segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

A solidão das esferas


De tanto procurar um filme pelos aplicativos, e recordar os sonhos da noite que passou, bem que isto agora significa alternativa por demais. As quantas vertentes e as pessoas, espalhadas no firmamento, todas ao seu modo revertem o tempo e desvendam seus mistérios trazidos desde sempre. Circunstâncias variáveis, pois, que sejam, representam, faces de um mesmo espelho infinito a viajar lá longe pelos céus.

De imaginar consequências assim, viajam todos nesse patamar de histórias incompletas, soltas aos olhos fechados, enquanto os pássaros seguem seus trinados aprendidos diante da sorte necessária. Um a um, quais cápsulas, em esforço contínuo de compreender a si e transmitir o que lhes chega ao senso, os viajores ausentes invadem e somem noutras dimensões. Com isto, o esforço vivo das variações de humor toma de conta do mundo em volta, a contar as fantasias transformadas em longas narrativas, até quando, no entanto, ninguém sabe.

Essa tal exatidão dos objetos que o somos fala disso através do silêncio guardado no sótão das almas, lugar sombrio onde de tudo acontece na medida dos desejos individuais só então aprendidos no fluir das gerações. Sementes e frutos de nós próprios, rolam aos milhares diante do teto das horas, e o chão corre aos seus pés, por vezes lento, no inesgotável da velocidade dos amores e dos sonhos. O que representa, pois, existir a todo indivíduo, eis a pretensa e parcial resposta, presa na garganta passados que se foram e dos séculos de expectativa e novas oportunidades.

Porém nada além do possível das luas em movimento pelos corredores da visão, instantes e palavras largados nas calçadas do Universo, nascidos de personagens ainda cobertos de politeísmo e vontade estéril, à medida desse mesmo rincão donde aqui nos vemos a crescer e desaparecer; horizontes cobertos da lama dos períodos geológicos penam aos poucos nas entranhas e indicam de desejo o sentido inevitável de um encontro verdadeiro consigo e com o Sol.

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