quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

O ano que nos espera


Dentre as reencarnações vividas, ou por viver, a mais valiosa, que na verdade pesa com destaque e torna evidente a força do universo de todas elas, trata-se da vida atual, através de que nos vemos, face a face, perante as decisões do momento, no comando de nossos destinos, neste belo dia. Isso porque o passado deixou-se lá atrás nas suas experiências de estrada e o futuro apenas virá adiante; inexiste ainda como coisa palpável, por razões lógicas.

O presente, portanto, equivale a sabor de fria realidade, que responde a que se veio, no dispor das oportunidades constantes, nos dias. Haja considerações das outras horas, servem, pois, de citação, instrumento de estudo, lanterna de popa, contudo, a significar valor inestimável, porém fora do âmbito imediato.

Quais avaliações filosóficas utilizo para destacar a importância deste 2003 em que há pouco se chegou, nas nossas vidas, no foco da civilização de um tempo de raros desafios. Todo ano merece o máximo respeito. Alguém até escreveu ser este o derradeiro ano do resto de nossas vidas.

Quando as ocorrências exigem mudanças específicas na correção dos rumos da história, cabe aos responsáveis diretos, aos vivos desta geração, se mobilizar e redefinir as perspectivas desses rumos.

Pessoas ou países mostram as caras semelhantes. Coletividades inteiras multiplicam por muitas vezes o processo dos indivíduos de que as compõem. Cada pessoa soma no resultado. Se o mundo formou o que existe, todos respondem pelo todo produzido. 

Vive-se uma época de calmaria suspeita sobre inumeráveis barris de petróleo e ogivas nucleares. A Terra-mãe pena gemendo debaixo dos equívocos da raça humana, dona absoluta de tecnologias corrosivas. Milênios e milênios de trabalho e luta redundaram nesse filme antigo que, lagarto pegajoso, invade as nossas casas e cobre nossos sofás. O preço conduz os corações e as mentes, poder totalitário das bolsas a impor  normas e gritar ameaças de guerra.

Entretanto, novas respostas existem, no auge do império de medo e portas fechadas. Vêm através das íntimas consciências de cada uma das imprevisíveis criaturas humanas, fruto da luz transformadora, pela calha daquilo que se convencionou chamar de esperança e criatividade. Elaborar do espaço interior a renovação significativa de ampliar as atitudes para além das bases tão só materiais.

Há, por isso, níveis outros de apreensão da mesma realidade, tantas vezes inacessíveis a humanos, que surpreenderiam poetas e sonhadores. Testemunham essa possibilidade os cavaleiros andantes do espírito. Ano após ano, eles escrevem-se o discurso das eras.

Na dança, nações elaboram caminhos válidos. Turnos de idade se completam. Novas populações se sucedem. Nascem chorosas. Crescem 

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