De algum lugar o que se escreve ali estaria escrito desde sempre, ao tempo em que nasce do juízo daqueles que resolvem contar. Assim tem sido desde que as palavras vieram até nós, no afã de trazer à tona o que lá estaria vivo, ainda adormecido sob as nuvens daquele universo distante. Pessoas que sejam, de uma hora a outra decidem contar desse augúrio que tem estreita relação com os sonhos. Noutro campo, num espaço da consciência, persiste essa vontade consistente do dizer das criaturas humanas. Nisso, elas narram histórias ausentes, observam seres enigmáticos que ali vivem, alimentam intenção agora desconhecida, no entanto.
Alguns autores resolveram, com isso, denominar de Inconsciente esse território de uma outra realidade, contudo cheio de semelhanças face ao que vivemos, em comparação. Lá existem dimensões, cores, movimentos, enredos quais próximos das ilusões daqui, todavia reais, dirigidas ao saber da autoria dos enigmas que ora cruzamos neste cotidiano. Olhos postos nessa dimensão transcendental, vez em quando surgem visionários a descrever aquele mundo misterioso, trazer lendas, contos, mensagens, profecias, frutos de suas visões imaginárias que chegam a contagiar criaturas e grupos, numa forma incontida de querer também chegar, qualquer momento, a esse país de sonhos lúcidos, afirmando, abismados, serem aguardados a certo dia, certa feita.
Diante, pois, desta condição estupefata, advêm comunidades inteiras que fornecem técnicas e valores possíveis de tamanhas aventuras, porém razão da sobrevivência de raças e credos espalhados pelo mundo. Há que saber, outrossim, algo semelhante justificar tanta certeza ao sabor das próprias percepções. E nem de longe haver-se-á de lhes conter os ânimos, já dispostos que estão a mergulhar nesse transe avassalador e desvendar de tudo e sobremodo o motivo de todas as contradições do estágio atual onde perduram.
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