sexta-feira, 19 de abril de 2024

Sem título


O ritmo distante das águas que correm no prumo do litoral descreve esse percurso inesquecível das décadas que agora circula na alma da gente. Pronuncia longos roteiros dos filmes quase perfeitos das ações que o mistério encobre nas folhas do tempo e substitui pela saudade, deixando marcas profundas nas fibras do coração.

Em nossas estradas lá de dentro nisso restam reunidos silenciosamente os âmbitos e pessoas que ficaram para trás, inscritos, porém, nas grutas ensombradas da consciência, enquanto cá fora novos céus abrem suas portas ao horizonte e chegam outras percepções na indústria do inacessível feito de vozes e cores.

Os humanos são isto, partículas à busca de aventuras pelos rincões da dúvida. Padecem, insistem, perfazem milhões de outras pequenas histórias que, somadas, constituem a existência de todos. Horas sem conta desejam habilmente superar o vazio e terminam dele prisioneiros. Criam novos argumentos, alimentam de sonhos a espécie que transportam e caminham incertos ao mais íntimo da Eternidade sem levar nada  do que aqui construíram. As ideias bem isto significam, diálogos de si para consigo entre as esquinas do deslumbramento e do Ser.

Poucas vezes, no entanto, haverá espécie menos senhora de si face ao anseio das horas. Quer a todo custo sobreviver à voracidade que lhe devora e sorrir num estranha felicidade aparente. Quantos sonhos assin no transcorrer das noites e na febre soturna dos desertos em movimento. Bom, nisto as letras inundam de palavras o leito dos papeis e todos saem às ruas na procura dos raros instantes de são feitos.

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