sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Realidade e sentimento


O lado externo e o que ocorre dentro, as duas vertentes de uma mesma moeda. Durante o percurso dos acontecimentos há o abismo da percepção que a tudo presencia. Qual sendo aspectos distintos de um todo, casca e interior, eles dois viajam pelo Tempo, dois em um só. Hora assistem, hora protagonizam o sentido das histórias que contam a si e aos demais. Quem seja o autor dos roteiros e quem sejam os que o exercitam à medida do sentimento, espécie de vasilha de medir a tensão entre o céu e a Terra. Alguém que pudesse ocorrer diante da fluência inevitável desse panorama que desagua no abismo das eras, e nunca mais volta aqui. Enquanto isto, quantos lugares, multiplicados ao infinito, na realidade dominam os enredos face a face com a natural fragilidade dos seus interlocutores, que o somos, a cada momento.

Qual quiséssemos considerar, seríamos tais motivos de existir o ser real e dele retiramos as avaliações de novos aprendizados que, todavia, somem na essência de nós, o espelho de tudo quanto agora verificamos, pois. E nisto os sentidos, somados aos sentimentos e pensamentos, agem em contrapartida; chega-se a imaginar fôssemos a razão disso, do que acontece a todo instante, contudo sem força de determinar que seja assim ou doutra forma.

Daí os mitos, por exemplo, das muitas civilizações, ao estilo dos argonautas, na busca do Santo Graal. Aos indivíduos essa missão da descoberta do que seja estar e vivenciar toda procura, causa primeira e derradeira do enigma sob que mourejamos na raiz de tudo isto. A que viemos, aonde queremos chegar, destino e satisfação de experimentar a fragilidade aos nossos olhos passivos, retalhos constantes da única realidade comum e definitiva.

A sequência natural disso significa sobreviver perante o caos em que a realidade se transforma interminavelmente, e fugir de si e de nós próprios, seus parceiros e senso de interpretação em queda livre. Eis, portanto, o argumento das vidas e os componentes desse mar onde habitamos e juntos também desaparecemos.

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