São ferrenhas e afiadas as garras que sustentam o mistério de andar aqui e sobreviver a tudo, no sentido claro de que existe algo mais além dos séculos abertos que sustentam o Chão. Vastidão sideral que nos cerca, olhos invisíveis de seres estranhos a nossa volta, o deserto das compreensões disfarçados em minúsculas partículas lançadas ao vento, isso, aquilo, vezes sem conta a preencher o teto do firmamento aos nossos pés... Tais nuances de certezas reclamam de alguém o jeito próprio de contar a que veio, no entanto.
Disso, dessa ficção em movimento de que fazemos parte, restam detalhes expressivos doutras dimensões, acondicionados sob o lençol do entendimento, a circular nas árvores e no trino dos pássaros no decorrer das emoções atuais. Há um demiurgo, ou ente fabuloso, que mantém o credo desse exercício constante de silêncio sem a menor interrupção, na sua coerência. Cauteloso, faceiro, conhece as infinitas razões do quanto dispõem as comportas do Tempo e a moldura dos horizontes. Enquanto isto, parceiros abismados constroem seus castelos na areia dos mares e dormem logo a seguir, numa busca das respostas que ainda vêm, pois disseram isso acontecer a qualquer instante, pois.
Nos céus, outrossim, persistem sinais daqueles raros significados inscritos nas profecias de algumas civilizações. Que exótico, no entanto, o fluir das consciências nesses universos à margem de prontos discernimentos. Nem face a tanto, contudo, ser-se-ia prudente esquecer das normas do Destino e escrever outras lições nessa fase de tanta expectativa.
Porém muitos acreditam nas puras visões do Paraíso que ainda carregam consigo desde as primeiras vezes quando lá estiveram, mesmo assim dotados de esquecimento galopante, inevitável. Sabem, entretanto, dos vultos que viram descer pela garganta do abismo e fugir sorrateiramente, às pressas, quais meros autores de determinações em andamento numa fase de urgência. Criaturas essas decerto lá em um tempo que regressarão de uma vez só e revelarão o motivo próprio disto ser o que ora acontece diante das luzes que, sem cessar, percorrem o Infinito.
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