quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Na floresta do Ser


De tudo então acontece neste universo estreito de si mesmo. São mil lembranças incontidas a crescer diante das horas, numa velocidade estonteante. Surgem cenas de filmes, instantes lá bem dos inícios, quando nem de longe contava viesse a defrontar tamanhos escombros despejados nessas noites escuras, esquecidas. Foram circunstâncias indefinidas logo às primeiras manhãs desses dias enevoados. Depois, no entanto, vieram juntos os desafios grandiosos face apegos ao corpo e suas necessidades urgentes, sobremodo as ânsias de relacionamento. Vezes sem conta dar-se-iam impedimentos vistas determinações da espécie e seus tabus arraigados, devidos aos códigos secretos escaldantes da matéria. Ninguém, que fosse, haveria de querer encontros fortuitos com seres do mesmo sangue. Normas prescritas de modo incontestável. Nisso, as tantas espécies a vagar pelas ruas estreitas de árvores e pedras quais sonâmbulos embriagados nas próprias substâncias ali deixadas no tempo. Assim tais criaturas à busca de compreender a que vieram, nunca deixaram ao léu o desejo de encontrar outras pessoas que as pudessem satisfazer essa fúria de prazer que os consome, dia após dia. Isto significa, sobremodo, outrossim, a mesma fome de alimentar o corpo no sabor dos outros corpos. Bem quais condições significaram a razão de estar aqui, somando a tanto sede incontida dos outros versos que preenchem de dúvidas o espaço nebuloso antes considerado tão só justos motivos de tocar adiante os laços entre palavras e pensamentos, e sentimentos. Destarte, durante séculos, eles viajam a meio das perguntas e nenhuma resposta clara do que possa existir já pode contar em todos os detalhes a história, seus dramas e interrogações largados pelo chão, a meio das folhas secas, esquecidas, das gerações. Antigas definições filosóficas, porém, agora vivem deixadas ao léu sem causa aparente ou definição precisa de tudo em volta. Espécie de saudade numerosa invade o rio dos anseios e todos seguem iguais neste vale de lágrimas que norteia de esperança o céu das consciências ainda adormecidas em alguma visão que virá com o Sol no penhor da madrugada, cálido sonho de luzes e cores vivas no coração da gente.

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