sexta-feira, 7 de março de 2025

A persistência de continuar


Mesmo porque de que adiantaria voltar a si e esquecer, conquanto existe um projeto em andamento. Fugir, abandonar o barco, senão a crença insiste no que há de sobreviver de tudo isso. São céus e terra perante o Infinito. As versões, as mais diversas. E juntar, por causa da imaginação, o senso de humor, misto de ausências e saudade que alimenta séculos de solidão. Momentos outros, vários. Palavras soltas. Histórias que restam, assim, intactas, na memória, mantidas a preço dos sentimentos presos na alma.

Só de lembrar, os parágrafos tratam de preencher o pensamento das cores e melodias que ficaram lá atrás, dos contos definitivos das tantas vidas presenciadas, de tirar o fôlego das gerações. Vê-se clara a longa jornada do chão, de experimentar o que delas usufruir, ao sabor sem conta de viver. Sustentar o que quer que seja, bem sob o crivo de um desaparecimento posterior. Essa textura impaciente nisso devora a safra das estações. Multidões acantonadas pelos campos e cidades, passageiros de viagens intermináveis, todos só olham os próprios gestos e transportam as dores do ilimitado ao caldeirão dos desejos desfeitos, constantes, a prosseguir.

Dias e dias, vemos isto, nas fogueiras da impaciência, vagando pelos corredores e, logo depois, desconhecidas. Porém resistem ao furor do quanto lhes cai aos pés. Enquanto que algo acontece ainda no silêncio suave dos instantes.

As tais palavras respiram o instinto de compreender; o vento transcorre pelas folhagens da noite e descreve, minunciosamente, o segredo das alturas; todavia submisso ao poder sem par e às condições. Migalhas de antigamente restam em quase nada, passados que foram quantos personagens desse amor agora escondido nas distâncias. Talvez pudessem até revelar a razão disso, nas dobras dos sonhos, mas queremos encontrar as respostas dentro da consciência, no entanto.

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