sexta-feira, 1 de agosto de 2025

A liberdade e os sonhos


Vagos murmúrios de imaginação e novas aventuras crescem lá de dentro, no instinto original de encontrar o que pudesse preencher esse desejo esquisito de mergulhar nas noites mais distantes e ali permanecer noutros espaços. As palavras bem que se prestam a isso, de sons articulados entre sombras solitárias e espectros fantasmagóricos de si mesmas, seres nascidos do íntimo e soltos no Tempo. Há que se criar, pois, conceitos e acreditar serem eles verdades inevitáveis, pergaminhos e restos de perdidas aventuras.

As tais imagens assim crescem na medida doutras razões a bem dizer inacreditáveis. É tanto que logo depois desaparecem no condão dos pensamentos e jamais voltarão à tona, quais tivessem (ou tendo) um poder sem par. Daí surgem dúvidas de quem resolvera apresentar aquelas cenas sem precedentes, esplendorosas, desfeitas em série pelas marés do Destino.

Esforço existe de querer lembrar o que viera na tela do imaginário, naquelas madrugadas por vezes frias desse universo. Porém qual o quê, nem de longe restam, talvez reduzidas a meros artesanatos de pensamentos sem maiores consequências. Nisso o empenho de adotar o impulso daqueles heróis antigos, senhores de poder transcendental, contudo partes inúteis, talvez, do instinto de querer conhecer as normas dessa vontade soberana, dominadora, e a liberdade que seja não permitir.

São muitas pequenas histórias trazidas a todos, depois desaparecidas no rio das horas. Súplicas, repetições, repastos dos entes que ali estiveram e sumiram sem deixar nenhum vestígio. Enquanto aqui permanecem de novo a fustigar as emoções, apreensões, e os destinos. Perante mistérios incontáveis, tudo permanece minúsculo, agora inexistente nas frestas dessas aventuras trazidas desses autores que escrevem o que significa sonhar, no entanto. A sustentar enredos nítidos e, em seguida, apagados entre os dentes das criaturas, deles simplesmente, ignoradas, deslizam nessa multidão de humanos de olhos presos em seus próprios interesses. Narram a  si as deduções quiçá possíveis, todavia ausentes daquela supra realidade anterior de que perderam a chance de guardar consigo, desfeitas em aparentes vastidões infinitas.