Frações de tempo em movimento, pessoas, multidões, séculos, milênios, isto a preencher as marés das histórias que restam jogadas no passado. Eventos, numa ordem constante, projeções em uma tela invisível de acontecimentos na forma de criaturas que pensam. Horas sem final. Enquanto uns chegam, outros regressam às profundezas do Infinito.
Tais pontes entre duas dimensões, levas imensas de outros
seres assim substituem o panorama dos dias. Deixam sinais no mistério de que
aqui estiveram e marcaram o chão de rastros, na sequência natural das tantas luas,
a meio do desaparecimento sucessivo que predomina. Vem nisto a chance de
revelar a si mesmo o sentido da existência. Pergaminhos ilustrados, suaves ou densos,
firmam seus resultados na coletividade.
Nisso, velhas máximas já comprimem a musculatura e sugerem
presenças estranhas doutros campos vibratórios. Seres de outras dimensões
buscam viver aquilo que ninguém até agora ouso interpretar. As palavras, ao seu
modo, escrituram os sinais em protesto ou cobrança aos viventes desavisados,
habitantes do silêncio. Eles, que haviam esquecido de todo o valor da
concentração e dos princípios do Bem na luz dos elementos eternos.
(Ilustração: Para Dante, A divina comédia, de William Blake).
Nenhum comentário:
Postar um comentário