Sua mente é o resultado de muitos ontens. Jiddu Khrisnamurti
Olhar o mundo e ver o que fomos, pedaços de nós que largamos espalhados pelos chãos e matas do que se foi e de que retemos apenas mínimos conceitos. Longas as noites de agruras e consentimentos. Olhos acesos nas chamas da solidão pessoal, contemplamos os astros. Tantos nadas que, uma vez somados, formarão do pouco o que seremos e distribuiremos nas vidas e nos sonhos que hão de vir. Marcas deixadas pelas encostas e cavernas do Infinito, no entanto meras sequências de desejos de seres que aqui percorrem os trilhos do mistério e aceitam viver assim, vez que outra alternativa inexiste. Estes acumuladores de ontens, atribulados viajantes das dobras do Tempo, isto significamos nas ocasiões.do agora.
Bem que, num faz de conta que transcorre sóis, por vezes aceitam de obedecer ao que pouco ainda conhecem. Põem os pés sobre os picadeiros das dúvidas e desfazem, pouco a pouco, os dias quais novelos de senões e flores. Quiséssemos, qual queremos, e sobreviveremos aos valores de antes, enquanto, bem dentro, vicejam pensamentos, avaliações e vontades. Isto que nos alimenta, contorna os séculos e estamos tais vagos instrumentos de um ser imortal, cobertos de planos que tocarão as bordas da perfeição lá num momento, e invadiremos a casa do impossível, por fim, até chegarmos ao futuro.
Nessas considerações, quais naves em movimento, percorremos tantos territórios à busca da paz em forma de sinais intermitentes. Nós em nós. Vizinhos, pois, do sentido, construímos uma finalidade em tudo. Quantos objetos, quantas cores, na fama de existir e que ora alimentam fábulas de doces esperanças a ermo, nas telas do instante. Sabe-se, decerto, haver tido origem nalgum gesto essa plena consciência de Si que aguardamos e que nos enxerga passo a passo.
O questionamento das filosofias é que lá qualquer hora deixaremos de apenas repetir o que pensamos e exerceremos o comando de nossas ações perante o silêncio das eras.
(Ilustração: Arte hindu).
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