ideias, momentos, experiências, num crescendo avassalador, a reduzir o presente a mero instrumento de colher os frutos daquilo tudo deixado pelos cantos. As leis e histórias aprendemos, talvez, o quanto antes. No entanto, ficam claras as determinações disso que ora transportamos na caixa dos destinos, fardos sujeitos a pesos monumentais, face à liberdade e ignorância dos princípios que os norteiam.
Avaliar ditas compreensões resume o tanto de exercitar a nossa presença diante do inexistente; somar o esforço de defrontar o desconhecido,
decerto sendo bem esta a função de tudo aqui. Um a um, ditos aventureiros de
si, tombamos os estágios das mais variadas formas, qual quem estabelece os
próprios princípios naquilo que aprendeu em cada tempo. No transe de tais
vivências, adquirimos as normas do Universo que necessitamos conhecer, até cruzar
as fronteiras da materialidade e chegar noutros valores.
Nessa cadência, vêm os livros, profecias, filosofias,
escolas; qualquer expressão, lá despertam consciências, num processo de
transformar as fauces do mistério. O ritmo do procedimento resta, assim, na
conta da evolução das criaturas. Por vezes, nem tão só agir, porém saber o que
fazer, motivo reservado aos indivíduos. Há instantes quando somos surpreendidos
pelos acontecimentos, pelas surpresas interiores, os impactos do inevitável, a
ponto de transcender e superar estágios físicos, e divisar as luzes do
inesperado. Tantas artes dão notícias dessas visões, demonstração nítida de um
poder desconhecido aonde conheceremos o outro lado de nós mesmos, sendo esta a
razão de persistir.
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