sábado, 29 de junho de 2019

O Senhor é a Lei

O que as religiões, as filosofias, os poetas, buscam definir é o simples que de tudo emana. O equilíbrio universal. A força viva da Natureza. A essência dos elementos. Esse poder absoluto que determina o andar dos acontecimentos. Há notícia, entre os gregos antigos, no Olimpo, a casa dos deuses, de que lá havia um altar dedicado ao Deus Desconhecido. Ele, esse conteúdo inevitável que perpassa o transcurso dos dias, queiram ou não os incrédulos, representa a determinação, o senso transcendental que requer o mínimo de consciência dos humanos, ditos seres inteligentes. 

Por mais que exista esforço de todas as disciplinas estudadas nas academias, provar a soberania do Poder tão evidente requer mais do que palavras, conceitos, que esbarram nos limites dos raciocínios e que condicionam a compreensão a meras quatro paredes da impossibilidade. Explicar o inexplicável. Enquanto o espírito do Tempo circunscreve inclusive a descrença dos doutos, nisso a Lei impõe, determina, fatores intangíveis, ocorrências fortuitas, aparentes coincidências, e tudo permanece de acordo, na contingência das cores desse panorama visto daqui das nossas condições restritas. Domar, conter, restringir a voragem dos séculos sustem, entretanto, que a obediência advêm dos frutos da sabedoria, adquirida no decorrer das experiências e dos pendores deste chão de almas que mourejam entre desvarios e sonhos. 

Compreender, portanto, que nossos instrumentos apenas restringem a percepção desse Ente a que buscamos desesperadamente na história da Humanidade, significa acalmar pensamentos e viver os reais sentimentos de pertencimento, diante das réstias de luz que nos chegam ao Coração, pátria da humildade, setor da paciência e caminho da Verdade plena.

Os nomes de Deus vivem no íntimo de todas as criaturas. Buscar a Paz identifica o sentido a que essa harmonia original se destina, pórtico das tradições e dos mistérios, sol dos enigmas e pouso das aves do Paraíso. 

terça-feira, 25 de junho de 2019

O saber divino

O aspecto místico das indolências pede essa libertação de si mesmo, o chamado de essência de tudo quanto há todo tempo que nunca passou. Emoções inteiras de receber a força do Infinito dentro da própria consciência. O canto de todos os sons do Universo inteiro, sem toques de que algum monstro de escravidão ou desengano um dia ferisse a vontade das vontades que expande os sóis de verdade pura na alma e nos corações em festa. A quem dizer, pois, dessa luz enquanto brilham os astros no céu?

Nisto, um ser de luz habita durante todo sempre no mistério das existências. A meta do amor é voar até o firmamento. A do intelecto é desvendar as leis e o mundo. (Rumi) Sorri nos sentimentos e abraça a condição humana qual razão de plenificar amor à vida sórdida ainda na matéria. Conhecer do presente seus segredos e fluir do mistério a condição que tudo revela, supre das palavras o prazer dos espíritos no âmago da floresta. 

Quantas vezes, assim, o desejo de conhecer permite sonhar com mais pureza a liberdade, enquanto batem no peito traços últimos de sofrimento. Apenas quiséssemos vencer o medo e acabaríamos com a culpa, dois adversários ocultos sob as folhas da ilusão. Vencer os fantasmas e as noites, e dormir sobre as conquistas de um Eu bem verdadeiro. 

Sim, isto de abraçar instintos, as marcas fortes do ente que acorda pouco a pouco, e transmite poderes às lendas em novas revelações; caminhos lentos em saltos monumentais; monstros em gênios; bruxas em fadas. Mares virgens da velocidade do vento que são agora meros frutos de safras inesgotáveis de humildade e aceitação, o fogo na montanha íntima da paz. Aceitar, abraçar, vencer; poucos que chegam no pouso da felicidade vencem o território inesgotável da condição de deuses que já o somos. Afinal, o êxtase de amar que nos envolve e domina.

sábado, 22 de junho de 2019

Vida hoje só provisória

Ainda que tantos insistam numa permanência mais que definitiva, ninguém viverá eternamente morando numa estação. A velocidade dos objetos voando ao vento mexem de paixão na consciência das máquinas em movimento. Vezes sem conta, nascerá o Sol. Dias menos dias e o comboio passa, trazendo e levando troços arrecadados, bolsos cheios de ilusão, nos entretantos e dúvidas. Reúnem hoje, descartem logo adiante, nos lixões da inocência. Pessoas, nós, mesmas pessoas que ontem fomos e amanhã deixaremos de ser, aqui entre ferragens, becos e concretos; muralhas, vales, cifras, céu aberto. São eles (nós) personagens do Destino, bem parecidos consigo (comigo) e com demais outros.

Porém há nisso a essência do ser em transição do nada a coisa nenhuma, consciências vivas das sementes na existência, bondades absolutas do mistério. Trabalhar o seguimento dos motivos de andar, fervilhar e sorrir preserva a inutilidade do sentido e das eras, porquanto nos é dado responder à pergunta desde o berço, guardada que foi no imo do humano coração. De certeza somos eles, os guardiões do segredo que significa exatos silêncios alimentados na dor e no prazer. Pisamos caminhos de tantos perseguidos e seremos perseguidos pelos novos pelotões. Querer pesa pouco, vez que nem de longe interrogados fomos, a encenar esta peça dos enredos desconhecidos.

Bom, bem isso, numa dessas tardes de horas cinza, horas claras, dos calendários fortuitos, e dizer aos nossos ouvidos que sabemos o que não sabemos e representamos talvez enganos mil da vaidade, olhos vistos no infinito. Entretanto parar o quê, se nem sabemos do roteiro desse trem acelerado que reclama atenção e seriedade, onde filósofos pintam portões de felicidade a tintas foscas e que pouco de si representam. Meros joguetes na própria sorte, enganam e dormem, vadios nas palavras e perdidos nas cores.

Então, resta apenas isso de indagar do tempo qual será a próxima muda de roupa a usar nas próximas cenas, e vivam os fiéis expectadores das novas temporadas. Disso ninguém duvidará, de sermos atores menores de um roteiro monumental.



quinta-feira, 20 de junho de 2019

Há um Eu eterno

Ao que consta das lendas e dos tratados, porquanto sempre assim aconteceu bem no seio das criaturas humanas existe um meio de vencer as intempéries, angústias e aflições diante dos limites insistentes deste chão. Trilhas essas da geopolítica das próprias criaturas, nelas se oferecem os instantes de glória seguidos de perto pela sensação de não achar a porta do que significa a libertação no extremo final. Buscam, à exaustão, modos suficientes de responder ao enigma, no entanto batem longe do sucesso às condições de provar a si o quanto distantes ainda passam das vertentes da libertação. 

Nisso, persistirá a vontade imensa de ser feliz durante todo tempo, o que galvaniza o interesse dos humanos, que lutam desesperadamente à cata da satisfação plena fora do giz das condenações em que mourejam ricos, pobres, da cor que tiver, do credo que praticar, sexo, poder, fama, idade, de tudo e todo jeito de ser e haver. Fome de absoluto domina, pois, as instâncias dos mortais, pretensiosos de esperança. 

São tais anseios, destinos ingratos, contudo, que tocam adiante o rebanho nos variados quadrantes das raças e civilizações. A quem perguntar, a quem implorar, em quem acreditar, porém representa só o instinto da sede do divino que alguns revelam vez em quando, e sobem aos altares dos exemplos. Ao resistir e vencer tais fronteiras da matéria, vão a rincões afastados e rezam silenciosamente as suas dores e adormecem no anonimato das multidões. 

Poetas, místicos, santos, dão notícia dessa força diferente que habita o coração, jugo e fardo, entrega ao mistério das espécies, mártires do amor, heróis da imensidão. Consumidos ao fogo da paixão da Eternidade, deitam laços de convicção à fome incontida do mais que perfeito; aceitam no ser a alma que nele existe e crescem à velocidade da luz, porquanto há em nós um Eu eterno que nos anseia a todo o momento, única verdade que importa em essência e contrição. 

terça-feira, 18 de junho de 2019

Emoção da sobrevivência


Depois dos obstáculos serem vencidos e diante do inevitável de inúmeros acontecidos face a face com o desconhecido, fera de dentes amolados e garras afiadas, perante os deuses do Olimpo ali no senso da necessidade que impôs o poder do desejo à força dos milhares de séculos, esbarrara no templo da paixão. Único sentido diante de tudo, que resistisse a mais esse desafio e pudesse dormir, ainda que de lágrimas insistentes virem aos olhos e comprimissem a garganta seca.


Que dizer, no entanto, que serva de guia nas trevas escuras de si mesmo, corpo de vontade imensa a rever a fonte da beleza na luz incandescente do amor. Contudo apenas um motivo servira de razão a sobreviver, que preservasse o poder da sensibilidade a qualquer custo, vez que razão de existir significa tão só vencer o enigma e amar muito mais e acreditar que assim virão dias melhores, na justiça da Eternidade.

Desse modo, os guerreiros persistem nos combates mortais, aos crivos do destino, que há de haver grandes suficientes de atravessar o Inferno e cruzar as barreiras do Infinito, até divisar o portal das certezas. Canções falam disso durante as noites de saudades perdidas, no decorrer das vidas distantes.

O nome dessa verdade persiste vagando entre as árvores do ser lá de dentro, corpos largados vezes sem conta nos campos abertos do Sol. As sensações, pois, de uma felicidade experimentada pertencerão sempre aos que obtiverem do sonho notícias recentes.

E saber que o momento e sua raridade seguir-se-ão guardados no imo do humano coração, jamais esquecendo a ocasião de vencer impossíveis durante as eras que ficaram gravadas no firmamento das horas mágicas. O trilho da realidade inesquecível agora detém o valor da emoção da sobrevivência, algo bem de Deus, na forma de alimento.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Jackson Bola Bantim

Essa geração da vanguarda artístico-cultural dos anos 60 e 70 guarda nomes que marcaram época na região do Cariri cearense, dentre os quais Jackson Oliveira Bantim, o Bola, que pode ser classificado com um homem dos sete instrumentos. Votado ao mundo artístico, transita com extrema facilidade no cinema, na fotografia, na música, na cultura popular e nos eventos do período, vinculado a instituições ou por conta própria, evidenciando nítida vocação ao fazer das várias manifestações que abraço nesse mundo das artes e da cultura.

Descendente (bisneto) de Luiz Gonzaga de Oliveira (Gonzaguinha), fotógrafo profissional, ator e exibidor, pelo interior do Ceará, das primeiras produções cinematográficas, período de 1885 a 1930, Jackson Bantim logo tangenciaria pela mesma vertente, inclusive criando, junto às instalações do Instituto Cultural do Cariri, do qual é sócio efetivo de cadeira, o espaço denominado Memorial da Imagem e do Som Luiz Gonzaga de Oliveira, aberto ao público pesquisador das áreas de áudio visual, história e cultura popular regionais, que funciona desde 17 de maio de 2012. 

Casado com Fátima Serra Bantim, é pai de Jamylla Andrezza e Thiago, e avô de Jéssica, Jackson Manuel e Miguel.

Em 1974, teve uma participação no filme Padre Cícero, do cineasta cratense Helder Martins. Depois, residiu e trabalhou em Campina Grande PB e Fortaleza CE, também na área cinematográfica e de produção para de vídeos para a televisão. Em Crato, participou da maioria das realizações cinematográficas do Cariri desde a década de 70. Entre as produções cinematográficas de sua autoria uma se destaca com mais intensidade, As sete almas santas vaqueiras, produzida e lançada em 2009. 

Além de produtor de shows de grandes artistas nacionais em nossa região, Jackson é compositor de músicas gravadas por cantores e grupos de renome. 

Acompanhou de perto o merecido destaque do poeta maior do Sertão, Patativa do Assaré, de quem mereceu a amizade no decorrer da existência do vate. Amigo de figurões proeminentes da música popular brasileira, esteve à frente de espetáculos os divulgando em nosso meio e noutras regiões do País e no Exterior, quando, por exemplo, teve a oportunidade de acompanhar os Irmãos Aniceto em sua excursões à Europa. 

Outras atuações efetivas de Jackson Bantim dizem respeito a montagem de exposições artísticas e culturais, sobretudo junto à Universidade Regional do Cariri – URCA, onde presta serviço há mais de década em assessorias voltadas a eventos de cultura e arte. 

Desta maneira, tecer comentário a respeito de Jackson Bola Bantim significa, sobremodo, considerar personalidade ímpar desse universo mágico caririense a que tanto carinho devota e onde exerce liderança com êxito e bons frutos; de espírito identificado com as origens do nosso povo sempre valorizou as tradições e os registros da cultura brasileira, sendo reconhecido pela força de  trabalho e habilidades no rol dos que constituem esse panteão de artistas e mestres das heranças atávicas. 

Nesta fase, Jackson Bantim ora consolida o sonho que alimentou de ver no ar a emissora educativa da Rádio Universitária URCA, 94,3.

sábado, 15 de junho de 2019

O cérebro do coração

Dia desses, li no Facebook uma matéria a propósito de que o coração também pensa, isto é, que também dispõe de cérebro semelhante à razão, este que exerce atividades pelo cérebro com que trabalha. Isso vem sendo afiançado pela Física Quântica, nos estudos das qualidades abstratas da energia mental, descobre e comprova funções cerebrais através de ondas e de partículas, meios em que circulam as realidades até bem pouco ignoradas pela Ciência.

Deste modo, partindo desse pressuposto de o coração possuir território reservado de se manifestar através de cérebro exclusivo, área própria disso acontecer, há que avaliar o poder dos sentimentos, porquanto estes são gerados no coração; enquanto maquina, os pensamentos nascem da fria razão intelectual, o coração também sente e emociona, e pode transmitir o que produz. 

Antes, quando a psicologia estimava tão só ser o cérebro de pensamentos, monopólio da razão, falava na transmissão mental, ou telepatia, exaustivamente pesquisada inclusive pelas nações envolvidas na Guerra Fria, segunda metade do século XX. Russos e americanos reservavam parte dos seus esforços nos laboratórios a conhecer de mentalização, chegando a conclusões de respeito em face dos frutos obtidos.

Nestes dias, os avanços já ocorrem nessa outra vertente, do poder de transmitir sentimentos, quando consideram a força que possui a mente do coração e sua influência bem maior do que a influência meramente física, digamos assim, material, da razão. Nisso andam passo a passo os meios da tecnologia avançada de aproximar pessoas, comunicação bem mais presente junto das outras, em constantes transmissões dos sentimentos, de coração a coração, ocasionando verdadeira revolução nos relacionamentos interpessoais pelas máquinas ora existentes, neste mundo globalizado.

Essa constatação representa, portanto, avanço estimável na possibilidade humana de transformar a consciência em outro patamar de percepção, a lembrar palavras de Jesus: Meu caminho é o do coração; ninguém vem ao Pai a não ser por Mim. Abre, então, nova perspectiva na evolução, diante dos recursos dos novos instrumentos em unir pelo Amor, este fruto originário do Coração.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Vazio absoluto

Lá das origens quando nada existia, nem um nada que fosse, o princípio do princípio vagava pelas fimbrias na inexistência, e nisso apenas o Verbo que se faria carne e habitaria entre nós, feito nós, apenas isto caminhava no vácuo. O Nada, personagem invisível, inextinguível, trocava passos nas manhãs do Tempo. Desse absoluto inexistente daí nasceria o Um, o eu primeiro da existência, o ente por demais universal que logo coordenaria o Dois; do dois viriam as Mil existências espraiadas pelo mundo em volta.

Regressando, portanto, ao portal das virtudes, ali da extrema inexistência, era a pobreza no sentido puro, ausência do que quer que fosse, alguma consciência nenhuma da total desconexão com o que quer que existisse, vez deshaver, bem assim o lugar da paz na Verdade, pureza em estado puro. Conquanto voltasse ao nível dessa ausência de ausências, bem no foco radical das presenças ausentes, de tal modo haverá de ser quando persistir o momento do reencontro de si para consigo. Saudade de quê, hora quando nem palavras haveria? Só o senso do Nada, o amor em forma de luz da plena percepção de Si altivo e claro.

Num momento qual, antes, pois, até do Um, achar-se-á o movimento dos primeiros seres, ainda que depois do Dois que virá ao sol do primeiro dia. Naquela seara de nenhum rei, porém pouso de todas as origens, quaisquer sejam, abraçar-se-á o instante da desesperança em forma de totalidade e far-se-á a plena luz da primeira Consciência de volta ao Nada. 

Há que rever os sentimentos e notar que única e exclusivamente por meio deles será possível compreender na latitude do nosso Coração ao impulso original, que dará presença aos menores fatores de viver o ritmo e o pulsar das estrelas entre as palmas dos Céus, e encontrar, por fim, o pomo da Felicidade, razão de Tudo, nascendo desse Vazio Absoluto que impera eternamente ao longo do deserto entre o Ser e o Querer, entre o Querer e o Ser, nas praias da Esperança. 

terça-feira, 11 de junho de 2019

Bem mais que precioso

Tempo, orixá venerado de todas as tradições, ele que passa numa velocidade estúpida e desvanece diante das dobras do vento, moleque vadio, largando folhas secas pelo chão na carreira de que é. Quando menos se espera, aonde foi, aonde foram, sumiu, sumiram, na Cachoeira do Tempo, rio imaculado, mantido tão só à distância do inesperado, ossos reluzentes de saudade e poeira. A gente olha em volta e cadê os habitantes do momento que fluíram nos rochedos da sorte. São fortes os abraços solitários nas estações, enquanto a multidão indiferente espalha passos pelo escuro de depois e nunca mais.

Esse enigma frontal das espécies age incontinenti vidas a fio, horas sem conta, marcando o ritmo das contradições humanas. Ser ignoto, invade o firmamento das luas e logo desaparece feito ser fantástico das histórias em quadrinhos; ninguém viu, ninguém curtiu, apagou simplesmente e pronto. No entanto marca bem, deixando largos vincos nas lamas do passado, pedras, paus e instrumentos de ausências e solidão. Reúne e separa com extrema facilidade, pessoas, objetos e quejandos.

Contudo traz fortuna, poderes, fama, amores, prazeres, e nada pede, apenas transita pelos astros tal poder sem limites, divisor das águas do Paraíso e mutabilidade constante das civilizações. Tempo, que pare e devora seus próprios filhos, no que assim falavam os gregos de antigamente. Vaidade, vaidades, tudo sendo vaidade, avisava o Rei Salomão. Nisso vagam os sois pelos céus, trilho das certezas de que nunca existirá o pouso exclusivo da felicidade durante os séculos da matéria em decomposição, engano de tantos, que apresenta o desejo da fome a pretexto de tudo usufruir.

Bom, perante a insistente dominação do invisível desse ente poderoso, resta aceitar nascer vezes quantas até descobrir a razão do que haverá no transcorrer das gerações, já que um dia ver-se-ão face a face no seio do mistério, humildemente rendidos aos sonhos inesquecíveis da real condição deste chão dos infiéis e dos santos. 

(Ilustração: A persistência da memória, Salvador Dali).

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Um transe de paz

Nessas vezes, quando a natureza concorre a que tenhamos momentos auspiciosos de alma envolvida nos amores da Criação, sentimos a todo instante quando a vida sorrir na imensidade dos céus. Isso de paz de que falam tanto as criaturas humanas em ânsias de encontrar o senso da certeza dentro da alma de si, no cerne da consciência. Em horas assim, espécie atônita de milagre invade as horas e envolve de leveza tudo quanto há em volta.

De tal modo que existirá tempo no íntimo de renovar o ser da esperança que mora na alma da gente, lugar de pouso de todos os perfumes bons das florestas do sentimento. Há que se pensar, pois, nas chances que perduram diante das evidências e das circunstâncias, no auge das possibilidades constantes. Abraçar de bom grado as chances das amizades e recriar a história desta raça de gigantes que ainda anda de quatro pés e precisa despertar à felicidade constante, honesta condição da fraternidade e da justiça.

Em plena jornada rumo à perfeição, todos marcham aos dias de plena transformação, veículo de iluminação, seres em mutação face do Eterno. Amar, amar, criar em meio aos desvãos da sorte a vitória de séculos de sonhos, agora em fase de construção mais que nunca antes. Acordemos, que a missão de iluminar os caminhos da humanidade é vencer os limites da fraqueza e desvendar o poder de conhecer os mistérios em que imperam às nossas mãos, pétalas da libertação nos dias.

Quais testemunhos de nós mesmos, no transcorrer dessas existências aqui seguimos unidos aos detalhes de momentos e aos fatores bons que chegam a todo instante, e fazemos da caminhada o instrumento dessa luz que alumia parte dos seres que ora conduzem rumo à salvação definitiva o fiel dos princípios da exatidão, valores e harmonia bem no coração.   

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Aonde buscar a Luz

De tanto percorrer os longos caminhos deste mundo, lá um dia descobrimos a verdade que desde sempre vive presente bem no nosso coração e a viemos revelar. Batêramos em muitas portas, viráramos muitas folhas, esgotáramos muitos pensamentos, e em fração de segundos virá esta força do Amor e despertará em nós o que de quanto esperávamos sequiosos. Um clarão imenso invadirá a consciência e despertará do abismo os pensamentos qual relâmpago de explosão monumental. Assim já falavam os sábios, a revelar o sol nas trevas à busca da Luz. Por que você permanece na prisão quando a porta está completamente aberta? (Rumi)

Por isso, tal deus antes adormecido nas entranhas deste mundo, algo despertará de dentro das pessoas e a tudo iluminará em volta, desde o céu azul sem nuvens, espaço universal de todas as cores, sons, letras, lugares abertos de sonhos e possibilidades, ao Amor afinal, a força maior que a tudo domina e conduz. Um despertar de alegria e paz, fervor das almas e pureza de espírito.

Nisto, só restará estender as mãos a abraçar o Infinito, parcela quase invisível do que hoje somos. Visão dos mártires e penhor das criaturas. Aceitar o mistério e abraçá-lo com o carinho da inocência original. Harmonia das sinfonias mais perfeitas, suavidade e emoção de calma e transe dos místicos, bem dentro do coração da floresta das maravilhas, na beleza dos filmes do imaginário e pouso das aves do Paraíso. 


Ouvir a voz de Deus aqui no seio das virtudes, essa transcendência de todas as buscas humanas, o caminho do coração de que fala Jesus. Amor maior, força propulsora e matriz das consciências em festa, morada dos santos... É isto, o quanto de certeza em nós mesmos ora transportamos, os herdeiros da Criação, aos páramos celestes.