quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Festival das Flores de Holambra no Cariri

Essa exposição de belas flores e plantas retorna pela oitava vez ao Cariri, o Festival das Flores de Holambra. São mais de 200 espécies vegetais de cores e formas diversas. Tantas delas que existiam apenas nos dicionários, nas músicas, na imaginação, nos poemas da literatura universal, agora, vindas do Sudeste chegam aos olhos dos caririenses. 

Azaleia. Tulipa. Poinsetia. Bugari. Açucena. Tulipa. Amarilis. Begônia. Rosa. Gérbera. Hortência. Afalandra. Minilacre. Orquídea. Lótus. Cravo. Rosa do deserto. Margarida. Crisântemo. Dália. Gerânio. Dália. Violeta. Branco de ouro. Amor perfeito. Cravínea. Ixonia. Bromélia. Ciclâmen. Elicônia. Etc. Etc. 


Em cada nome mistério, musicalidade, sonhos abertos em pétalas, traços, recortes vivos na alma das flores. Luzes de natural felicidade. Convites a viagens mágicas aos campos do coração da Terra e suas produções. Nos quadros exatos de criatividade inigualável, o Artista magistral cria as flores, os pássaros e as borboletas, que enfeitam as matas, desafiam gestos de pureza e sentimentos, leveza, carinho, peças geniais de rara qualidade.

Trabalhar com as plantas trazidas nesse festival que se repete em nossa Região reserva enormes ganhos e possibilidades aos observadores, somados à presença forte dos olhos acesos de quem nos visita querendo conhecer novas mensagens naturais de vida e esperança.

Neste ano, serão dez dias de mostra, desde 02 a 11 de dezembro, das 08 às 20h, na Praça Padre Cícero, em Juazeiro do Norte CE, quando milhares de pessoas circularão, a colher formas e tons multifacetados, de encher as vistas e a memória com os valores divinos da oficina vegetal.

Todo espaço possui espécies próprias, no entanto, agora reunidas pelo Festival das Flores de Holambra no Cariri, que mostra tipos de variados ecossistemas, isto num só lugar. Além de tudo, a experiência empresarial oferece ideias de cultivar plantas e enriquecer as novas gerações de conhecimento, no jeito sadio trabalhar a beleza da Criação. 

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Algumas considerações diversas

Escrever ao correr da pena é bem isso. Estivera ontem com alguns amigos na agência dos Correios em Crato, quando deles ouvia a pergunta de aonde foram parar as tradicionais personalidades cratenses nos moldes dos Ernani Silva, Thomaz Osterne de Alencar, Pedro Felício Cavalcanti, Miguel Teúnas Soares, Humberto Macário de Brito, Jósio Araripe, Ariovaldo Carvalho, José Valdevino de Brito, dentre outros, isso no sentido de enumerar lideranças comunitárias que marcaram a vida empresarial, administrativa pública, etc., da recente geração. 


Contive os argumentos e dizer que sempre houve e haverá nomes de valor durante todo tempo, nos cabendo identifica-los para guindar aos primeiros planos. Há, sim, grandes valores na atualidade, não só do município, mas da nação e do mundo. Porém esses nem sempre merecem escolhas ou se apresentam aos postos desta fase mercantilista dos destinos.

À medida das necessidades, vêm à tona e mostram serviço. Lembro De Gaulle, no decorrer do século passado. O Planeta vivendo a mais séria crise da história, tendo a França ocupada pelos nazistas, no risco de o totalitarismo dominar o resto do globo. General De Gaulle, desde a Inglaterra, estabeleceu o exército da França Livre, peleja que peleja, até entrar com suas tropas numa Paris libertada, das maiores epopeias da Humanidade.

Daí, o militar chega ao poder francês, administra o soerguimento do país, até sofre fragorosa derrota imposta pelos seus adversários políticos, em face da libertação que permitira à Argélia, possessão que tinham lá eles no território da África. Com isso, regressa ao anonimato, numa pequena propriedade que possuí no interior, preso no isolamento voluntário. 

Adiante, de novo a França enfrenta impasses de continuidade, durante a Guerra Fria. Os próceres franceses vão ao já agora marechal De Gaulle e pedem que regresse ao poder, no objetivo de atravessar nova crise de afirmação daquele povo. Ele aceita, outra vez dar de conta do recado, hoje sendo respeitado qual líder exponencial permanecendo no comando até perto dos derradeiros dias.

Assim são as populações. Ao momento exato, surgem nomes dignos e próprios a oferecer os meios de prosseguirem na inevitável aventura do progresso em todos os lugares.

domingo, 27 de novembro de 2016

Luz de dentro

Desde muito longe que ouvimos falar da existência do que mora no íntimo das criaturas humanas. Para que olhas em redor de ti, se não é este o lugar de teu repouso (KEMPIS, 1979). Dentro, bem dentro de nós, vive o Altíssimo, o Santo dos Santos, império da Salvação superior. Arquétipo da verdadeira felicidade, esse lugar existe, sim, de que dão notícias as tantas escolas místicas durante todo tempo, lá distante, nas inúmeras civilizações. 

Tomás de Kempis, em Imitação de Cristo, deixa bem claro o conceito de que no céu deve estar a tua habitação e, como de passagem, hás de olhar todas as coisas da terra.

Todas passam e tu igualmente passas com elas; toma cuidado para não te apegares a elas, a fim de que não te escravizem e te percam.

Por demais considerado o conceito do Eu interno em detrimento do ego, isto fruto dos pensadores no correr dos séculos, só agora pululam, nos variados campos da Psicologia, provas suficientes da constatação antes apenas filosófica e mística. Há, pois, um nível de percepção que indica tal função do despertar de uma nova consciência crítica, também denominada Consciência cósmica, objetivo de toda a jornada dos seres humanos, porquanto esse salto de qualidade viemos aqui promover. Quais desafios de todas as horas, os livros sagrados consagram os meios e comportamentos de obter a conquista do Reino celestial por força de honesta disciplina e da prática fiel do Bem. Toda confiança da virtude ressalta isso, de salvar a própria alma rumar à imortalidade consciente.  

A realização do Ser, portanto, virá em consequência do empenho individual de adentrar os escaninhos do corpo físico, onde repousa o cerne da mais plena revelação de Si mesmo e transmutação da carne em espírito, razão de tudo quanto existe sob o Sol. 

sábado, 26 de novembro de 2016

Naquele primeiro trem

08 de novembro de 1926. Manhã de segunda-feira. Parava na estação de Crato o primeiro trem, trazido pela força dos trilhos e das matas. Era a inauguração da estação da estrada de ferro de Baturité. 

Sobre os ombros de meu avô, minha mãe, criança de cinco anos, a tudo observava no meio da multidão domingueirada, absorta junto dos vagões de passageiros, onde, num deles, se instalava a banda de música que rompia de dobrados bonitos os monótonos assovios da maria-fumaça.


Encantado ante os acordes, com mãos impacientes, meu avô abria espaço entre as pessoas e namorava os feéricos instrumentos de metal. Extasiado, se aproxima, invade o recinto dos músicos e se rende à pompa dos visitantes ilustres. 

Depois, logo, busca conversar com o maestro. Fixo os olhos em um banjo. A todo custo quer dedilhar as cordas do esplendoroso instrumento. Notas nervosas, precisas, rudes, tira das cordas, enquanto lá fora escorrem os discursos, na plataforma da estação. Surge-lhe a caixa de repouso forrada de veludo vermelho em que o banjo raro repousaria, de fabricação estrangeira distante. 

O maestro se admira de ver tamanho interesse. Juntos, entabularam negociações nos assuntos musicais. Compromete-se a mandar pelo vagão das encomendas, meses adiante, idêntico exemplar de banjo recamado de madrepérola.

A festa estender-se-ia com outras vindas de trem, quando, algum tempo depois, meu avô receberia a encomenda prometida. Em dia memorável, lhe chega belo estojo envolto em percalina preta, forrado de veludo escuro, motivo das inúmeras noites animadas que Antônio Monteiro e outros boêmios cratenses, naquelas décadas remotas, promoveriam ao longo dos sítios do sopé da Serra, infindas algazarras de danças e amores, realizados nas luas de latadas felizes. 

O primeiro trem trouxera, por conseguinte, esse equipamento musical que integraria os próximos anos de família até quando meu avô deixasse este mundo, permanecendo a peça rara algum tempo ainda com tio Quinco.

Minha mãe não soube, porém, explicar as razões quando lhe perguntei o fim que levou o banjo. Disse apenas que o tio dera ele de presente a Deodoro Gomes de Matos, dono do antigo Bar Ideal, à rua Santos Dumont (ex-rua Formosa).

Daí, ninguém sabe dizer onde foi parar, e restam guardadas só as lembranças do primeiro trem que viera a Crato durante folguedos especiais, na memória infantil de minha mãe aos ombros do seu pai querido.            

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Alegria de viver II

Os pássaros falam disso nos seus caminhos pelos céus. Voam e cantam felizes as luzes das manhãs. Tocam o sentimento com doce serenidade, amaciam o tom intenso das horas, reavivam no peito das pessoas o desejo de harmonia. Isso, bem isso, a alegria de viver da natureza em festa.

Leves toques de dentro e as cores da leveza invadem o trilho da existência. Amigos encontram amigos. Justiça impera nos ditames dos acontecimentos. Há nítidos sinais de otimismo a cruzar os mares. Frutos dourados de eternidade que invadem as estruturas metálicas do chão dos homens. Trabalhar com honestidade. Sorrir diante dos obstáculos, todos transponíveis ao sabor da disposição de querer o bem mais positivo ainda. 

Alegria pura e simples. Os olhos acesos brilhantes das crianças e sua inocência original. Força viva de amor que a tudo circunscreve. Aceitar o falar das esferas que giram sem fim no firmamento. Rever os princípios essenciais do Universo. Amar e ser amado. O beijo que nunca recebi, pois nunca fora dado. Agora, sim, o momento certo de cumprir os ditames da fraternidade. 

Abrir as portas do coração ao valor fundamental de trabalhar a paz qual fator de sobrevivência de todos os seres. Isto de compreender a boa vontade em forma de plenas realizações de todos os irmãos. Querer e construir o mundo novo que persiste no decorrer das filosofias, salvar as mágicas de produzir bons produtos que alimentem a saúde acima dos anseios. 

Luz e vida que identifiquem a estrada ideal das realizações na alma das circunstâncias. O motivo natural do que viemos até aqui buscar, a chance de revelar no íntimo a certeza da maior felicidade. Alegria de viver .

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Fogo abrasador

Nesse verão sertanejo, força maior não na tem. Calor tórrido de um Sol esplendoroso, que ferve as entranhas das matas, calcina os arbustos e toca no coração da gente. Daí pensar de imediato no fogo das virtudes, motivo das santificações. O que move o homem em torno da História, o desejo das revoluções e dramas. A paixão individual da perfeição. O fogo transformador que a tudo toca, a reverter matéria em energia, e esta em solidão absoluta do Eu puro.

O fogo das paixões, quisemos dizer. Paixão, que é isso? Extremo desejo de obter êxito nas empresas circunstanciais, o amor extremoso dos corações entregues aos sonhos da realização do Si. Quanta beleza em aceitar o objetivo da superação da pobreza humana e se iluminar eternamente. Lançar corpo e alma ao que dispõe o abismo das visões maravilhosas. Abraçar a paixão, nos dizeres da Missa. Viver a intensidade no grau supremo. Amar acima de tudo, amar e nunca mais.

Por isso, nas horas calcinantes deste verão sertanejo, as fornalhas da existência acendem e cozinham derradeiras gotas de saudade no facho avermelhado do fogo dessas paixões. Transmutam de estado os elementos, de doce em salgado, de verde em cinza escuro, azuis evanescentes, visões encarnadas dos seres invisíveis que passam às cores da imaginação.

De calor em luz, de amor em paixão, assim correm os rios, os dias, na canícula ensolarada desses verões intensos a pedir chuva abençoada. Que crescem, florescem, iluminam sonhos e desejos de transformação. 

Houvesse apenas a dor na paixão e os seres dormiriam para sempre, à espera da saudade e do sentimento mais puro, amor, amor. Inexistissem as flores do anseio dos invernos, e as matas dormiriam para sempre lá no íntimo da paixão. Ah! Em que universo, senão neste daqui de dentro, habitam os amores em ebulição além de no seio das almas entregues aos sonhos e às paixões? 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Um eterno agora

Diante do embate do medo e da coragem, os humanos baixam a cabeça e sofrem. Perdem assim o único modo de crescer, ver adiante, de obter a superação dos seus limites. Pois da cabeça ao sonho só haverá um passo, o que vem da mente ao coração. No entanto, adormecem de encontro à realidade e entregam aos fantasmas essa chance de vencer a ilusão, o que fará de nossas almas o território da Consciência. Fogem de si como quem foge da morte, desfaça o desejo de participar da vida e jogam fora a melhor parte, viver e ser feliz. Frutos da causa de amar, depositam, destarte, no altar dos sacrifícios, o único ser de Salvação, a essência de Si, a coragem de amar e morrer de amor.

Mas amar significa sobreviver aos ditames da morte e seus milhões de seguidores. Amar em forma de descrer do impossível e avançar pelas brumas sombrias da coragem, vencer os temores de perder de vista a vida. Jogar em alto mar toda a esperança e tornar a existência mero gesto de transformação.

Esse ousar contra tudo e todos, eis o inesgotável da coragem, vitória quanto ao medo de perder, motivos estes que alimentam o gesto de poder somam as forças que existem e confrontar os destinos. Razões, justificativas, sentido, virão nas palavras nascidas do âmago do Ser, já que fomos responsáveis por nós mesmos e de nós daremos conta face a face com o desconhecido. 

Ousar, acima das derrotas e ausências, pouco importa, vez haveremos de existir sempre senhores, desde quando viemos realizar a vida dos seres, razão mais que suficiente de ser feliz. 


terça-feira, 22 de novembro de 2016

Recife não tem estrelas - Janaína Lacerda

Recife. Nem lembro ao certo o dia, lembro que tu tava naquela bad chata e que a gente tava sem saco pra curtir uma noite em João Pessoa, dançar-rir-paquerar, e tu disse vamo pra Recife e eu bora e a gente foi. Acho que foi no dia que a gente chegou, depois de passar em Olinda pegar bus e ir pra casa do teu amigo. Lembro do apartamento semivazio e daquela varanda iluminada que fui olhar enquanto tu tava se arrumando pra gente ir ao Janela Internacional de Cinema do Recife (que a gente descobriu que tava acontecendo quando a gente chegou lá). Foi na varanda de azulejos verdes que me senti voyeur da janela indiscreta de Hitchcock, a única luz acesa no prédio à frente, era a de um cara que arrumava a árvore de Natal iluminando a casa de luzes vermelhas dos ornamentos natalinos; ele tava acompanhado de dois cachorros grandes que o observavam atentamente. As luzes da árvore se acenderam e ele aplaudiu excitado, eu só ouvia a cidade carro gente ônibus bicho e ele abraçou o cachorro que estava mais próximo, ficaram observando a árvore, felizes, e eu gritei OWN, pra tu ver também, e ficamos avarandadas naquela noite olhando o Natal acendendo e eu pensando na solidão das pessoas nessas capitais, nós nesse mundão e o Natal chegando, e outubro que não acaba, a janela deixando aquele homem despido de dentro pra fora e pra mim, queria sentir só amor, amor, amor, e transbordei em pensamentos: Recife não tem estrelas.

Vamos e venhamos

Sobre saber o que restará depois que tudo houver acabado, alma, coração e vida, depois, bem depois que o mundo terminar, o que ainda ficará queimando, fumegando?... Daí a pergunta crucial do que existirá na sequência natural dos elementos em decomposição. Aonde pisar o próximo passo desses corpos em queda livre; quando sorrir e bater palmas de entusiasmo pela peça terminada?... Todavia há de continuar o filme da Eternidade sem limite, esfera de raio infinito. 


Nessas horas assim longe de quaisquer possibilidades, abandono, saudade, frustração, o que moldar de tanto caco espalhado ao vento? Que colagem de tanto papel velho, sem cor, sem textura? Aonde postar as mensagens de felicidade e alegria, esperança e fé, em que rede social? Em que circunstâncias acreditar no futuro distante tão imediato? Porém resposta existe, afirmo com absoluta franqueza. Existirá para todo o sempre a serenidade da certeza que impera neste firmamento, independente dos livros de autoajuda, de compêndios políticos ou religiosos. Certeza absurda, grandiosa. O fluir sem conta dos acontecimentos soberanos.

Essa resposta poderosa representa, entretanto, o exato sentido de alimentar um objetivo com ânimo e firmeza, nutrir as baterias da vida ao destino de prosseguir além, sobre obstáculo e traumas. À força da essência do Ser, valor de proporções inigualáveis da arte de sobreviver nas coxias. Aprimorar o desejo de tocar adiante o rebanho de células e moléculas que somos, livres de conhecer a que viemos e aonde iremos. Ignorar a própria ignorância, e seguir em frente, longe do direito de desistir, porque essa hipótese não contará, pois jamais existirá no programa. 

Que importa, pois, na verdade, já vem conosco no íntimo da existência, fora das explicações e aparências, o viver acima de tudo e depois de tudo o que vier a acontecer.

Pronto, bem isto, de achar o gosto de prosseguir ao momento seguinte, rasgar o véu do tempo e administrar a sede, a fome e o frio de existir, porquanto persistem na gente as sementes que farão das horas um momento único. E o artífice disso é a vida que fervilha em nossos corações imortais. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Subir ao segundo pavimento

Deixar de lado as igualdades dos dias e querer elevar o pensamento aos níveis do outro andar que existe dentro da gente. Bem ali, bem aqui, erguer nas próprias pernas o poder da vontade e querer subir ao patamar superior. Fugir da rotina dos momentos que passam fugazes, e aceitar crescer das mesmas pernas que andam pelas calçadas à procura da felicidade. Aceitar, pois, a fé qual razão fundamental do querer e guia de agir de si em si.

Bom, é isto, dizer que existe em nós a solução dos tantos dramas da existência. Responder às perguntas da saudade em que se transformam os instantes de alegria, de amor e tranquilidade. Andar no teto das facilidades que somem nas curvas das estradas vazias, sementes e mais sementes de esperança. Isto de substituir a perdição pela concretização dos esforços em luzes de paz.

As músicas contam a propósito dessas possibilidades, porquanto devolvem acesas aquelas horas que envolveram de harmonia feliz as boas lembranças. Tocam a alma na força da continuação das melodias ricas e inesquecíveis. Flores resistentes, elas marcam a história das pessoas e as conduzem a ocasiões de emoção inesgotável que pareciam inexistentes.

Por isso, o eternizar o tempo impera nas artes, em face da beleza que produzem. Rasgam o véu da fragilidade e preservam a fome de reviver intensos velhos toques de ausência nos entretantos vivos pelo interior da subjetividade consciente de novo. Quanto poder as músicas guardam consigo na persistência de tudo. 

E no íntimo das pessoas segue eterna a possibilidade infinita de recriar o fugidio face ao passado que leva a este segundo pavimento da criatura humana, onde poderá reconhecer os reais conteúdos das verdades imortais, valores psicológicos imutáveis ainda hoje quase desconhecidos. A escada de chegar a tal efeito mora no horizonte da presença e espera nossos primeiros avanços de dominar tudo e chegar aos céus. 

domingo, 20 de novembro de 2016

Deus chinês da prosperidade

Há tempos que vemos em lojas de quinquilharias, vitrines de shoppings, residências e quejandos, essa estatuínha chino-japonesa de velhinho gordo, sorridente e convencido, orelhas enormes, cabeça rapada, peitos e barriga de fora, parecido com um praticante do sumô, a luta do Japão, e que muitos confundem a imaginá-lo qual a figura de Buda, a Luz do Oriente.

Contudo Hotei, ou Miri, esse  o deus figurado nos tais bibelôs se trata do senhor da magnanimidade, da humana generosidade, vindo até nós por meio da onda de orientalismo que aqui chegou, no Ocidente, nestes três últimos séculos. O tempo todo ele demonstra ser feliz, rindo, sempre de bom humor, e por isso expande saúde e felicidade, porquanto está satisfeito com o que tem.

Dizem que Hotei dispõe do recurso interior para todos que queiram atingir a completa serenidade e a tão almejada sabedoria.

Mostra-se geralmente com a enorme barriga e roupa caindo pelos ombros. Seu abdômen expandindo, no entanto, fica longe de simbolizar o pecado da gula, mas significa a satisfação do estado em que vive.

Hotei, conhecido como o Buda gordo, é na verdade a imagem de um monge chinês frequentemente encontrada nos templos, restaurantes e amuletos. No folclore da China, ele acabou sendo associado ao Maitreya, o mito da perfeição absoluta, ser que, inclusive, visitará o Planeta durante a grande transformação que nos aguarda em futuro não distante, segundo as previsões proféticas de algumas escolas místicas. Para os japoneses, o hara (ventre) denota o coração e a personalidade, por isso seu vasto hara transmite essa grandiosidade de espírito.

Assim, no Ocidente, ele é muitas vezes erroneamente visto, como dissemos, sob a representação do Buda, Sidarta Gautama, quem, por sua vez, era bem mais delgado, e de comum entre os dois persiste apenas o jeito de sentar em posição de lótus. Segundo a crença popular, apreciar a pintura ou ter uma estatueta de Hotei espanta as preocupações da existência.

sábado, 19 de novembro de 2016

Uma consciência em paz

Eis, dentre tantas e quantas, a maior busca de todas elas. Chegar ao ponto de repousar as apreensões deste chão e viver sem medo em campo de serena realidade. A paz na consciência significa, por isso, o patrimônio verdadeiro de toda a Humanidade. Os místicos vivem da fé e constroem eternidades em tal conquista. Andam, andam, até chegar ao território onde mana leite e mel. Luz mais clara que há, a paz de uma consciência pacificada reflete a calma dos desejos e o domínio dos instintos autodestrutivos causadores dos desmandos. 


Nas referências que existem de saber quando e aonde pisar na estrada certa, a paz de consciência representa bem o farol disso, de nunca fazer aos outros aquilo que não quer a si. Olhar o horizonte com os olhos desarmados, longe de temores e imprevisões. Inexiste saúde que supere o sentimento de tranquilidade que reside nesta sensação de haver cumprido as determinações da Consciência.

E ninguém que se preze foge de plantar boas sementes, voz geral dos que estudam as consequências das ações individuais. Na visão do Absoluto, implica dizer que um poder Superior a tudo provê e administra, nada é mero acaso ou resultados aleatórios. São largos os esforços de negar a presença do Bem qual responsável pelo sucesso dos tempos. No entanto apenas esbarram na existência soberana do Poder, que impera no alto e segue firme a determinação de tudo quanto obedece ao Tempo.

Desse jeito, o cristal de uma consciência limpa equivale revelar a Si mesmo e encontrar o objetivo principal dos destinos humanos.  

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A jumenta de Balaão

Na madrugada bem cedo, ele arriou o animal. Via-se pressionado pelos emissários do rei dos moabitas, Balaque, filho de Sefor, que lhe reconhecera a força profética para amaldiçoar os israelitas espalhados, vagando sem rumo entre as nações do deserto.  

Claro que Balaão nunca desejara agir daquele modo, porquanto estimava o povo de Israel, sabendo-o abençoado por Deus. Contudo também desejava permanecer vivo nessa história.

Há pouco, de noite, escutara na consciência que seguisse, no entanto para falar, sim, as palavras que Deus mandasse.   

Quando a caminho acompanhado de dois servos surge-lhes na frente um anjo do Senhor armado de reluzente espada, só visto pela jumenta, que por isso arrastava seu dono noutra direção, acuada que ficara ante a inesperada visagem. De nada serviu mudar de lugar, pois o anjo correu e, outra vez, interceptou-lhe a montaria, que agora forçava as pernas de Balaão de encontro aos arbustos de uva quando prosseguia bloqueada pela imagem que avistava. Sem compreender aquilo, aborrecido, insistente, o profeta espancava e constrangia as ancas do pobre animal, querendo-o, a qualquer custo, de volta ao trecho da jornada. Alternativa não restou; a jumenta dobrou-se exausta sob peso do homem furioso, que mais ainda lhe vergastava, a ponto de ela chegar a falar: 

- Que é que ti fiz, Balaão, para merecer tanto castigo? 

- Perdeste o respeito comigo - revidou surpreso o cavaleiro, após aplicar sucessivas camadas de cipó na jumenta. 

- Possuísse aqui instrumento de corte e te mataria agora mesmo.     

- Não sou eu tua montaria há quanto tempo? Que outras desfeitas te fiz até hoje? - seguiu questionando o animal exausto. 

Nesse momento, Balaão, envergonhado, de cara no chão, notou a visão do anjo de espada em punho a lhe dizer: 

- Por três vezes marcou esse bicho, enquanto eu bloqueio sua estrada para que não contraries a minha vontade. Houvesses continuado e serias eliminado por desobediência, em vez de a jumenta por ti ameaçada e que salvou tua vida recusando passar contra mim. 

Ainda querendo retornar, em sinal de arrependimento, porém, sob a determinação do anjo Balaão prosseguiu a viagem. Cumpriria uma missão bem contrária à que lhe impunha o rei: 

- Vai com esses homens, mas falarás o que eu disser. 

Tal modo aconteceu naqueles primórdios da história de Israel, de acordo com o livro bíblico de Números (22, 20-35).

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Alberto Marinheiro

Este o codinome de Alberto Teles, natural do distrito de Santa Fé, em Crato, filho de família tradicional do lugar, Seu Benedito e Dona Maria Anunciada Teles. Nasceu em 21 de fevereiro de 1942. Serviu à Marinha do Brasil, onde desenvolveu habilidades profissionais de educador físico, o que o permitiria  exercer funções junto ao Colégio Estadual Wilson Gonçalves e ao antigo Colégio Agrícola, Escola Agrotécnica Federal do Crato, até inteirar o tempo de aposentadoria.


Regressa a Crato em 1964, iniciado no ano seguinte corridas e caminhadas constantes pelas estradas do Grangeiro, localidade onde reside. Senhor de apreciável saúde, é presença garantida nas madrugadas sopedâneas. Nos inícios, era só ele que cumpria o ritual do condicionamento físico das passadas. Agora, de comum o encontramos acompanhado de vários cães puxados pelas cordas, em harmonia e cadência, persistência digna de observação. Enquanto a maioria dos moradores ainda insiste refazer o corpo através do sono tardio depois do Sol nascer, ali, na pista, Alberto cumpre rigorosamente o mister de superar o tempo e as suas limitações, além de oferecer aos fieis companheiros da jornada igual oportunidade.

Foi aluno de minha mãe ainda nos anos 50, na União Artística Beneficente. Responsável adiante de organizar os tradicionais desfiles de 7 de Setembro, com as turmas do Estadual, marcou presença no exercício das práticas esportivas daqueles estudantes. Participante emérito de corridas realizadas no Cariri, durante bom tempo concorreu entre os principais classificados das modalidades de 15 a 20 km.

Hoje, mais que um exímio atleta, Alberto Marinheiro representa, junto da comunidade cratense, exemplo de quem acredita no esforço próprio na preservação da boa forma, dístico perpetuado pelos gregos ao dizerem da mente sã em corpo são. Dentre os tantos tipos populares citadinos, pelas primeiras horas do dia, às margens da rodovia que vai até o Clube Grangeiro, ele segue, firme e forte, a conduzir  cinco ou até mais amigos caninos, na superação dos limites da resistência orgânica, seres que, alegres, se nutrem do oxigênio puro das madrugadas alegres da natureza. Com isso, ganham espaço na memória desta época e demonstram viver intensamente as riquezas da boa saúde.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Sem maiores explicações

Um noviço, certa vez, se dirigiu ao seu Mestre e indagou:

- Qual a pergunta mais importante que existe?

Com um sorriso nos lábios, a figuração desprendida dos mestres zen, ele logo respondeu:

- A pergunta mais importante que existe é esta que o senhor está fazendo agora (Qual a pergunta mais importante que existe?).

- E qual é a resposta mais importante que existe, Mestre? – seguiu perguntando o noviço. Ao que o superior, em seguida, lhe respondeu:

- A resposta mais importante que existe é esta que agora estou lhe dando.

E bem no interstício entre a pergunta que o discípulo fizera e a resposta que o Mestre lhe acabava de oferecer ali cabem todas as perguntas e respostas que existem ou venham a existir, quando, em gesto de pura leveza, nesse espaço hipotético, circula o conhecimento de tudo quanto há, pois o Ser que vive no que indaga já traz em si toda  explicação e todo conhecimento a propósito de tudo.

Bem no centro da fronteira entre a razão e a emoção circula o movimento do Universo, que é a luz da Eternidade que habita em todas as vidas, conscientes ou em fase do despertar da Consciência.

Enquanto explicações atende à razão, o sentimento assiste, por vezes indiferente, o transcorrer das respostas que o Universo oferece aos olhares vagos dos protagonistas do Infinito de todas as perguntas e respostas.

A luz que um dia imperou desfazendo as trevas da ignorância vaga na noite ainda escura das consciências sombrias à busca trazer a iluminação. - Meu Reino não é deste mundo – dissera Jesus.

Por isso, no vazio das consciências, em meio a tantas perguntas possíveis e imagináveis, perdura livre o desejo da verdade mais pura, durante o caminho das gerações. De passos continuados neste solo das existências, desperta a Natureza, o sol das presenças individuais que um dia irão clarear todo Tempo.


Obs.: A historinha que ilustra este comentário me foi contada por Gabriel Facure da Rocha.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Um outro céu de nós mesmos

A vontade cresceu de esquecer os primeiros passos nesse chão e encontrar o século das luzes. Foram infinitas cavalgadas em lombo de animais esquisitos, dóceis no entanto impacientes de achar o caminho onde eles nunca existiriam. E nisso transcorreu o tempo suficiente a descobrir pistas necessárias e encontrar a Si no meio do Universo misterioso. Noites e noites. Horas vazias de sentido, porém alimentos de permanecer aqui e dar continuidade aos projetos e revelar o seres vivos dentro da alma. Solidões incomparáveis diante do tudo. Vezes sem conta e dores atrozes que invadiram o coração. O motivo ninguém jamais saberá.

No tal processo de esgotamento das expectativas, nas produções materiais do grupo social, tão só razão de sobreviver essa espécie vaidosa, o que explica quase nada do jogo que se repete ao infinito, longe de levar a lugar algum. Aves noturnas gritam pavor nas horas mortas dos seres humanos. 

Prudentes parceiros do destino, raros buscadores insistem continuar a luta de certa vez descobrir o segredo de ser feliz. Mas são poucos, entretanto. Persistem nem eu sei por quê. Nem eles talvez possam justificar as ações de seus passos no lombo das cavalgaduras e animais esquisitos. Padecem das travessias solitárias e acrescentaram uma fé inabalável nos ditames do futuro.

Andam que andam, vagam nas longas madrugadas. E ainda assim nutrem o desejo inesgotável de satisfazer o coração e chegar na paz. Sustentam a força de persistir e obter o sucesso ansiado. Somam as experiências de inúmeros fracassos, contudo sabem de Si quais frutos de todos os amores. Veem com ânimo forte o objetivo a que determinaram as vidas e o sonho.

Decerto serão eles os primeiros a usufruir da esperança transformada em luz, recolhidas as redes e os peixes dessa praia gloriosa e benfazeja. 

domingo, 13 de novembro de 2016

Mestre Zumba

De olhos no jornal e ouvidos ligados no que ocorria em volta, Pe. Frederico aguardava que o barbeiro completasse a tarefa de rapar o outro cliente, um garotinho aflito a se sacudir na cadeira enorme de tudo que era jeito para fugir da máquina impertinente. O causador da reação se tratava de mestre Zumba, que fizera fama em Crato como profissional de reconhecida competência no ofício. A mãe, sofrendo junto, acompanhava, ao lado, de pé, cada gesto da criança, rezando por dentro pela conclusão daquilo que mais parecia provação inevitável. 

- Calma, filhinho, que seu Zumba vai acabar logo, - repetia, querendo mais, (quem sabe?) acelerar a função do que mesmo conformar o pequeno.

Nisso, o barbeiro, calejado nessas situações, na hora certa, recorreu ao expediente infalível:

- O menininho quer um bombom? - e falando, sem esperar resposta, foi abrindo a gaveta do velho móvel de guerra, caturando de entre tesouras, pentes e navalhas confeito reservado para a ocasião, de pronto transferido à mãozinha aflita. 

Daí ficou menos drástico o período que faltava para o término do trabalho de contorno da cabeça, corte a zero, como se chamava naquela época, deixando no cocuruto apenas trunfa estreita e saliente, aumentando mais um tanto a feiura do pirralho, de fisionomia abusada que nem seu pranto.

De cara e braços salpicados de talco, livravam-se mãe e filho, cedendo lugar ao freguês da fila, o sacerdote alemão de sotaque inconfundível e corpo avantajado, que ocupou assento junto às garras do fígaro.

O novo paciente, logo recebeu as primeiras mastigadas do instrumento, pouco demorou a compreender as razões de o menino barrar daquele jeito. A máquina, cega, há muito carecia de manutenção. Dói daqui, dói dali; o instinto de conservação pesou mais, e o levita espirituoso, externando sofrimento, reagiu em tom de quem choraminga:

- Ô, Zumba, será que nessa gaveta ainda sobrou algum bombonzinho?  Pois não é que eu também estou precisando?!        

sábado, 12 de novembro de 2016

Estrangeiros de Si II

O grau de alienação dos dias atuais, no seio das populações, beira níveis absurdos. São alienados de tantos graus que significariam bolsões isolados de códigos perdidos a alimentar guetos de comportamentos. Desde tribos urbanas autodestrutivas a partidos políticos que executam ideologias de poder a ponto de negar a finalidade original das organizações sociais, razão dos primeiros grupamentos e finalidades. Daí seguem agremiações ditas religiosas, instituições outras sem fins lucrativos só na intenção de angariar recursos públicos, desde formações esportivas, organizações e escolas de interesses particulares, etc., etc.

Mas tudo filho dos homens, seres de formação experimental longe de obter margens de sucessos nos seus planos. Pretensões existem a séculos de somar esforços e construir novas chances de união no sentido de realizar a sociedade perfeita. Grupos atingem o poder e desviam os objetivos originais através de novas castas, negando a proposta dos inícios. Vem dos tempos arcaicos, quando o egoísmo somou valores negativos à compreensão e paz.

Nisso, invés de utilizar os recursos naturais em finalidades úteis, impera o desejo de posse e prazer que funciona qual vírus de consequências destrutivas. Todo o talento dessa gente bronzeada vai de água abaixo tantas vezes que chega a adotar a eliminação qual saída possível, vistos equívocos insistentes. 

Porém há de revertemos o impulso nefasto através de ação útil, porquanto a História mostra o quanto de oscilações vividas e transformadas em favor da sobrevivência, no entanto fruto de atitudes sábias. Primeiro, os indivíduos devem revelar meios de trabalhar o desejo de nova consciência em prol das gerações, filhos e netos. Depois, demonstrar pelo exemplo a força que possui de positividade no seio da natureza. Crer e fazer. Amar e oferecer condições sadias de permitir que todos também possam amar do mesmo jeito. Poucas e úteis são as palavras que indicam essas práticas da Felicidade.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Bons sentimentos

Diante de tudo, afinal, sentir as cores claras da alma da gente. Interpretar com amor as mínimas ações do Universo em nós. Aceitar ser sem querer dominar os outros, invés de sofrer, ser feliz, amigo o tempo todo perante os movimentos incessantes da raça de que somos partes. Amores vivos em tarde enxuta, às vezes morna como acordes de saudade porém harmoniosa, vívida nas distâncias de pessoas amadas, paisagens antigas, doces recordações, mas sempre de paz e luz, esperança e gosto de viver. Saber que há bons sentimentos espalhados pelo tempo em volta.

A música dessa tarde lembra, pois, os acordes infinitos das esferas lá longe no abismo dos mistérios. Tons suaves que chegam aos ouvidos de monges esquecidos nas montanhas elevadas, que de tanto buscar a si sumiram além das existências. Integrados no todo divino, imperam agora no território da íntima natureza, soltos no ar. Prudentes, abandonaram o mundo e despareceram no desconhecido perfeito.

Sons de folhas e pássaros, toques de seres fieis à inspiração, flutuantes no oceano da bondade plena. Acordes de todos os ritmos e instrumentos das flores. Horas depois da razão, luzes acesas de corações enamorados.

Bem assim, de consciência calma, desfilam paixões civilizadas em forma de desejos trazidos ao Paraíso sem culpa. 

Chegam nisso profetas de melhores dias. Sumiram pelas estradas os sertões das interrogações e momentos de dor. Apenas amabilidade, carinho, fonte de dúvidas resolvidas em formato de festa. Conquanto aparentemente divididos, eles resolveram somar esforços numa e única direção de solidariedade e progresso.

Só música boa, risos de cordialidade e respeito. Quanta possibilidade no sorriso leal, longe dos medos e das mágoas. Sementes de plantas sadias e céus na terra. Ordenamento de apoio aos irmãos, astros de claridade nas noites ainda que escuras. Acreditam na plenitude das boas soluções. Trabalham por isso nas intenções de reunir a humana condição sob o princípio da realidade forte e verdadeira.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Tempos bíblicos

Há um amigo meu que, vez em quando, o acho nas praças ao lado de outros missionários portando cavalete com revistas que falam na Bíblia. Seguem denominação religiosa que trabalha o livro santo. Saem às ruas, às praças, na firme intenção de propagar o que vem ali escrito de séculos, até de milênios antigos. Histórias de povos que elegeram a fé qual razão principal, e seguiram adiante no propósito de revelar a si e aos demais o caminho de Deus, da Salvação.

Eles permanecem horas e horas na expectativa de ver chegar alguém que queira saber mais dos segredos transmitidos de geração em geração os quais falam da confiança nos profetas, nos Céus, na Consciência, nos santos que sacrificaram vidas em busca de um Reino guardado lá por dentro no refolho das almas.

Sim, a confiança maior de todas. Vencer as angústias dominantes da razão dos homens. Alternar dúvidas com esperança, viver tempos de luz, invés de só expedientes de ganhar as picuinhas desse chão, reino de vaidades e perdidas ilusões. 

Nisso, ao girar de volta aos dias atuais, títulos principais dos noticiários são guerras, as ansiedades na procura do pão, gotas grosseiras de periculosidade e sensacionalismo que aos ares de quem domina o vil metal. Os chefões dos capitais. Cidades feericamente iluminadas de carros de luxo e prédios indiferentes. Chaminés enormes de fumaça contínua, lucros e capitais sem pátria. Mesmos tempos de horas distantes. Desertos de refugiados, praias sem destino, luta íntima de povos largados ao destino.

Vozes que clamam à procura dos meios de obter a paz nos corações. Chegam às horas e eles se levantam, arrastam os instrumentos da divulgação das palavras santas e regressam aos pousos, tais pássaros que festejam o nascer do Sol. Quanta maravilha na certeza dos dias de felicidade. Que exemplo de fidelidade a propósitos superiores nessas pessoas, que insistem pela convicção dos ventos favoráveis de quando todos seremos irmãos e reinará perfeita a mais pura das Eternidades.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Luz verdadeira

Tantos segredos dormem nas nossas consciências. Quantos sonhos ainda adormecidos em nossos corações. E quão demorado saber disso, de o Amor ser o único caminho possível de salvação, a vitória da natureza mais íntima, sóbria, infinita. 

Há cores inesquecíveis guardadas na alma da gente a falar de tudo que desejamos de ser felizes. Ah, soubéssemos de verdade o valor dos sentimentos puros e sinceros de carinho e amizade. Viver de alma lavada nas águas da esperança e seguir adiante quais buscadores da Luz verdadeira. De tal modo a seremos autênticos nessa estrada de filhos da transformação, que clama dentro de nós, a paz no chão deste mundo.


Andar na consciência plena as trilhas brilhantes da felicidade e sorrir de mente limpa e seguros de si, próprios a construir o tempo novo, desejo ansiado pelos séculos de civilização. Abrir o espaço necessário de produzir os resultados da fraternidade, os pomos da igualdade e a concretude real das constituições espirituais. 

E ler os livros bons da Criação espalhados de mão cheia pelo mundo, transparecer um Eu verdadeiro, desprovido de ganância e ódio, só paz e amabilidade. Quando, em que país, em que lar? Justos artífices da dignidade respeitada e santa, em que época revelar essa natureza de chegar aos olhos de nosso Pai Superior, o que nos impede fazer isso agora?

Trazemos guardados planos de evolução, vontade dos valores aonde sejamos irmãos, prudentes operários da saudade do bem que impera dentro das melhores manhãs. Iluminar, somar valores bons, sábios e justos.

As respostas vivem latentes nas possibilidades da espécie humana. Dotados de instrumentos mais que suficientes a essa condição de purificar as ações, vamos conduzindo as horas no objetivo principal de muitas vidas. Só que há que agir, trabalhar quais senhores de tamanha responsabilidade que tudo menor jamais repita o que fomos. Tudo de bem, tudo de Paz. Assim será desde que aceitemos que a luz intensa toque de vez os seres humanos!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

A tartaruga

Certa manhã, quando Chuang Tzu pescava solitário nas águas de um rio profundo de sua terra natal, dois serviçais do príncipe de Chu vieram procurá-lo, a província onde habitava. Eles vinham cumprir as formalidades de propor ao sábio a incumbência de ser o administrador do tesouro da corte.

Silencioso, tranqüilo, qual o leito daquele rio, o discípulo de Lao Tzu apenas ignorou a presença dos visitantes e seguiu concentrado no seu ofício, indiferente aos acontecimentos em volta.

Preocupados com o tratamento recebido, os funcionários reais insistiram e, de novo, mais veementes, transmitiram a proposta do soberano. Nesse momento, reverencioso, Chuang Tzu cumprimentou aqueles embaixadores para, em seguida, afirmar:

- Um dia chegou ao meu conhecimento existir na capital da província o casco de tartaruga sagrada, morta há mais de 300 anos. E que Sua Alteza o príncipe conserva essa relíquia debaixo de sete chaves, numa arca de ouro instalada sobre o altar mor do templo, costume já originário dos seus ancestrais.

Os dois funcionários balançaram a cabeça na confirmação o que ouviam, enquanto aguardavam o desfecho das palavras do sábio. 

- Pois bem, ouvindo esse convite do soberano destas terras, quero fazer uma pergunta aos senhores: Caso houvessem dado a essa tartaruga uma outra oportunidade, no lugar de ela morrer e virar instrumento de veneração, que pudesse continuar vivendo e arrastando o rabo no lodaçal dos pântanos, será que escolheria o sacrifício ao qual se viu submetida?     

Os emissários nem careceram de muita demora até responderem quase numa só voz:

- Asseguramos, sem duvidar, que, se pudesse, ela preferiria continuar vivendo e arrastando o rabo no lodaçal dos pântanos.

- Eu imagino também que desse modo escolheria – retrucou o mestre, acrescentando:

- Por isso, desejo aos senhores que retornem e transmitam ao príncipe meus agradecimentos pelo honroso convite. Pois também pretendo seguir vivo e permanecer aqui em eu lugar, arrastando o rabo na lama escura destes sítios felizes onde moro!

sábado, 5 de novembro de 2016

A divina conformação

Na Palestina, depois que Jesus fora crucificado e as coisas pareciam retornar à normalidade antiga, João, um dos apóstolos, não encontrava canto, qual dizem dos que enfrentam sem aceitar as situações limite.

Durante semanas, sua vida era só de amarguras, sofrimento por cima de sofrimento. Aquela ferida aberta com a perda do Mestre parecia crescer cada dia um pouco mais. Aonde seguisse, levava saudade imensa da divina presença, fugindo dele o gosto de viver, e ninguém conseguia consolá-lo. Tornara-se, por isso, preocupação de amigos e familiares.

Alguém lembrou, então, Maria de Nazaré, de quem devessem esperar palavras de conforto, pois ela revelara exemplo superior de resignação face à inominável tragédia que vitimava os seguidores do Mestre.

Incontinenti, viajou João ao lugar em que morava Nossa Senhora. 

Depois de uma demorada conversação, a santa mulher indicaria que ele chegasse às imediações do Mar da Galileia, porquanto, nas suas margens acharia o motivo suficiente de recobrar as forças e a firmeza de tocar seus dias.

João aceitou o conselho. Buscou as praias daquele mar, onde permaneceu durante algum tempo. Relembrara ali os passeios felizes de vezes anteriores, absorto, porém, no transe da dor inominável. Certa tarde, preso à beleza das águas, se deixava inundar em gratas recordações quando avistou, deslizando na sua direção, sobre o espelho fino das ondas, o vulto magnânimo de Jesus. 

Nesse momento, um perfume de incenso raro imantava os ares, idêntico ao que experimentara próximo da cova em que antes depositaram o santo corpo do Nazareno, lá nas proximidades de Jerusalém.

Perante o suave fragor quis esmorecer, pungido sob o peso das emoções que lhe tomavam o íntimo, raro instante. Fechou os olhos em fervorosa contrição, e ouviu nos refolhos da alma lacerada, translúcida, a voz do Verbo de Deus:

– Estimado João, jamais queira imaginar que habito longínquas paragens, longe que fosse dos que amo. Sempre saiba, quando alguém me chamar com sinceridade, ao seu lado estarei, no universo dos verdadeiros sentimentos, acima de qualquer obstáculo, pois não há distância entre os que de verdade se amarem.

Desde esse dia, tocado nos eflúvios de revelação inesquecível, o apóstolo se entregou abençoado à força da mais sublime conformação, no ponto de transmitir à Humanidade os ensinos sagrados da missão que Deus lhe confiara. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Vida e liberdade

Entre esses dois elementos, bem ali naquele foco central, mora o amor,  protagonista principal abstrato e puro, fator de sobrevivência lá adiante no seio das tempestades que é existir e ser feliz. Chumaços de outros valores, no entanto, servirão de anteparo às consequências disto em nosso íntimo. A gente para e nota que ninguém ficou longe das tais contradições de pisar o chão dos desencontros, porquanto viver significa persistir à busca de achar a portas da eterna Consciência.

A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida (Vinicius de Moraes).

Viver, ser livre; sonhar, ser feliz... Quantas linhas a cruzar este mundo até o instante solene de acalmar de vez o desespero e rever instrumentos e oportunidades. A isto resolveram chamar vida. 

Já ser livre representa escolhas em ebulição dias seguidos a mostrar meios de aquietar os impulsos e as paixões, e transformá-los em matéria prima de prazer sadio, satisfações pessoais aos limites do horizonte.

Sonhar em acertar sempre a seu modo, o ideal de libertação dos que buscam encontrar a si mesmos e construir reinos definitivos no seio da esperança.

E quantas luas a percorrer os céus limpam dúvidas nas gerações em festa, depois quimeras e saudades abandonadas aos quatro ventos. Isto, porém, pede compreensão e desejo de verdadeira liberdade, onde haja acertos reais e não meros desenganos.

Desfilam, pois, gastos pelo tempo, os heróis. Fórmulas mágicas de sucesso as quais foram apresentadas aos milhões durante o espetáculo anual das fadas. Transcorrem, assim, antigos filmes numa velocidade estúpida, a dissolver minutos gelados em chapas de zinco quente e calendários abandonados. Teatro das ilusões, a máquina humana de imaginar, que jamais desiste dos projetos impossíveis, e sofre com isso reinados sem conta de perdições e angústias. 

Todavia, nós, autores da existência, permanecemos olhos acesos nas marcas da sabedoria, e realizamos, de justo modo, toda riqueza que nos pertence face viver e ser bem sucedidos. Nisto todo o empenho na beleza infinita da Criação.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Hora de saber

Nem sempre podemos ignorar, pois existe a hora de saber, quando todo mistério se desfaz. Sobre essa hora queremos falar, apoiados na indispensável atenção do leitor.

Tanto disseram sobre tantas coisas, enquanto o essencial permanecia posto à margem, que isso agora vem a lume, parido na força visceral da precisão, no chamado enigma humano, centro e motivo deste ligeiro comentário.

De início, abordemos o cérebro, que se compõe de uma figuração dupla, montado sob a estrutura dos dois hemisférios, que, articulados entre si, geram a sua função principal: o esquerdo e o direito, no dois da mesma concepção nas outras coisas naturais.

Chineses conheciam esses aspectos e os estudavam sob a designação de Princípio Único do Universo, ou Lei da Bipolaridade. Tudo tem que ter o seu contrário para poder existir - Yin/Yang.

No Egito Antigo, o sábio Hermes Trismegisto examinara o assunto, considerando que um mesmo princípio perpassa todas as coisas que existem.

Assim, obedecemos, mesmo que diante de aparentes desobediências, por nos achar submetidos à Lei universal.

Outros exemplos revelam as tais dicotomias complementares: mulher/homem; noite/dia; Lua/Sol; escuro/claro; doce/salgado; baixo/alto; negativo/positivo; frio/quente. Pares de equivalências se distribuem com perfeição, lições constantes dos valores eternos que os mantêm.

Onde pisarmos, cumpriremos as ordens eternas do Supremo Ser, criador do equilíbrio de tudo o que há.

Tais evidências persistem na energia elétrica, que apresenta os dois pólos: terra e fase, ou fogo. Terceira alternativa inexiste além da harmonia dessas lateralidades, totalizando a força. Quaisquer disfunções redundariam no desmantelamento e posterior inércia dos sistemas. Ao ocorrer desequilíbrio nos extremos, o barco da ordem irá a pique.

Quando falamos que o cérebro se estabelece nesses dois inter complementos, vale observar também que são partes à procura do todo, conclusão dos estudiosos da alma nas várias escolas, isso que assegurar saúde mental por via de negociações conosco mesmos, na maior de paz interna e obtenção da almejada felicidade.

Vertentes religiosas, igualmente, indicam o nosso outro lado como a trilha do encontro rumo à evolução, plano elaborado pelos milênios afora, no processo denominado de Individuação pelo psicanalista suíço Carl Gustav Jung.

Jesus de Nazaré marcou a história sob o signo de Cristo (o Ungido de Deus), o Eu verdadeiro que nos ensina; Sidarta Gautama, por sua vez, ficou conhecido como Buda, o Iluminado da Ásia. Na Canção Sublime, dos vedas, Arjuna ouviu Krishna, a Suprema Personalidade Divina, que o conduziria à vitória maior sobre os exércitos da Ilusão. Já Saulo de Tarso mudou até de nome (Paulo) após encontrar o Cristo em pleno caminho de Damasco. Isto para citar alguns dos fenômenos mais notáveis de transformações que marcariam a História.

- Descobrirás a Verdade e ela vos libertará -, recomendava Jesus, nas suas pregações ao povo ainda voltado quase só aos atos da vida transitória.

Além destas, outras afirmações suas se voltam a esse esclarecimento: Se teu olho é bom, todo o teu corpo é bom. Se teu olho é mau, todo o teu corpo é mau, disse de acordo com os evangelistas.

O espaço das palavras, ao seu modo, reclama a economia de detalhes. Hora de saber, título escolhido a fim de escrever sem qualquer subterfúgio. Portanto, eis o que achamos devesse constar recordando a assertiva dos sábios de que Deus é a simplicidade das coisas mais simples.

Por via de consequência, ao buscar novas perspectivas da realização pessoal, avaliemos o assunto dos lados da mesma moeda, então.


Amor aos filhos

Neste dia, há quase duas décadas, nasceu Janaína, minha filha, numa madrugada inesquecível e momento de bênçãos, na Maternidade do Hospital São Francisco, em Crato.

De mim herdou o gosto por cinema, fotografia, literatura e música, e vem dedicando seus interesses a tais segmentos, inclusive já tendo publicado um livro, Feito fulô, expressão da facilidade com que produz poemas e crônicas, de singeleza a toda prova. Da mãe, por sua vez, mereceu o porte esbelto e a beleza rara, de traços e simpatia. 

Estuda as artes e lida com as pessoas de uma forma que demonstra o quanto de carinho descobriu no jeito de criar possibilidades e transmitir a inspiração e bom viver da riqueza espiritual dos artistas.

Ao decidir aprimorar o conhecimento, ora passa algum tempo longe da família, transmutando em saudade a presença maravilhosa de quem cativa a todos nós, dotada de espiritualidade e bom humor, reflexão e raridade. Dona de textos puros, toca fácil o coração da gente, numa maturidade de causar espanto.

Bem que busco colher agora alguns retalhos da afeição que lhe dedico, contudo só em pequenas amostras da vontade imensa de contar deste rio de emoções que corre caudaloso dentro do meu sentimento, a falar desta filha que se parece comigo na ânsia de alegrar o mundo e animar as pessoas, demonstrar os sonhos da felicidade que esperam dominar o instante e elevar a Humanidade.

A chance ímpar de receber os filhos em nossa companhia representa, assim, o direito universal da luz de Deus. Na condição humana, desconheço maior oportunidade, missão inigualável de tanto merecimento!

E nesta ocasião do aniversário de Janaína evidencio fiel a importância disto, a contar da satisfação da sua existência dentre os motivos de consagrar a vida ao Amor,o que me faz sorrir de contentamento

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Síndrome do desconhecimento do futuro

Síndrome (do grego syndromé, cujo significado é reunião) é palavra usada pela Ciência no sentido de caracterizar o conjunto de sinais e sintomas de uma determinada condição humana às vezes doentia.

Sinais e sintomas por demais invasores dos tempos atuais. Diante do marasmo que parece dominar o crivo da Civilização sobre aquilo que padronizou, pesam as sombras de medo nos olhos das crianças assustadas em se tornaram os habitantes do Planeta.

Melhores que sejam as máquinas dessa tecnologia, que impera aos quatro quadrantes, no entanto esbarram nas paredes da vontade pouco ou quase sempre abandonada aos caprichos dos mercadores. 

E nisso a intenção preponderante de querer, a todo custo, serem donos proféticos do dia seguinte, futuro incerto e caótico viraram as ruas e os guetos das metrópoles. São sistemas caprichosos, zoadentos e frios a seguir cada passo daqueles cidadãos esperançosos da Revolução Francesa, os senhores de aparente razão. Os estados cresceram por força das organizações de poder, e os seres inteligentes aceitaram de bom grado a doce alienação das engrenagens de ficção em que mudaram o homem gentil de pouco tempo atrás.

Assim, vistas presas no futuro, ignora o passado histórico e deposita nas mãos artificiais dos personagens artificiais o drama de desconhecer o que virá na dobra dos próximos segundos.

A sofisticação, igualmente, do universo em volta ocasiona desânimo e autoagressão, solidão e desvalor. Máquinas que antes seriam sonhos agora comprimem os capitais deste mundo na única determinação dos povos totalitários.

Porém há que imagina meios de vencer tal síndrome e mergulhar no Si Mesmo, regresso aos primeiros passos de sair da caverna, e reconstituir os caminhos, graças ao fio das possibilidades infinitas do agora. Trabalhar o dever doutras palavras mágicas e achar os meios de libertação a que viemos até aqui.