quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Novos olhares


De tudo, enfim. Dos acontecimentos e das visões lá bem distantes; dos momentos velozes que passaram feitos nuvens e jamais voltaram. Olhares novos. Ver, talvez, o que nunca enxergou do que houvesse antes perfeito nas imagens, no entanto agarrado na memória, os perdidos passos doutras histórias que deixaram marcas profundas no coração da gente. Querer recontar a si próprio aqui que transcorreu, dúvidas, equívocos, desnorteios, contudo pedaços justos de nós que sumiram sem largar vestígios pelas profundezas do ser e insistem regressar, às vezes nas horas de silêncio, de quatro crescente, de manhãs chuvosas, mas continuam ali tal incrustações definitivas na alma, restos fortes de solidão adormecida.

E nessas ocasiões não há como fugir, acalmar o discernimento sob a justificativa que não tivesse nada consigo. Curvas de estradas, lugares onde se passou e as recordações dali que persistem na folhagem, nas sombras, no rio, naquele lugar de encontro inesquecível, a dizer memorável do quanto sobrevive. Saber entranhado no sentimento e viver a sensação da inesquecibilidade do inevitável, poderoso qual determinação doutro poder maior vindo de longe, das alturas, quiçá doutras dimensões... Visões intactas... Iguais emoções a pulular em tais oceanos... por certo da existência inesgotável da gente. Os antigos sons a ressoar nos rincões desaparecidos da alma hoje intacta neste sempre que somos.

Todavia isso que significa a existência, esse eterno retorno de saudades que impera de si até que chegue o dia do reencontro das tantas situações felizes, desfeitas no firmamento da individualidade, isso agora consiste em tocar adiante a nave da consciência pelo Universo afora, e conhecer os caprichos e as vontades das lágrimas, dos risos, das alegrias, esperanças e sonhos...

Andar no instinto de achar a tal felicidade e os momentos definitivos da Paz, pessoas afetuosas, saúde, calma, aceitação, virtudes... Esse o somatório de pisar o espaço e respirar no tempo, seres intermediários entre o mistério e a certeza do quanto dispomos, ao sabor do que distinguimos das imagens de perfeição a nos tocar os pés e viajar conosco nos céus do desconhecido.     

Nenhum comentário:

Postar um comentário