Isso de comunicar que tem tanto capricho de um a outro de uma distância transcendental na ânsia de chegar ao coração das criaturas, porém certos de deixar na distância tudo aquilo que mais quisessem transmitir. Face às existências, guardar segredos nessa busca incessante de significados entre vidas e vidas que vagam soltas nos farrapos das lembranças a sacudir as árvores que ainda persistem nas cumieiras dos céus, e suas histórias sendo contadas a todo instante na alma das pessoas, na dimensão resistente do tempo.
No andar dessa igual ficção do que a memória consegue
preservar, ali residem os dias do passado na relíquia de tantas saudades grudadas
pelas paredes do ser, a dominar o desejo e permanecer onde estivera. Estáticos,
pois, pisam de leva o solo dos instintos e recordam amores intactos que ainda existem
nas dobras do pensamento, enquanto cá fora deixaram rápidas pinceladas, neste
drama estéril da ilusão.
Mesmo que desejemos traçar o roteiro das luas a circular o
céu, quantas noites silenciosas já deslizaram na crosta da solidão. Astutos entes
misteriosos percorrem o firmamento quais novos verões, a nascer de dentro da
vontade, contudo só em retalhos de nadas que lá de longe fogem do real motivo de
estarmos aqui. Quer-se, todavia, imaginar outro sentido a tudo isto, e insistir
naquilo que antes foi e se desfez aos primeiros raios das manhãs ensolaradas.
E sobreviver a si próprio desde sempre vem sendo tal e qual
dizem as quantas melodias, os lampejos e a inspiração dos menestréis, a transitar
na raia dos sentimentos. Nós, quem buscava descobrir a porta da Salvação e
divisou o prazer imediato que tortura a todo momento. O sonho de amar dos
deuses, o poder inevitável da humana criação, murmúrios dos cérebros
abandonados nas florestas dos precipícios siderais, pequenos tesouros e paisagens furtivas, eis o que de novo insiste tocar a razão de continuar horas a fio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário