terça-feira, 27 de novembro de 2012

Festival de Holambra no Cariri


Este ano, essa exposição de belas flores e plantas decorativas retorna pela quarta vez ao Cariri. São mais de 200 espécies vegetais de cores e formas diversas. Tantas delas que existiam apenas no dicionário dos caririenses, nas músicas, na imaginação, nos poemas da literatura universal, vindas do Sudeste e provenientes de países e climas distantes.

Azaleia. Tulipa. Poinsetia. Bugari. Açucena. Tulipa. Amarilis. Begônia. Rosa. Gérbera. Hortência. Afalandra. Minilacre. Orquídea. Lótus. Cravo. Rosa do deserto. Margarida. Crisântemo. Dália. Gerânio. Dália. Violeta. Branco de ouro. Amor perfeito. Cravínea. Ixonia. Bromélia. Ciclâmen. Elicônia. Etc. Etc.

Em cada nome o mistério infinito da originalidade. Musicalidade perfeita da fonte vital de tudo. Sonhos abertos em pétalas, traços, recortes de seres vivos na alma das flores. Luzes de natural felicidade. Convites a viagens mágicas nos campos do coração da Terra e suas produções por vezes enigmáticas. Nos quadros exatos de criatividade inigualável, artista magistral criara as flores, os pássaros e as borboletas, que enfeitam as matas, desafiam gestos de pureza de sentimentos toda gente, à leveza, ao carinho dos trilhos da existência, peças geniais desse design do Poder.

Trabalhar com as plantas trazidas nesses festivais que se repete em nossa Região reserva enormes ganhos e possibilidades aos instantes dos observadores, somados à presença forte que chega através dos olhos acesos que nos visitam à busca das novas mensagens vivas de realimentação da esperança e do amor.

Serão doze dias, com início em 28 de novembro até 09 de dezembro de 2012, das 08 às 20h, na Praça Padre Cícero, em Juazeiro do Norte CE. Sob tendas climatizadas, milhares de pessoas circularão, a colher formas e tons multifacetados, de encher as vistas e as memórias dos valores divinos elaborados na oficina vegetal.

Cada lugar possui suas espécies próprias, no entanto, agora reunidas em bloco único pelo Festival das Flores de Holambra do Cariri, elas obtém unidade apreciável e mostrar tipos variados recolhidos de inúmeros ecossistemas, isto num só horizonte. Além de tudo, experiência empresarial que expande e indica ideias de plantar flores e enriquecer as novas gerações com potencial de conhecimento, jeito sadio de quem trabalha e analisa de perto a beleza dos exemplares expostos. 

Espasmos da falta de conhecimento


Por vezes, a necessidade enorme de evoluir motiva pressa e más interpretações dos mistérios e segredos que há neste Universo magistral. Sem conter os instintos da procura, qual touro em loja de porcelana o bicho homem, angustiado nas dores da ignorância (e convenhamos que doem às raias do desespero), salta, esperneia, sacode o corpanzil e invade limites da compreensão, da gratidão, da lógica e do respeito à verdade isenta. Agride, querendo romper a qualquer custo trevas que lhe constrangem no ser em gestação.

Entretanto a medida suave do tempo desliza através dos elementos naturais e sujeitam a condições que só as respeitando reconhecerá aquilo que procura e ganha, isto lá um dia, no infinito vivo das horas intermináveis.

Aceitar contingências requer evolução. Ninguém amadurece fruto na pancada, qual diz a sabedoria. Nisso, por mais mostre vontade na obtenção das vitórias, é necessário seguir ditames repleto de leis além das palavras e aceleradores particulares. Apenas imaginar o desespero das fontes do desejo não realizado oferece resultados desastrosos a si e aos outros, nas noites da evolução, até chegar à plena luz da Consciência.

Nos espasmos, pois, da carência de crescer e se libertar dos atrasos iniciais da evolução, árvores padecem. Em consequência, devamos preservar calma, acima de tudo, na ocasião dos desafios e provocações das crises alheias. Sofismas existem para conter a vaidade.

Ansiedade, orgulho ferido, falta de habilidade no trato com as criaturas sujeitam gerar amargura. Contudo, dentro das histórias coletivas o que merece consideração vem por causa dos bons frutos, madurecidos no tempo certo. Ninguém poderá negar o que de bondade sobreviverá nos prodígios sociais das ações positivas desse amor caboclo, forte e justo.

Resgates, regenerações, pacificações preenchem o campo visual da história bonita de todos nós. Gostar dos irmãos independerá dos prêmios ganhos nas jornadas existenciais das pessoas e suas famílias unidas no trabalho e na coerência.

Ensinos valem o ouro espiritual das virtudes e sucessos obtidos, somatório alimenta a esperança de melhorar, ainda que sofridos ou incompreendidos,  triunfo do Bem definitivo. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Primeiro dever do homem público


Quando ouço falar na troca de favores entre os homens públicos, ignorando a ética da delegação popular para os cargos que temporariamente preenchem, lembro de um episódio que me foi relatado por D. Violeta Arraes.

Segundo contou, no transcorrer das momentosas dificuldades vividas pela França ao tempo das lutas pela libertação da Argélia, assistira ela a uma entrevista de Charles de Gaulle, presidente responsável para administrar a grave crise. De um lado estava o movimento de libertação da colônia no Norte da África, que ameaçava desestabilizar as bases da república francesa. Do outro, parte dos franceses e do Exército, que recusavam permitir independência aos argelinos.

No auge da luta armada e das movimentações políticas, de Gaulle reagiu com rigor e até puniu generais do Estado Maior, pessoas com quem mantinha estreita ligação de amizade e da caserna.

O que impressionou D. Violeta foram as palavras do Presidente francês com que responde ao ser indagado pelo repórter quanto às duras medidas que adotava, prendendo, inclusive, amigos, antigos colegas de turma de Academia Militar. No que respondeu sem arrodeios:

- O primeiro dever do homem público é a ingratidão.

O general de Gaulle marcou a história qual das peças principais na recuperação do Ocidente depois dos desastres da Segunda Grande Guerra, líder inconteste de ações que resultaram no sucesso aliado, entrando em Paris à frente das tropas vitoriosas para libertar a Europa.

Através das lições que legou, testifica personalidade afeita nos critérios que praticara quando convocado em momentos mais difíceis, a fim de conduzir o destino da sua gente.

Atitudes dos que comandam populações humanas exigem, pois, altivez de caráter e compromissos superiores, não só pessoais. O resultado dessas práticas virá na forma dos frutos sadios e valiosos exemplos de respeito às coletividades.

Nunca exigirá demasiado quem pede dos governantes o cumprimento dos deveres de zelar pela cidadania, conquanto neste sentido nas democracias os elege.  

domingo, 25 de novembro de 2012

O mito desvelado


Na floresta ainda virgem do Inconsciente há setores imensos desconhecidos pela Humanidade. Vez em quando, alguns dos heróis do espírito desvendam parte de vastidões, e partilham com os demais suas obtenções vanguardeiras bem sucedidas.

O desafio, no entanto, da transmissão desses conhecimentos eles buscam superar através da criação dos códigos na transmissão que desejam, conquanto profundo abismo separa o testemunho das pretensões da mensagem, qual seja da linguagem que transmitirá o conteúdo a repassar. Estabelecer os termos da condução do conhecimento a modo que possa chegar ao outro nos termos mais próximos da clareza e correspondentes à verdade original, plano ideal do Processo da Comunicação.

Dizer o que pensa que esteja dizendo. E o outro ouvir o que pensa que esteja ouvindo. Sem perder o essencial da mensagem. Romper as barreiras da distância cultural entre emissor e receptor. Isto no sentido de ultrapassar os tais obstáculos entre as consciências na propagação dos mistérios resolvidos pelos argonautas da sabedoria. Resultado, existe a criação do mito.

Na linguagem técnica dos dicionários, Um mito (do grego antigo μυθος, translit. "mithós") é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis. Wikipédia

Daí, bens simbólicos trabalhados pela arte em geral. Os textos, as imagens narrativas, as lendas, os contos iniciáticos, as tradições populares, religiosas dos livros sagrados, as narrativas orais, as parábolas cristãs, xamânicas, budistas, zen-budistas, sufistas. A cultura fantástica das heranças etnológicas, nalgumas situações vistas como matéria de fé.

Nas fontes universais do crescimento humano, prevalece a liberdade dos cultos, das manifestações coletivas, os panteões de deuses históricos, domínios ganhos  a duras penas, forças vivas dos povos em todo tempo, na voragem dos milênios vencidos.  

Querer, pois, punir ou vigiar a gênese do esforço humano em ultrapassar as limitações da universalização  do conhecimento significaria arbitrária temeridade, longe do âmbito da cultura e das leis que regem a autenticidade, portanto.

O mito preenche, assim, lacunas da percepção na fase provisória da revelação perceptiva e vence intervalos na clareza do sentimento e do pensamento. O engenho das revelações haverá, por conseguinte, de plenificar o território da consciência de Si e do outro, abrindo o plano ora inconsciente das almas, quando sumirão as trevas depois de longo período, na história espiritual dos humanos.  

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Um Dia do Estudante


Ano de 1959. Cuidava da preparação para o Exame de Admissão ao Ginásio, espécie de vestibular de calças curtas que existia nesse tempo logo após o curso primário. Estudava no Ginásio Pio X, que funcionava em prédio da Praça da Sé, em Crato. Concorreria entre muitos a uma vaga no Curso Ginasial do Colégio Diocesano. O ensino médio significa quatro anos do Ginasial e três do Científico ou Clássico.

Mês de agosto. Dia 11 – o Dia do Estudante. A UEC - União dos Estudantes do Crato, sempre marcava a data com uma sessão de cinema a custo zero para a classe estudantil. Nesse ano seria exibido Moby Dick, beleza de filme do diretor americano John Huston, estrelado por Gregory Peck, adaptação do escritor Ray Bradbury. E eu ali agarrado nos livros a fim compensar viagem que fizera com meu pai a Recife, quando ele fora levar minha tia Elza e seu esposo, Rafaelle, que vieram visitar a família e aqui demoraram algumas semanas.

Aquilo representou perder a promoção da UEC, espécie de penalidade determinada por minha mãe, avaliando que não deveria ter viajado, em contrário à opinião de meu pai. Segundo ela, o exame de admissão seria bem mais importante do que conhecer o mar e a capital pernambucana, duas fascinantes opção de criança interiorana que assim as considerou naquele momento.

Guardara, no entanto, alguma culpa nisso, o que me ajudou a permanecer em casa no feriado, desconsolado e estudando, invés de assistir ao filme lá no Cine Rádio Araripe, na Rua Nélson Alencar. Ainda agora, enquanto resolvi baixar a cópia da tal superprodução, hoje disponibilizada através da internet, para ver mais adiante, há cinquenta e dois anos passados recordo aquele dia em que vivi pelo dever. Na sequência, a mim só chegaria a notícia da festa, enormes filas e a aglomeração dos jovens na sala ruidosa e cheia, dos prazeres da esperada exibição cinematográfica.

Qual nessa hora, tantas e tantas vezes, no decorrer da existência, somos forçados a privilegiar situações que não as que contemplariam o interesse imediato das paixões, no sentido de obter ganhos de melhor qualidade. As nossas escolhas determinam, pois, as matrizes do futuro destino, lição bem própria aos jovens a qualquer tempo. Por isso selecionar alternativas talvez penosas e desgastantes do ponto de vista pessoal, mas virtuosas e válidas no longo prazo, nutrirá de vitórias e conquistas o caminho das jornadas humanas.

A fé e o merecimento


Admitir que a fé por si é o suficiente nas respostas da religiosidade aos desafios quero crer precisa de algumas avaliações, inclusive sob o crivo das palavras de Tiago 2-26: Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta. De comum, pessoas chegam a exercitar o conceito de que pela entrega do querer espiritual podem o que deseja só através da fé qual motivo principal da existência. E operam todos os efeitos dos milagres e das transformações adotando a fé como o guia nas condições da existência do mundo físico e moral. Razão de tudo e um tudo.

Ao lado disso, dessa confiança irrestrita no valor da fé acima das demais obediências, há, no entanto, que antes plantar o direito que postula por meio do agir movido pela prática do bem e do dever. Desde então adquirirá, isto sim, o mérito que a fé alimentará de receber o melhor. Noutras palavras, fornecerá ao Poder os lenitivos de promover o justo ao justo na forma dos desígnios reclamados.

Ainda que o desejo impere realizações, estas respondem submetidas a leis universais – ora na fase de descoberta e identificação pela ciência dos homens. A intensa vibração dos corações contritos exigirá, pois, bases sólidas às metas da necessidade, onde prevalece o merecimento, superior ao puro acaso da vontade individual.

Noutra citação bíblica relativa ao tema, Jesus diz: Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los - porquanto, em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto (São Mateus 5, 17-18).

Nisso, a coerência dos princípios legais no fazer e no merecer, espécie de consequência natural das providências pessoais em movimento. A fé amenizará os instintos materialistas, contudo exigirá saldo positivo em termos de praticados, com o fim de a todos propiciar doces e saborosos frutos.  

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Na busca de algum lugar

Pensamentos dessas tardes quentes, enquanto o tempo silencioso passa pelas árvores quietas do verão sertanejo. Invadem com absoluta intensidade os vários lugares dentro da carne da gente, mistura adiposa dos sentimentos e das dores musculares escondidas nas dobras de viagens inumeráveis dos bilhões de seres humanos. Saberes de desconhecimento e conhecimento guardados entre as lembranças e expectativas, palavras que escorrem apreensivas perante tantas questões não resolvidas, bichos soltos nas sombras das matas do coração.

Nisto, quais setas atiradas no campo aberto da imaginação, eles seres circulam soltos à procura de manter a superfície dos olhos grudada no mundo que vai sumindo seguindo célere, arqueiros de visões alicerçadas em planos abstratos lá além. Histórias inúmeras que transitam feitas linhas de riachos em telas de fumaça e horizontes.

Há leis que a tudo regem. Ninguém que as contém pode de fugir das determinações ainda que ambicione fugir. Sim, pois a necessária invenção dos objetivos dos atores pesa mais nas suas missões valiosas de todos nós.

Em horas justas, indagação ganha os ares. Saber a que viemos neste chão solo das almas penadas. Para quem perguntar e receber respostas singulares. Andarás nas estradas da lida em forma de zumbis ou santos de ânimo forte, na crença dos peregrinos. E andamos obedecidos aos princípios que indicam pés ante pés à frente, quer chova, quer faça sol.

No entanto sonhos nascem, crescem e se desfazem, tais espumas no surgir das madrugadas frias e alvoreceres iluminados de cada oportunidade. O dom do humor vaga ora triste, ora alegre, a meio de contrariedades e deleites. As circunstâncias apontam sempre novas modificações do volteio nas curvas dos rios; encontros e desencontros; teimas, afirmações; contradições e simpatias.

Desafio à paciência, fluir refluir das eras inesquecíveis que, igualmente, calam personalidades, vontades extremas de ser o dono e senhor da jornada.  Estar no lugar certo na hora certa; agir de acordo com princípios da mais plena das realizações plenas. Querer a todo custo acertar o milhar da existência, sem perder nenhum momento da herança limpa e das virtudes que comanda o cenário.

Sim, no instinto de inteirar o projeto universal que representa o valor exato dos elementos somados ao bloco aberto dos indivíduos, das pessoas em movimento nas tardes quentes, enquanto o tempo silencioso passa pelas árvores quietas do verão sertanejo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Globalização e regionalidade


Época recente, segunda metade do século XX, e os meios de comunicação de massa invadiram o mundo. A indústria passou a produzir em série os bens simbólicos através das usinas de massa, com isso pondo por terra quaisquer chances de preservar a autenticidade no que tange às culturas milenares locais.

Atraente, belo, correto, passou a ser só o que vem lá fora, de chicletes a automóveis, brinquedos eletrônicos, perfumes, alimentos exóticos, frutas, moda, esportes, lutas, o escambau a quatro. As máquinas viraram moeda de troca cultural dominante, no imperialismo do comércio das consciências.

Filmes, livros, peças de teatro, discos, tudo enfim peso pesado no exterior, mandado através do rádio, da televisão, das editorias dos jornais, salas de cinema, numa profusão monumental de invasão estrangeira que deixa tonta a sucessão dos países menos poderosos nesse contexto de elaboração dos produtos culturais.

O esforço dos estados pobres do ponto de vista econômico financeiro quase nem conta mais nos mercados da oferta deste tempo sem paredes. Isso tudo, por conseguinte, que gera dois efeitos bem perceptíveis: De um dos lados, a expansão da pesquisa e da educação progrediram com intensidade jamais vista, partilhando os preciosos resultados da ciência para gregos e troianos, russos e americanos, africanos e nórdicos. Por outro, há colonização intensa das matrizes originais da imaginação desses povos vencidos, setelitizados em troca da dominação imposta de cima para baixo pela força do lucro das corporações, independente de critérios universais, inseridas no campo internacional da política.

Sem que considere a estética e a herança particular das tantas e inéditas regiões humanas em seus países distantes ou próximos, a cultura de massa as tritura com a lâmina de aço dos produtores invasivos o que desconhece nos planos de invasão, peças de manobra que se tornaram os elementos da riqueza individual dos grupos humanos esquecidos e pouco integrados nessa estética nova da massificação.

A regionalidade, mãe daqueles traços originais das civilizações autóctones, perdeu energia e descai numa velocidade estonteante, prova incômoda do abandono da criatividade e dos poderes esquecidos nas fontes regionais, qual em fins de eras, sobretudo agora sob o impulso das máquinas de conhecimento da televisão e da internet. Algo assim equivalente à robotização humana que quer anular os indícios de alternativas pessoais à epopeia da raça, porém na forma do maior dos desafios já vividos em qualquer tempo. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O ato de doar


Amor, eis o poder infinito que transforma as contradições das jornadas e atualiza valores e circunstâncias por vezes trágicas, talvez inevitáveis. Quando propomos algumas considerações a respeito da doação de sangue, de medula, córnea e órgãos vitais, pedaços de nossos corpos que a Ciência obteve o ganho de os participarmos com os demais seres humanos, nos vem à lembrança o reparo sublime das máquinas que nos mantêm no seio da natureza.

Dia 25 de novembro é comemorado o Dia do Doador de Sangue, data escolhida para evidenciar a coragem dos que contribuem nesta preservação de existências físicas perante os diversos riscos na saúde, através da sobrevida que lhes permite receber o plasma sagrado depositado nos bancos de sangue. A humanidade evolui ao nível de oferecer tamanha oportunidade, participação valiosa de outros, os chamados doadores, pessoas especiais, na história clínica dos semelhantes. Já cabe sentir no coração o tanto dispomos na busca da perfeição em grau de sentimentos bons, solidariedade, virtude, destas pessoas escolhidas.

Inexiste amor maior do que dar a vida pelos irmãos, afirma o livro bíblico de João 15, 13, enquanto, na essência mais verdadeira, este pensamento se torna viável, ao pé da letra, em toda probabilidade, na circunstância das doações. Oferecer parte de si mesmo em favor de outras criaturas, numa atitude ímpar, excelente gesto de abrir mão de parcela do próprio organismo a fim de partilhar o bem da vida com irmãos por vezes anônimos, importância inestimável, recurso que só avalia quem cruza momentos de aflição. Muitos e muitos, em quantos lugares, contam histórias parecidas.

Sem perder vitalidade, o doador agirá movido pelas bênçãos do gesto de servir os irmãos de humanidade nas crises... Quanto há nisso de desapego e grandeza... Ainda estamos longe de saber das exatas proporções, o significar pleno disto, porquanto passa além das providências apenas materiais deste mundo temporal.

Nada superior em termos de magnanimidade, portanto, do que o gosto de se permitir multiplicar a existência em outras existências. Amor que existe no que afirmou o evangelista, lição digna de ser secundada, nas possibilidades científicas de cura deste momento.

Partilhemos, pois, de nós e ofereçamos à medicina tão nobre instrumento de preservação do direito de viver.  

sábado, 17 de novembro de 2012

Filosofia popular


Lembro, sim, de quando costumavam escrever embaixo das portas dos caminhões a frase Venha sorrindo, mas limpe os pés. Uma dentre milhares de tiradas primorosas do saber humano repassado de pai a filho. Daí, às vezes, também me pego a imaginar outras situações em que caberia esse estratégico mas. Tenha fé, mas trabalhe para obter o que deseja. Sonhe, mas faça por onde merecer o que quer. Espere, mas abra os olhos e veja chegar o bem ansiado. Faça belos discursos, mas pratique o que diga. Seja sabido, mas seja honesto em seus negócios.

A jornada aqui do chão indica longa série de coerência do que leva pensar e agir correspondente ao pensar cotidiano. Suba, contudo na medida das suas forças, sem pisar na cabeça dos que estejam abaixo. Pois espécie de justiça natural determina os acontecimentos. De boas intenções anda cheio o Inferno, porquanto só calcular o nosso lado sujeita terminar agir esquecendo os demais irmãos da vida.

De ganhadores o mundo anda cheio. A cada artista segundo as intenções de preencher o cenário. Armam e querem levar a melhor, na maior sem cerimônia, ação de rotina em dias agitados.

A pessoa apressada come cru. Pode até ganhar, mas não leva. Malandro de mais atrapalha e se atrapalha. Quanto ensino das tiradas populares, sabedoria decantada através do decorrer do tempo.

Hoje até já existe a Filosofia Clínica, espécie tratamento que tem por base as interpretações trazidas pelos mestres no correr da história. Achar o jeito de aplicar os tais conhecimentos dos sábios dentro dos praticados. Colocar o valor do conhecimento nas realizações das pessoas.

Desde criança ouço as expressões do próprio povo no sentido de resolver dificuldades, demonstração clara do poder das palavras na rotina de todo momento. Com isso, nos aproximamos da finalidade dos instrumentos que se possui para lubrificar os sistemas do grande mecanismo chamado realidade.

Em tudo há destinação e objetivo, restando descobrir e encaixar nos lugares o que a necessidade obriga. Pare e avalie a solução ideal que o problema pede, até descobrir a cura naquilo que antes parecia males de impossível solução. O espaço da experiência tudo aprimora no decorrer das muitas vidas.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ânsias de poder


Das fraquezas históricas apreciadas, as ânsias de poder praticamente comandaram relações deste mundo temporal dos humanos, seres bizarros. Há tendências por demais insistentes nos hábitos de querer misturar alhos com bugalhos, nas conquistas secundárias que obtém nessa fase contraditória, com os dotes naturais superiores retalhados nos açougues sujos. Quase que trocaram grandeza dos amores eternos pela futilidade de interesses imediatos. O reinado pelo prato de lentilhas, na negociação de Esaú e Jacó.

Isto, porém, soma custas astronômicas em termos de honradez e dignidade; que viva o luxo e morra o bucho, moedas de troca no mercantil das glorias fáceis e prazeres delituosos, instintos prontos na forma dos apelos do desejo, balança da atualidade. Essas palavras parecem explicar no tanto aproximado os desmandos da permissividade, quando leiloar almas enriquece e dura pouco para conter a matilha que domina a selva. Ética de verdade conta pouco, face da conivência das vaidades. Buscar só lucros materiais, invés dos planos de salvação, no decorrer das grandes crises e dores.

Em consequência do atraso milenar, se contorce a burguesia, múmia estirada nos chiqueiros da fama, que abre as pernas morais cada vez diante dos apetites vorazes das taras a lhe corroer as entranhas, preço impagável acumulado ao longo das esperanças pelas veias doloridas de gerações.

Que adianta ao homem ganhar este mundo e perder a Eternidade? – indagava Jesus, em meio aos tumultos desse quadro.

Muitos, no entanto, baixam a crista das aspirações maiores, gladiadores conformados às feras, e aceitam o estado natural que produzem nos espelhos individuais. Dominar a si deixou de pesar no foco dos amores sonhados, idealizados e depois traídos, enlameados.

Bom, o quadro mostrar a cara do Moloc das civilizações, fera tonta e personagem principal dos filmes jogados nas cabeças eletrônicas. Antes, vilões caíam vencidos perto do final das histórias.  Anos seguintes, fugiam rumo a paraísos fiscais. Data mais recente, possuem seus próprios canais e ofertam lances convidativos ao engano das consciências trabalhadas a quatro cores.

Deixo por menos não, pois saídas continuam em brasa dentro dos corações independentes. Às crianças, aos jovens, busquem o estudo, as possibilidades infinitas da transformação. Descubram formas de pelejar nas cartas de navegação dos segredos positivos. Pequenos sinais indicam oportunidades bem próximas de conservar a visão da certeza definitiva. 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Agenda positiva


Sem medo e sem culpa – posições pessoais inevitáveis, encaminham ao sucesso – independente de credos políticos, religiosos, quaisquer que sejam eles, nesse mundo lotado das ocupações mentais, a impor compromissos. Agir de tal modo que a religiosidade dos pontos de vistas sirva para nortear atitudes livres na relação com os mistérios.

Quando o sujeito se imagina que obteve de Deus e manda ver a autorização de andar na Divina Graça, lá acima, nessa hora, o Bem e o Mal correrão por conta e risco desses mandantes, a querer posições além da imaginação. Ninguém pariu Deus só no interior do pensamento, onde a parte não comportaria o Todo. Ainda que haja leis profundas que regem o assunto, a Liberdade de Deus. A Liberdade é Deus.

Transcendem a força humana os domínios superiores. Ordenar os fenômenos da natureza, espécie de maestro feiticeiro, significa excesso de confiança dos homens nas cabalas e convenções, palavras do encantamento criadas pelos próprios autores a título de comandar os fenômenos. Milhões falam alto frases de poder, sem, no entanto, saber o que dizem, e pecam nessa hora.

Contudo existirá faixa valiosa de exercício da bondade suprema à medida que usufruam os aprendizes da condição de praticantes do bem que exercitam o que ensinam, porquanto os ditames da coerência em tudo convergem. As ações e reações imperam os acontecimentos gerais do Universo. A essência dos valores invisíveis administra a medida exata do quanto existe, longe da vontade limitada dos expertos comerciantes.

Imaginar um Deus humanoide, mesquinho, interesseiro, que se convence diante da fraqueza dos bajuladores, aliciados nas bancas dos cambistas, confronta o mínimo de bom senso, a querer transformar plano mais elevado em meros joguetes de quintais da fama fácil desse chão carcomido nas contradições de poeira.

Distante, infinitamente transcendente, dentro, bem dentro da importância de valores exatos, matemáticas da fé e da consciência, ali se viverão experiências inigualáveis, comunhão do Eterno Amor, saborosos postulados da bondade plena, soltos das amarras paroquiais da matéria. A coragem extrema da ânsia de realização do Ser assim revelará na alma da gente o Sol. 

domingo, 11 de novembro de 2012

Vulgarização do corpo


As invenções da indústria de produzir armamentos deixam claro o descaso dessa humanidade quanto ao corpo, tratado igual a uma coisa qualquer. Desde aquilo se joga para dentro do organismo a título de nutrição, até o jeito de adotar a pele e nela desenhar tatuagens apressadas, vendas grosseiras, sobretudo da beleza plástica, os esporte de lutas perversas, riscos de excursões radicais a montanhas e vastidões geladas, isso tudo denota o pouco jeito dos humanos quanto à utilização da matéria que a Natureza lhe fornece no sentido de aproveitar e tirar da experiência as melhores lições imortais.

Bancas de revistas, televisões, ruas, demonstram com excesso a prática infiel de oferecer corpos no mercado aberto da fama e da vulgaridade. Tanta beleza jogada nas latas de lixo... Tanta ausência dos critérios menos drásticos... E saber quanto de aprimoramento resultou na forma física, o instrumento inigualável que ora dispomos para chegar neste chão, habitar junto de tantos elementos vivos a condição biológica, porém ainda inconscientes do nível de sofisticação da máquina mais perfeita que somos nós no estreito espaço entre o nascimento e a morte, andarilhos das estrelas.

Há como que impaciência acelerada de cuidar dessa parte do mundo que nós somos. Pressa descomunal invade, pois, terrenos pegajosos de vícios e autodestruição em massa,  que significa esse momento dos seres humanos.

Disso falam as emergências dos hospitais, as penitenciárias, os bares, multidões embriagadas nas noites perdidas dos campos de batalhas. Espécie de saturação existencial resulta noutros dramas maiores, quais sejam  insegurança das cidades, criminalidade ostensiva e falhas éticas dos que recebem a função de conduzir a sociedade no rumo correto.

No transe aberto desses tempos metálicos, no entanto, as leis da Eternidade continuam leva adiante novas palavras de sobrevivência das espécies, trazendo filhos e os alimentando da Esperança, apesar dos atos contraditórios verificados.

Se nem sabem cuidar do pequeno território do corpo, que sustenta as relações pessoais e coletivas, imagine querer mandar no Universo, pretensão de tantos necessitados nas suas viagens exóticas...

sábado, 10 de novembro de 2012

A uma amiga


Enfim li o texto. Texto bom, tranquilo nas avaliações, seguro do que diz, profundo nas interpretações da realidade. Um diagnóstico do momento dessa nossa geração assoberbada de tantas alternativas, tantas e nenhuma. O que indica a importância do mergulho de que fala, a objetivação disso tudo, um carinho conosco próprios. Desejo flutuante parece querer dominar o universo em volta. Contudo há de haver coisa melhor para preencher esse tempo de tantos chamamentos e pouca realização pessoal. Às vezes, extingo em mim os arquivos anteriores, faço um apagão geral das coisas guardadas, querendo a qualquer custo me livrar do fardo de planos guardados. Limpo as prateleiras e, qual sujeito irresponsável, adormeço noutras pretensões. Funciona. Mudo os livros que leio, esqueço ideias antigas e reelaboro os planejamentos dos dias seguintes. Sei, sim, que as pessoas andam muito ocupadas com fantasias esplendorosas e estéreis. Cuido de alimentar a proposta de Salomão de que triste é o homem que confiar em outro homem. Mas mesmo assim não dou por perdido o horizonte. Reescrevo dentro de mim as velhas histórias que ouvi, ou li, ou sonhei. Prendo minha atenção na liberdade do que não existe mais. Aquele homem velho morreu no passado. Alimento o sonho da virtude maior, além do orgasmo físico, das guloseimas ilusórias. E vou rindo por dentro, na certeza de que hoje sou bem melhor do que já fui. E que a solidão que constrange esses dias morrerão com eles, e seguirei feliz à busca da minha felicidade, do mim mesmo. A gente se liberta primeiro dos outros, depois de nós. Ando, pois, na disposição de achar o fio da meada desse tempo de tantas e fartas armadilhas de sentimentos e gracejos televisivos. Enquanto aqui do lado mora um amigo magistral pronto ao mergulho das novas possibilidades do Ser. Arrasto os pés na noite dos sentidos e adormeço inocente das ações nefastas da civilização de palha que o fogo do tempo devora a cada minuto. Até escrever de um fôlego, sem dividir os parágrafos, nutre a vontade infinita de acreditar nessas certezas todas de encontrar comigo e abraçar o eterno companheiro que guardo silencioso ao meu lado, à esperar desse instante de Paz e Felicidade que vive solto, viajando prudente no itinerário de todos os poemas e todas as filosofias possíveis e imagináveis da Perfeição Absoluta. Paro aqui e não releio o que escrevi, no afã de praticar toda a sinceridade.

Saúde e Paz.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Equilíbrio


Três dias se passaram desde quando eu e meus irmãos vimos partir o nosso pai. Daí uma emoção esquisita, soma de saudade e conformação diante do quadro doloroso que lhe tocara a saúde, pareceu querer tomar conta do contexto avassalador. Vazio inominável se estabeleceu no ar em volta, e um a um ficamos ali pelos cantos do sentimento solitário lá por dentro do ser. Nisso, hoje soube do nascimento do meu segundo neto, Daniel, filho de Ceci e Felipe, ocorrido no Hospital Português, em Salvador, onde ela também nascera há três décadas.

Nisso ora vejo clara a boa disposição da Natureza de seguir seu curso misterioso, resposta permanente a toda dúvida e poder fabuloso de equilíbrio universal, às vistas dos acontecidos mortais que, em si, desenvolvem os atributos da perfeição inarredável. Marcha batida a favor desse viver eterno, desconhece as exigências da sorte e propaga a luz da esperança no âmbito das consciências.

Aula aberta de sobrevivência, revela os dotes das gerações. Através dos grãos da perenidade, desliza suave o curso das transformações, no seio de fenômenos paralelos, vizinhos, iguais. Enquanto isto, no coração da gente fervilha o valor da ciência pura das flores dos jardins de Deus, no trânsito de valor incalculável, nos quintais da Eternidade de que somos frutos.

Ainda que, nalgumas horas, doam e queimem as marcas de abandono que significam doces luzes, em nós percorrerá pelas entranhas a força vital do aconchego supremo e silencioso das trilhas naturais.

Acalmo, pois, questionamentos e trato logo de aceitar as contingências das nuvens que indicam probabilidades abertas, trabalho dos outros dias que nascem, crescem e revivem sempre. De braços abertos aos fenômenos inesperados, firmes pessoas desenvolvem o gosto, os dons, as tristezas e as alegrias; acreditam e persistem.

Olhos fixos no horizonte do futuro, assim, observo as lições silenciosas da existência e supero em mim emoções que falam a toda hora o código poderoso da linguagem perene e impessoal dos tempos da perfeição original.        

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sementes da crença


Donde vem a certeza do invisível nas criaturas humanas, o que aponta na direção da crença, saber que nasce do sentimento. Somente a razão justifica limites no instinto da religiosidade. A margem estreita da busca dos valores espirituais serve de base a muitas filosofias, que, de comum, permanecem prisioneiras da racionalidade, reclamando o senso das verdades absolutas, sem, no entanto, localizar justificativas suficientes para dispensá-la. O raciocínio fixa pontos exclusivos de permanência no pensamento de conclusões definitivas, ocasionando pouca chance de sobrevoar a matéria e ver outros paraísos maiores, mais distantes, que ameniza o deserto de existir. A justeza dos princípios filosóficos materialistas acha meios de alegar a dúvida e a desesperança, invés dos níveis elevados ao Inconsciente, território comentado, pouco demonstrado, no entanto. Porém a necessidade condiciona os mortais a procurar planos em que o alimento recusado pelas filosofias concretistas possa alimentá-los, em vista da sobrevivência apesar de tudo que elas abrigam nos postulados e demonstrações físicas.

O contexto humano, igualmente, carrega consigo fardo imenso de transcendência, razão da busca incessante do Eterno, ainda que fruto apenas da essência interior. Se abandonar à própria sorte os humanos, joguetes de destino nostálgico, indiferente a tudo, eis carga de amargura e angústia que dominaria o mundo, forma absurda inabitável da descrença. Conquanto submetido a doses fenomênicas de dúvida, há que se tanger adiante o império da história racial que nos é entrega aos passos.

Nisto, perante a tarefa de esclarecer quais elementos justificariam viver e realizar o projeto da existência do Ser, face aos conceitos restritos da visão materialista dos sentidos, pedirá interiorização individual de sensibilidade, profissão pura da fé. Só por si ordenará o arcabouço da crença.

Em qual âmbito particular, meandros além do pensamento e da palavra, território puro do silêncio, a alma habitará os propósitos desta Verdade plena, campos de leite e mel. Composto de interrogações e ausente das respostas do chão sistematizado na contradição das filosofias, o fator do sentimento impõe sensibilização doutro nível, atributo de valores inalcançáveis ao viajante das palavras e dos conceitos.

Espécie de bloco essencial persistirá, pois, no íntimo das criaturas humanas e as indicará estruturas impossíveis ao puro e simples das ciências da razão material. O inexplicável, por isso, que aproxima a nave misteriosa da metafísica, emoção raciocinada, decodifica os sinais enigmáticos e indizíveis da Verdade maior onde vive a consistência de um Tudo.  

Afinal pedir Amor não é pecado, mesmo que contrarie a rica Filosofia.

Tecnologia a explosão


Pensar nos estragos promovidos pelas invasões ocidentais no Oriente e corre pela espinha do cidadão comum frio de apreensão de causar espanto, calafrios persistentes. Saem daqui as tropas em armas desenvolvidas nas tantas guerras, e chegam arrebentando tudo, feitas monstros trajados de besouros destrutivos e sagazes. Os papadores do petróleo alheios à paz de antes, prontos a encher os tanques das viaturas que representam a geração sobre rodas, correndo tétricas nas estradas de noites em dia de luta lá atrás, na burocracia dos tristes escritórios.

Isso mesmo, uns predadores a defender seus motores a explosão em civilização movida a combustíveis fósseis, os humanos que ora agarraram o chão deste Planeta aceso e esfumaçado.

Esquisito, pois, o método dessa gente endinheirada e agressiva, que ganha no grito a tradição das populações lá do outro lado, gestos metálicos de fabricantes de bombas eliminadores de ordem e tranquilidade.

Coréia, Vietnam, Afeganistão, Iraque, Líbia, sei não quantos mais que eliminaram friamente, o que no passado fizeram com as românticas nações indígenas, mediante a febre da conquista, arrecadadora de bens para investir nas muralhas dos palácios longe de inspiração sadia.

Destroem passado, presente e futuro da humanidade toda. Arrebatam coletivas possibilidades em questão de poucos instantes, através do genocídio, e eles julgam seus atos à luz da miopia materialista somente.

Caminhar sobre as ruínas elaboradas na democracia desses monstros atuais é analisar o progresso de cabeça para baixo em que escrevem a história. Os recursos transformados em máquinas mortíferas e lixo industrial, sucata de cientistas idiotas ganhadores de prêmios e reportagens em jornais envelhecidos no ritmo da ganância.

Num esforço de interpretação da psicanálise que rege a política invejosa desse atraso da Ética, vem o resultado escuro na doença social dos líderes alucinados no poder sem causa. Tontas do carrossel danificado, mentes infectadas ao vírus do ódio persistem a eliminar possibilidades, fabricar edifícios envidraçados na fome do desamor.

Há que se alimentar desejos de sonho alegre nos filmes otimistas e pássaros coloridos e maviosos, a cantar para as matas de novas gerações felizes e divinas, pacíficas e pacificadoras.   

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Pensamentos de homem livre


Houve um tempo, quando morei cinco quilômetros afastados da cidade, em casa que lá não possuía energia elétrica e telefone. Contava só com água de cacimba, bombeada por moto bomba movida a gás. Era a época das Diretas já, depois, eleição e doença de Tancredo Neves. De tanto prego que dava o motor, Zulene o batizara de Tancredo. Quase toda semana descia com ele para reparo na oficina de um conterrâneo das Lavras que vive em Crato. Nessas viagens, resolvia o problema, mas sobrava a certeza de que regressaria sem dúvida ao amigo mecânico (Nilson).

Desde então, quantas outras dependências seguiram aparecendo desse tempo convergente. Celulares. Computadores. Internet. Cachorros. Impostos e taxas. Filtros solares. Hidratantes. Atentas parabólicas. Exames periódicos. Outros reparos. Prestações variadas. Mensalidades. Compromissos partidários. Sindicais. Clubes. Renovação de carteiras. Contas bancárias. Ainda que, no mesmo lugar, cercas que comprimam. Etc. Etc.

Para onde torcer o pescoço, ali os vínculos institucionais da sociedade humana, convenções, limites constitucionais. Regras fundamentais da convivência dos cidadãos. Valores. Normas. Direitos e deveres mil. Sei, no entanto, que manufaturadas no aprimoramento da espécie. Padrões universais de entrosamento, conscientização coletiva das classes em movimento. Grades que cercam o território e amaciam relações comunitárias.

Sob essas concretudes circunstancias, deslizam individualidades, por vezes habituadas ao percurso natural das evidências. Noutras, contudo, desperto a considerações repetitivas, o sabor do choque de ideias soltas pelo ar, nos ditos pensamentos de homem livre. Explodem tais frutos inesperados da visão das oportunidades, mediante clarões que invadem salões da memória e fixam audiências a meio de demais produtos modificados e que ainda se modificarão a toda hora. Querem isso de abrir espaço possível para realidade alternativa do ser livre, vagas dominantes, audaciosas, o oceano presencia na tela de si pessoal. 
   
Os itinerantes lampejos da visão em atividade impõem largos voos monótonos e mudam sentidos antes naturais da conformação. Pegam o estrangeiro pela mão e o conduzem mar adentro, rumo do desconhecido... A rota do destino com isso reconstitui o poder original de humano livre das amarras postas no leito das estradas, agora determinando objetivos antes encobertos. Enquanto a força da liberdade dorme contida, escondida no querer dos talentos, seres iluminados assim revelam oportunidades de recriar novos universos.