quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

O equilíbrio dos contrários


Um desafio constante de que somos seus intérpretes. Houver manifestação no âmbito material, a dualidade ali está presente. Em tudo, afinal, desde sempre. Noite, dia. Lua, Sol. Frio, quente. Água, fogo. Negativo, positivo. Pensamento, sentimento. Açúcar, sal. Dentro, fora. Sombra, Luz. Guerra, Paz. E a função natural dessa polaridade efetiva que disso a vida se manifesta na matéria rumo um equacionamento maior. Tudo tem que ter o seu contrário para poder existir, do Livro do Caminho Perfeito (Tao-Té-King), de Lao-Tsé.

Os místicos trabalham a revelação do outro plano, porém sujeitos aos encargos de confrontar a materialidade, daí a razão do sofrimento que tendem vivenciar. Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim, segundo afirma Jesus-Cristo. No mesmo seguimento, Paulo de Tarso considera: Não sou eu quem vive, é o Cristo que vive em mim.

Conquanto estejamos numa existência física de seres espirituais, daí a expressão corrente nas filosofias, doutrinas, religiões, escolas místicas, psicologias e revelações de vencer as contradições e trazer à tona, esgotados os valores perecíveis da carne, a consciência, que busca crescer em si até obter auto revelação, ou iluminação, purificação, salvação. Nisto, dar-se-á o encontro definitivo com Deus, que vive no íntimo de cada ser humano em sua procura pela superação da morte através do prosseguimento superior das vidas que vive.

Transcender, por isso, significa desperta a revelação plena da presença espiritual, fonte original da existência, o que permite chegar a um plano superior e nele desvendar o real motivo e o sentido da história deste mundo atual.

Eis, numas poucas palavras, o mistério em forma de manifestação da perfeição, a Ciência verdadeira da Natureza de que sejamos parte essencial, face à inteligência e aos pendores de nossa Evolução.

(Ilustração: Yin/yang).

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