Isso que vem do querer de a tudo selecionar, esquecidos
daqueles que nem pensam e vivem, sonham e desaparecem na mesma velocidade do
vento e das flores. Pedaços de universos depois desfeitos em cinzas ao sabor
dos dias, nas varandas de tantas casas, a meio de lágrimas e risos. Nós,
portanto, parceiros da infinitude, retalhos das lembranças, num movimento
circular de gerações inteiras. Olhos vesgos nas pequenas vezes, passados que
sejam os trinos e as aves, e logo na sequência querem olhar as cenas feitas dos
ecos imaginários do Paraíso no outro lado da rua.
Afeitos, por isso, ao ritmo de uns tambores dali distantes,
mergulham de alma inteira nessas aventuras criadas nem se sabe onde, ou quando,
porém, mesmo assim encantadoras oportunidades de sabor inigualável. Ser-se fiel
consigo próprio perante o fluir das gerações. Saber dos ritos, das virtudes
aqui guardadas no tramitar das máquinas, que alimentam e pedem certezas,
capuchos do algodão das eras. Corações que padecem, no entanto se desfazem na melodia
das eternidades. Essas imagens deixadas em monumentos e para sempre entranhadas
nas horas sem conta, pois. Reflexos de palavras inteiras, seres vivos nascidos
na consciência de todos, depois desfeitas nas dúvidas e nos tempos. Dramas,
longas epopeias de romances eternos, quais suaves recordações que inscrevem de
nuvens o firmamento, assim persistem os heróis ao sabor dos invernos pelas
cores espalhadas no caldeirão das paisagens aí de fora, no país de miragens sem
conta.
Talvez que ressurja nalgum momento a trilha sonora de
quantas ilusões perdidas pelos porões das memórias. Conquanto imortais,
sobrevivem aos valores que os constroem e consomem, nessa indústria do Tempo.
Vislumbram mares mais profundos e adormecem nos braços do desejo, senhores de
si e pendores das religiões. Nisto, as formas de um catálogo aos nossos pés
onde apenas pisamos e lá, certa feita, habitaremos de todo, tais minúsculos
confinantes de uma perene Felicidade.
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