Ficamos, destarte, a reter os mínimos detalhes do mistério de que fazemos parte. Bem isto, componentes de uma engrenagem monumental, seres de um mundo a que só pouco a pouco compreendemos, se é quê. Quais alfabetos de língua estranha, ou cores de paleta desconhecida, juntamos pensamentos, sentimentos, sonhos, imaginações, sensações físicas, trechos sombrios e aventuras a ermo, numa luta insana de, desta feita, vir a decifrar esse código ingente que nos pede sentido a todo momento.
As literaturas contam frações desse quebra-cabeças, os filmes, as fábulas, lendas, contradições, em forma de pingentes que trazemos ao pescoço do ente que administramos. Prudentes ou afoitos, sonâmbulos ou embriagados, ainda dalgum modo seremos seus condutores às travessias do Destino. Vultos encapuzados, dolentes e sombrios, passamos nas telas dos depois feitos de dúvidas e interpretações, corações cheios de emoção contrafeita de que também somos fagulhas a clarear o solo dos astros.
As palavras em si prestam o benefício de querer contar de tais filamentos do grande todo. Expomos, em traços rústicos, aquilo que, talvez, noutros lugares estejamos distantes de nossas presenças atuais e alimentaremos da saudade o teto que nos agasalhou carinhosamente noutras horas e épocas.
De significados, fiquemos alheios às circunstâncias e logremos esforço até desvendar o segredo que transportamos, conquanto disseram que viver é decifrar o enigma que nos coube, estranhos seres a percorrer as sendas da existência. Daí, tudo que vaga no firmamento são estrelas feitas de almas a pedir resposta todo tempo e que estarão em Si lá um dia.
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