terça-feira, 11 de março de 2025

O Senhor da Razão




Tantas vezes quantas necessário, haveremos de recorrer às ideias na intenção de esclarecer, ou mesmo refutar, contradições do cotidiano. Parar e pensar, por menor proveito que represente do imenso cabedal dos acontecimentos, deixam aflorar revelações fundamentais, novas e outras revelações, sentido único de superar as fronteiras rijas do instante.

Pensar representaria, portanto, a mais extensa faixa do caminho, na revelação individual da consciência. Novas chances de esperar movimentações da mente imporiam a alternativa às longas ou breves excursões pelos mares do desconhecido, nas camadas possíveis do instante, com estação final num dia a todos assinalado.

Conquanto o fluir das horas marque pulsar a finalidade útil de contemplar e interpretar motivos, andar aqui, na face deste chão lotado de questões fundamentais, a todo segundo configura o adiamento do ato final do drama diário.

O poder que em si contém o fluir de todo momento resume a potência dos seres limitados da Natureza e governa acima de tudo, dotado de tentáculos enérgicos a ponto de suplantar as liberdades humanas e a ânsia de superioridade, quadro geral da expectativa existencial.

Ainda que usufruamos dos pensamentos e elaboremos conceitos racionais sob o manto da mesma racionalidade, sua interpretação defronta barreira inesgotável de normas e resultados quiçá contraditórios, a cobrir nossos pés, na força das oportunidades.

Diante disso, quer-se crer em níveis superiores de uma outra razão acima da razão vulgar das criaturas humanas, domínio que abrange o vasto Universo e elabora causas originais, além de manifestar a forma do Tempo na face do Nada absoluto; um senhor da razão apenas relativa, Ser dos seres.

(Ilustração: Centro de Artesanato Mestre Noza, Juzeiro do Norte CE).

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