Mesmo porque de que adiantaria voltar a si e esquecer, conquanto
existe um projeto em andamento. Fugir, abandonar o barco, senão a crença
insiste no que há de sobreviver de tudo isso. São céus e terra perante o
Infinito. As versões, as mais diversas. E juntar, por causa da imaginação, o
senso de humor, misto de ausências e saudade que alimenta séculos de solidão. Momentos
outros, vários. Palavras soltas. Histórias que restam, assim, intactas, na
memória, mantidas a preço dos sentimentos presos na alma.
Só de lembrar, os parágrafos tratam de preencher o pensamento
das cores e melodias que ficaram lá atrás, dos contos definitivos das tantas
vidas presenciadas, de tirar o fôlego das gerações. Vê-se clara a longa jornada
do chão, de experimentar o que delas usufruir, ao sabor sem conta de viver. Sustentar
o que quer que seja, bem sob o crivo de um desaparecimento posterior. Essa
textura impaciente nisso devora a safra das estações. Multidões acantonadas pelos
campos e cidades, passageiros de viagens intermináveis, todos só olham os
próprios gestos e transportam as dores do ilimitado ao caldeirão dos desejos desfeitos,
constantes, a prosseguir.
Dias e dias, vemos isto, nas fogueiras da impaciência,
vagando pelos corredores e, logo depois, desconhecidas. Porém resistem ao furor
do quanto lhes cai aos pés. Enquanto que algo acontece ainda no silêncio suave
dos instantes.
As tais palavras respiram o instinto de compreender; o vento
transcorre pelas folhagens da noite e descreve, minunciosamente, o segredo das
alturas; todavia submisso ao poder sem par e às condições. Migalhas de antigamente
restam em quase nada, passados que foram quantos personagens desse amor agora
escondido nas distâncias. Talvez pudessem até revelar a razão disso, nas dobras
dos sonhos, mas queremos encontrar as respostas dentro da consciência, no
entanto.
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