Esses sonhos de querer os quais se perdem no vazio das horas. Sombras rápidas no inútil do impossível, as luzes desfeitas em pequenos fragmentos de pureza são logo adiante sucedidas a si próprias nos pensamentos, a oferecer tais soberbas condições que somem no passado. Tocar as vestes da lembrança e bem adiante mirar tão só o desconhecido. Aonde foram, jamais esquecem. As surpresas do inesperado feitas de ruídos à busca dos momentos inexistentes. E quem poderia haver nisto senão as bordas dos destinos da imensidão. Essa presença, vista nos caminhos e jamais reconhecidas pela alma das criaturas. De um lado, as presenças; do outro, ausências mil.
Na sequência natural de tudo, pois, a certeza das vastidões
que nos contemplam de onde ninguém há de saber. Multidões sem fim, de formas a
percorrer o Universo, depois tornadas em restos e relíquias, monumentos
enigmáticos, trastes inúteis das mesmas consciências lá de longe avistadas e desaparecidas
no séquito dos momentos desfeitos. Entre a dor e o prazer, correm apressadas,
quais rebanhos de animais até então fantasiosos a morar no seio das palavras,
sons estridentes de cantigas deixadas ao vento. Portas de paraísos artificiais.
Mecanismos largados ao relento. Lojas de sobrevivência, no entanto perdidas
nesses desertos estonteantes da sorte.
Quaisquer prodígios que fossem tornar-se-ia meros fatores de outras destruições dos tais instantes domínio dos instintos. Os filmes falam disso, oferecem margem aos reencontros, porém no branco e preto das produções abandonadas. Assim também os credos, as filosofias, os romances de estilo, as canções e os gestos. Fagulhas estonteantes do fastio. Mares do definitivo. Céus da solidão. Traços e códigos irreais inscritos nas noites e apagados no amanhecer. A veracidade disto preenche infinitas eras no sentimento de todos, enquanto as perguntas crescem a perder de vista. Pudessem percorrer o colo dos contentes e desvendariam o quanto ainda existe de certeza em tudo, portanto.