Entre as montanhas e os abismos perduram as cenas sucessivas. Protagonistas vários ali sacodem os papeis, vidas e vidas a par. Seres por demais saem nas estradas afora submissos aos picadeiros abertos nas esquinas dos céus. Isto, este mundo, de paredes disfarçadas em letreiros, artes, cores, são as cercas e muralhas que cercam o labirinto dos mais variados temas, ao sabor das criaturas. Nisto, os dramas, roteiros repetitivos de lendas esquisitas, espalham o apetite das feras florestas inteiras, no entanto.
Lembro de quantos que me fizeram a cabeça, às vezes desconhecidos
atores, figurantes de romances, contos, filmes, a fustigar na sorte as escolhas
e o movimento do Tempo em volta dos dias, o que depois ficaria gravado nas
entrelinhas das lembranças. Eles, os aventureiros de plantão a julgar os
sentimentos. Marcos largados nas telas, nas vistas, nas histórias, de um a um. Pelas
ruas, praças, palcos; sujeitos às mesmas condições dos demais, porém afeitos a
vencer, ou a perder, quem sabe?! com igual felicidade.
Assim se edificam os monumentos, os campeonatos, os prêmios.
Pousos por vezes desnorteados, deixam cicatrizes profundas nas dores da
consciência. E ainda que tal, há que tocar adiante, pelas frestas da noite, a
figura dos mártires de si, sujeitam às jornadas e aos caprichos individuais.
Desvendam, no mistério, os vazios profundos da alma e de lá convergem de palavras
e sentimentos as recordações presas ao pescoço. Luas e luas, vagam solitárias
pelos desertos da ausência e do nada constroem outros nadas, conquanto vão, que
têm de ir, pertinentes.
A gente revive essas existências, numa soma estonteante com
nossa presença sobre o corcel das massas em movimento. Silenciosos, hoje, seguir-se-á
pelos becos do desconhecido em vãos fantasmagóricos, nos trilhos do passado. Trazem,
todavia, as relíquias e fazem delas outros modos de ser do que ficara atrás,
numa condição de sujeitos dos períodos abandonados à margem dos caminhos. Almas
doridas, ilustram dessas legendas as próprias refeições de agora.
Vértices do que virá, longa esteira de solitários grava na
face da inexistência os antigos sóis de antigamente. Eles, esses nós, a todos
reunidos em um só universo, desfazem do Infinito a razão de estar aqui, reais
significados e inevitáveis sentidos em tudo que existe.
(Ilustração: Centro de Cultura Mestre Noza, Juazeiro do Norte CE).
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