domingo, 21 de abril de 2024

As próximas dimensões do inesperado


Reuníssemos todos os filósofos e videntes numa única faixa escura das malhas do Destino e de lá receberíamos, com certeza, tudo quanto até agora esperamos das frestas que ficaram largadas no passado. Juntos eles todos e, de repente, sumiriam mar adentro nos restos desses escombros revelados em pedras e pergaminhos. Talvez viéssemos a padecer doutras síndromes diferentes das que ora transportamos no íntimo nas abas do mistério. Poucas, ou nenhuma, chances ficariam da herança insuficiente que guardaram os museus espalhados pelo mundo.

Conquanto seja assim as vagas e o vento daquilo que passou, ainda desse modo permaneceríamos intactos a observar o Tempo e as normas do absoluto que tanto desejamos interpretar desde sempre. Encontrar as marcas aqui deixadas do vivido é assistir quantas vezes e de que quase nada aproveitar, porquanto as antigas guerras continuam e as feras permanecem soltas a devorar os trastes absurdos de tudo aquilo que se foi pelo esgoto da História. Olhar uns aos outros e enxergar tão só fome e destruição da paz alheia, vergonha de tantos e lucro de ninguém, mera vaidade cruel, nefasta. Armas. Armas. Armas.

A cada manhã de novo essa procura desconexa e à toa nos monturos esquecidos do lado de fora, nos planos vazios da inutilidade. E perante tais considerações, o que fazemos que não seja apenas repetições descabidas, desnecessárias, das safras do desgosto?... Bom, digo e faço parte desse todo insuficiente da gente mesma, dos que aguardam os melhores dias das escrituras. Há tanto de interrogações que um século é pouco a conter e revelar. Vamos, no entanto, por força dos céus, à busca doutras horas que sejam obviamente dadivosas, sinceras e dotadas de um amor pleno, o que nos indica as chances da tão sonhada Felicidade.

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