domingo, 12 de janeiro de 2025

O enigma das vidas


Às vezes, me pego a observar fotografias antigas de lugares que não existem mais... e fico a imaginar aonde foram aqueles que andavam ali pelas ruas, praças, estradas, tudo, enfim, que tende naturalmente a desaparecer lá num tempo depois de cumprir seus afazeres, usufruir das histórias e, simplesmente, deixar de ser qual nunca houvessem sido: Pedaços de universos 
pelas trilhas da sorte, à busca de outros firmamentos, pois.

Enquanto isso, seguimos tais seres intensos, quiçá eternos, dalgum modo ainda em fase de desenvolvimento. Atores, por isto, de uma legenda em formação, escrita livre de autor até então desconhecido, às sombras de horas e sonhos.

Tocar assim este acordo de nós com nós mesmos, nas visões circunstanciadas de mundos de que seremos também seus habitantes a certo momento, nas considerações a propósito; tantas melodias, tantos tratados, ficções, doutrinas, que nos permitem divagar, quando ver-nos-emos sós conosco próprios, passadas que forem aventuras do que somos hoje instrumentos ocasionais.

Li uma frase de Jiddu Krishnamurti e quero admitir sua exatidão: Sem total liberdade não há possibilidade de amar; e uma pessoa séria está empreendida nessas únicas coisas, e nada mais. Daí quantas decisões de existir e aceitar o peso do Infinito que carregamos às costas; com isso, inventar exatidões no sentido da razão de aceitar o preço das ausências do que ora seríamos feitos.

A bem dizer e permitir que palavras conduzam raciocínios, frações transcorrem aos nossos pés, neste mar de dúvidas. Muitos querem reunir as falas que lhes assistem de também conhecer, através dos astros e das cartas, o Destino, porém são por demais estudados e pouco discernidos. Caberiam, quem sabe?, novas conjunções, outros predicados e aulas ao sopro da conformação. No entanto, aceitamos, de bom grado, o fluir dos séculos a percorrer nossas veias.

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