quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Nessas horas mornas


Estados esses a meio de tudo e nada, bem ali que seguem incontáveis os delírios de tantos, onde nasce o Tempo na sua severidade, sujeito de luas, sóis e silêncio. Entremeios e temperaturas deslizam no vento. Vidas assim, chegam no desejo de justificar as razões do quanto existe nas perguntas definitivas, nas buscas de justificativa, de motivo, pelos subúrbios das memórias em movimento.

Daí, as filosofias que crescem, luzes na imensidão. Explicações e sentimentos. Vidas absortas nas horas, nas letras; marcas largadas no estio de tantos corações que ora padeceram, no entanto. Uns que bem explicam, outros que compreendam e exerçam a função das palavras, dos conceitos. Isto das virtudes práticas, invés de meros adjetivos. Almas que ardem de dentro e despejam, nas lareiras do Infinito, aquilo que lhes dói profundamente. O querer, o existir, rochedos indivisíveis e solitários.

Essa vontade insana de ser feliz, sorrir, adorar, terce o bordado  com as sete chaves da consciência, a meio de interrogações e sufocos, caravanas de sustos e mágoas, prudentes valores de almas até então esquisitas.

Saber dos desencantos de riquezas, poderes, famas, trastes esquecidos nas caminhadas e só depois vistos de longe pelas frestas de nunca mais. Os prazeres, delírios, desgastes. Gritos na escuridão que se desfazem pelos corredores da dúvida, das ausências. Quanto mistério há nisto de perder na inexistência o fastio dos calendários. Contudo, erguer esperanças e fé aos degraus dos próprios pés. Exercitar as certezas da Verdade pelas trilhas das dores abertas de estar aqui.

Vezes ocorrem à inspiração encontrar, nas portas abertas do firmamento, a claridade, os sonhos. Sobreviver a si mesma através da presença que lhe conduz. Transformar-se, transformar. Quantas histórias persistem no íntimo das gentes, todos que pequenos somos, porém algo, alguém, suficiente ser, de encontrar o caminho em que abismar os sentidos e converter em luz a força dos instintos. Além de falar, as palavras gritam, pois. Divisemos tais certezas e alimentemos os dias nas paisagens em volta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário