Sábios afirmam que a felicidade depende de cada um, que se deve evitar o risco de vincular felicidade a pessoas e coisas, afirmação evangélica de Jesus que orienta não guardar tesouro aonde a traça e a ferrugem podem consumir.
No entanto raros conseguem praticar com propriedade essa tal virtude inteligente das normas do viver bem e reunir os dados consistentes do sucesso. Quase na sua unanimidade, os seres humanos atrelam seus sonhos a elementos fugidios, os quais escorregam pelos dedos no decorrer das horas intermitentes.
O que fazer, porém, no sentido de preservar a coragem de viver, ainda que diante das mazelas sociais e crises individuais, exige atitude positiva de constante emergência.
Por vezes a onda parece maior do que todas as resistências, a reclamar valores adquiridos no decorrer dos itinerários individuais, sem contar o espaço vazio e os despreparos da sociedade materialista e frágil, aonde imperam o imediatismo e a lucratividade urgente, pano de fundo e drama existencial diário.
Plantar em solo fértil as tradições da sabedoria milenar, numa prática de salvação pessoal e consolo necessário, regra de ouro da paz interior, chega a grau de compreensão que demanda força de personalidade e objetivos claros de alcançar o infinito.
Por isso, a raridade com que se reveste a obtenção dessa felicidade vem do ser interno de cada pessoa. Ninguém espere vitória sem luta e realização sem esforço. Semelhante a corrida de obstáculos, a existência apresenta séries contínuas de exigências, na aquisição da firmeza de propósitos e sua efetivação definitiva.
De sã consciência, viver é lutar, dizem os mais experimentados. Controlar os instintos e domar as paixões envolve estrutura mental e espiritual digna dos heróis valentes dos contos de outrora. Nisso e a seu modo, todavia, comparecem aqueles personagens anônimos da raça, heróis do povo, de comum ignorados pela fama, os pais de famílias, trabalhadores constantes da arte de sobreviver, e as mães dedicadas na continuidade das famílias, distantes do universo da riqueza, mas guerreiros honestos do drama cotidiano, santos dos templos da salvação.
Não fosse assim e jamais persistiria o desejo de continuar vida afora a epopéia da justiça, da honestidade e da paz, foco principal das estradas coletivas.
Em toda individualidade há o anseio de ser feliz, mesmo que ciente das limitações. Cabe domar em si a fera da fraqueza e renunciar às fragilidades, plantar sementes de amor em solo fértil, apesar dos sacrifícios em que isso importar, sob os elevados custos da Esperança e da Fé.
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