tag:blogger.com,1999:blog-89504439974816168972024-03-28T20:29:34.503-07:00José Emerson Monteiro Lacerda- Cogitações diversas - Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.comBlogger2544125tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-57331132962380942112024-03-28T15:31:00.000-07:002024-03-28T16:48:12.992-07:00Sons da solidão<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMAhq1ue9jAmC8Cfb7GhONzmDPRi82VZ9Ov2dKHU2gqgneMz5oihBjBYAHxT2K44H-rKuNl9pcJjN6XbXoMYLovA666t8jNCYUDwE1vFa9tM5ih-fMvokfP0iw6ELhrjRh00bRm0H3aTR4kYwF3emnsOiElNfJaeEfjRoFqOIgddRaz8AZXMTGYzSfaMgU/s3872/DSC_0432.jpg"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMAhq1ue9jAmC8Cfb7GhONzmDPRi82VZ9Ov2dKHU2gqgneMz5oihBjBYAHxT2K44H-rKuNl9pcJjN6XbXoMYLovA666t8jNCYUDwE1vFa9tM5ih-fMvokfP0iw6ELhrjRh00bRm0H3aTR4kYwF3emnsOiElNfJaeEfjRoFqOIgddRaz8AZXMTGYzSfaMgU/w400-h268/DSC_0432.jpg" width="400"></a></span></div><span><br>Na ocasião de encontrar consigo mesmo, face ao desconhecido
em movimento, ali dentro da consciência dos instantes surgem os traços de mundos até então ignorados. Massa informe de séculos que percorreram a
floresta das ausências, nesse lugar bem entranho ressurgem os vestígios
de antes quais seres independentes, vivos, ativos. Isso por conta de
terem vida própria, de continuarem presentes mesmo depois que de lá me afaste e eles permaneçam, pois contarão sempre a minha história, não sendo eu seu autor. Regressam numa intensidade
que fará susto. Escascalham bem no íntimo aquilo que pensara fosse desaparecer
passados uns dias, na amnésia imaginária do inconsequente. No entanto agora sei que retornam com força superior à que aplicara quando no auge de tudo aquilo. Talvez
nisso e disso persista a vontade inteira de haver sido outro se não este que
ora sou. Porém nem de longe existirá tal ficção, restando unicamente devorar o gosto do fugidio e alimentar de palavras e pensamentos a casa do sem jeito.
Creio seja esse o motivo dos tantos sonhos virarem livros, filmes, fábulas,
lendas, confissões e credos.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Os ecos do inesperado de antigamente do que fora certa feita de novo ocupa o mesmo lugar no espaço da gente, dessa vez através de cicatrizes largadas na memória, querendo ou não sermos isto, pedaços toscos do
que fomos e aparentemente do havíamos de sucumbir na calada de noites,
festas e viagens (quando assim pensávamos). São luas que fogem silenciosas
no céu das almas e adormecem pouco a pouco nas friorentas
madrugadas de saudades e distâncias. Conquanto falem nesses registros que jamais sumiram, aqui tangemos a nave de nós mesmos pelas quebradas do Destino, sendo este nada um ser em elaboração, de
certo o que quiséramos imaginar. Quantas batalhas e a sobrevivência inevitável que habitará o senso de todos, aos pés do altar desta catedral de pedra da humana solidão.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-64530329045117989462024-03-27T13:30:00.000-07:002024-03-27T13:31:10.189-07:00Universo pessoal<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjrm08rfhQyUKQ8LHMdA1TRBitMWzqPq2Z47LzCt_w5pYTs7wpDKX1Yxoqn_drWk9ZMsS17ZXUizXBXrr-B2-Gl4ONAqqH2Ol_tpEYt5523pdmMHmntqJ5jLlaMIRHg2MOTXUcn9cu5HUwMzAJeBuKZWNq3MXu63FHCXpf-Gn8cf6-1ZVmZsg_1s_FrqFM3" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="397" data-original-width="500" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjrm08rfhQyUKQ8LHMdA1TRBitMWzqPq2Z47LzCt_w5pYTs7wpDKX1Yxoqn_drWk9ZMsS17ZXUizXBXrr-B2-Gl4ONAqqH2Ol_tpEYt5523pdmMHmntqJ5jLlaMIRHg2MOTXUcn9cu5HUwMzAJeBuKZWNq3MXu63FHCXpf-Gn8cf6-1ZVmZsg_1s_FrqFM3=w400-h318" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Território das aventuras individuais, o ser em si contém o
quanto de tudo seria possível conhecer numa só dimensão. Ainda que conste sermos
partes do grande todo entrelaçados de energias, no entanto dentro desse
quadrante onde vive ali essa criatura dotada dos conceitos do Poder e das resoluções
absolutas. Ainda que, tantas vezes, haja de cruzar oceanos de tormentas, contudo
princípio e final dessa mesma dimensão é o que tanto pode atormentar quanto
alegrar num mesmo setor de alma qual seja isto que somos a todo instante. Daí o
valor soberano às nossas mãos, fruto da consciência de existir que carregamos aonde
quer que nos desloquemos face aos acontecimentos inesperados em volta.</span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Qual numa viagem ininterrupta, vagamos ao léu tais senhores
de quantas aventuras, contradições imensas, arrastos de natureza própria, a questionar
a nós mesmos diante dos fatores em vista. São memórias fatiadas, visões,
pensamentos, experiências inesquecíveis, detalhes em movimento no seio da
presença que equivalemos passo a passo. Nisto a importância de viver com
intensidade credos e cores os quais nos deparamos face ao eterno de que temos
parte integrante e responsabilidade inevitável.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Quiséssemos possuir dom de exclusividade no comando de nossa
existência e ser-nos-ia cobrado o tributo da inexperiência que atormenta no
correr das dúvidas. Sabe-se da vivência que dispomos de herança transcendente,
misteriosa, sagrada, vinda de origens soberanas, de um início sacrossanto. A
ninguém cabe duvidar, ainda que desejos persistam na angústia de estar neste
chão sem maiores explicações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Esse donatário da individualidade viverá assim até quando
este drama atroz de refletir e desvendar o segredo a isto aqui viemos. Durante
todo tempo, porém, há de conduzir-se no seio das vidas em um jeito que permita
contornar o Infinito e mergulhar nas verdades que transportam nas folhas de jornada
inigualável rumo aos Céus.</span><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">(Ilustração: Paul Gauguin).</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-80478464297997904712024-03-24T09:55:00.000-07:002024-03-24T10:14:06.094-07:00Prospectos<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5vZZj9GLg5iLPk8s5bBwF7EIHyZHz7KTq_lo966X8OyoO9OQXd4n_3O9B4-YRO1j0-GpnihmGeFxtvAqF4quTLJboaf8A7ZuCGsongf1RC91KwC6jqw01_pQNFu3WyPmWfFywqwpJJWOKqBnY76BlMEJnRMzk0aagsn38vXPi_o6qbM7r3MvV9s_6wCMJ/s3530/Digitalizado_20240324-1222.jpg"><img border="0" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5vZZj9GLg5iLPk8s5bBwF7EIHyZHz7KTq_lo966X8OyoO9OQXd4n_3O9B4-YRO1j0-GpnihmGeFxtvAqF4quTLJboaf8A7ZuCGsongf1RC91KwC6jqw01_pQNFu3WyPmWfFywqwpJJWOKqBnY76BlMEJnRMzk0aagsn38vXPi_o6qbM7r3MvV9s_6wCMJ/w400-h264/Digitalizado_20240324-1222.jpg" width="400"></a></span></div><span><br>Em plena Era Cósmica que se vive, quando ninguém mais precisa
de ler bula de remédio, que vem tudo on-line e ao som de leituras mecânicas, o
mundo virou isso, uma caixa de surpresas eletrônicas. Deslavadas impressões de
antigamente perderam a razão e hoje chega tudo no mercado livre, desde as
ponteiras dos piões até a expectativa dos primeiros extraterrestres que
desembarcarão lá qualquer dia numa dessas praias desertas do catálogo de
turismo da imaginação. Tudo, ou quase tudo, aos mutirões dos apegos das gentes
e suas ânsias incontidas de viajar a qualquer canto, morar, sorrir, pensar,
transmitir, destinar, dormir e sonhar.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Quanto aconteceu desde então, dos livros de ficção da década
de 70, de <i>O despertar dos mágicos</i> a <i>1984;</i> dos filmes assustadores
e das previsões fantasiosas dos anos posteriores. Qual o quê, ninguém sabe,
ninguém viu. Espelharam neste Chão das almas versos e cantigas, romances e
contos, visões assemelhadas ao inesperado que nunca mostrou sua cara nos eventos
temporários. Os dramas continuam, enquanto as noites seguem seu curso rumo ao mar
do desconhecido. A fome de poder e os métodos de alcançá-lo mudaram só no papel,
que agora são algoritmos e fantasias elaboradas. </span></p>
<p><span>As limitações dos humanos persistem, vez em quando uns largando
aos céus princípios e valores, nas idas sucessivas de seres que apenas aceitam
existir, comer, morar, trabalhar e dormir. </span></p>
<p><span>Quanta vontade esquecida nos braços do Tempo. Largos telescópios
seguem na busca de abrir os olhos da multidão, que apenas aplaude seus ídolos nos
espetáculos feéricos das bandas que sumiram das lojas. </span></p>
<p><span>De dentro de todos nasce o rio da vida que transcorre nas
telas mentais das humanas criaturas, nas praças dos detalhes valiosos
de compreensão às vezes das jornadas inesquecíveis. Porém, autores de si, que aguardam o momento exato da transformação pura e simples. Houvesse de ser
diferente, de há tempos os sinais apareceriam nos instrumentos de orientação do
Destino e a festa jamais teria fim.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-88968052085224607282024-03-23T14:16:00.000-07:002024-03-23T17:45:07.193-07:00A era dos malassombros reais<p><span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJ5WSqg7xTHnclLK1GmNDoHiKimdXl2PJqdgISBiQ0K1pNbcTuOSHIRGlATgrK9nbSHj35F3gFUrrbyxeSUpd4OLsn_Jr5IJn8JXbpVkJNMICDIiywgJ63BeKeU-OWQpccHTn0YcmLUpSxL0iC2IFcuqxQuEALIujeSb2Vr2qruckNO3yW9N-LZkJMYfXB" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1711" data-original-width="3043" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJ5WSqg7xTHnclLK1GmNDoHiKimdXl2PJqdgISBiQ0K1pNbcTuOSHIRGlATgrK9nbSHj35F3gFUrrbyxeSUpd4OLsn_Jr5IJn8JXbpVkJNMICDIiywgJ63BeKeU-OWQpccHTn0YcmLUpSxL0iC2IFcuqxQuEALIujeSb2Vr2qruckNO3yW9N-LZkJMYfXB=w400-h225" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br /><p class="MsoNormal">De antes, bem antes, havia visagens noturnas, caiporas,
mulas sem cabeça, sereias, gnomos, fadas, duendes, tais assim. E suas histórias
preenchiam as palestras nas varandas dos rincões afastados, a encher de medo
aqueles que voltavam sozinhos aos seus lugares. Lendas e lendas, que encheram a
literatura pelo mundo inteiro. As mitologias das civilizações que sustentaram
demorados estudos, inclusive, que avaliaram os temas, os considerando frutos do
medo, da imaginação, da fantasia, das paranoias e demências. Eram às vezes
contos místicos, heranças sagradas doutras dimensões a fora. Preservaram com o
devido respeito e fizeram com que chegassem até hoje, alimentando as
literaturas, crenças e os sonhos...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Porém que passaram incólumes, viventes apenas do imaginário
popular, das artes, dos circos. No entanto outros malassombros seguiram adiante
e dominariam a mentalidade dos povos em formas de resultados perversos,
trágicos, e que receberam amparo tais mitos válidos, motivos de práticas e
costumes. Quais sejam a considerar? Os vícios de modo generalizado ser-se-iam
exemplos disso. A receptividade do comércio às vendas de substâncias danosas à
saúde e que recebem status sociais e respeitáveis, numa inversão que persiste
desde os tempos mais antigos e que destroem gerações e gerações a pretexto de
lazer e distração. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Noutro aspecto, a indústria da morte através das armas, monstro
devorador das gentes, que significa, nada além, do exercício do poder maligno
dos países que os utilizam na sofisticação da indústria e das tecnologias, a
serviço da eliminação das gentes e sua dominação e conquista, longe que seja de
conter a sanha feroz que reveste, num despudor de catástrofes sucessivas e
motivos de admiração dos continentes. São milhares, milhões de mortos e desaparecidos
à guisa desses instrumentos letais e seus resultados assombrosos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Enquanto isso, a mídia tão só divulga até esgotar o
interesse dos que acompanham os noticiários, na semelhança daqueles antigos que
se reuniam em volta dos picadeiros e das fogueiras, a contar das histórias dos
fantasmas e das feras que vagavam pelas noites. Agora eles são reais, os campos
de batalha oriundos da selvageria da própria raça dos humanos, algozes e vítimas
de si próprios no sentido das consequências que nem de imaginar estejam em
condição.<o:p></o:p></p><br /></span>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-91220520446976535462024-03-20T18:28:00.000-07:002024-03-20T18:35:02.984-07:00Sonhos em movimento<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPOWpx8PBm2efKCKqzsNAuJZHYm3QVNkl0nCCw16zjHovlTqvryTJ1vEjY7SNcZw9J4LFk8HI4XGXG1hQ7ySWKlhCQW_eXojxlNJiuaVOeD-EUHw6GZ5SZWkDMi-InZtWg1DshBeqXgaDqtOz7NmrEeTzrdz91ER_g69VrPR8_u2d0MLR-2knzNWNKkgzh/s2560/CSC_0141.jpg"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPOWpx8PBm2efKCKqzsNAuJZHYm3QVNkl0nCCw16zjHovlTqvryTJ1vEjY7SNcZw9J4LFk8HI4XGXG1hQ7ySWKlhCQW_eXojxlNJiuaVOeD-EUHw6GZ5SZWkDMi-InZtWg1DshBeqXgaDqtOz7NmrEeTzrdz91ER_g69VrPR8_u2d0MLR-2knzNWNKkgzh/w400-h300/CSC_0141.jpg" width="400"></a></span></div><span><br>A persistência de continuar vidas e vidas, seres livres que o
somos, bem isto significa visões do senso da certeza absoluta de quando haveremos
de obter, em termos de revelação, a visão desse universo que transportamos
dentro da gente até este poder. De valor estonteante dos mais variados
símbolos, histórias inolvidáveis, momentos de rara beleza em tudo por tudo, isso
equivalemos apenas ao correr das luas. Um a um, carregamos na alma o
deslumbramento das eras esquecidas lá dos começos. Sussurramos as lendas, os
mitos, as diversas compreensões de todo tempo, no entanto. De valor
inestimável, seres aparentemente insignificantes e mortais, dispomos do sentido
pleno do quanto existe e existirá no transcorrer de tudo isto.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Conquanto por vezes nos angustiemos de não identificar a clareza
dos momentos vividos, apenas desfrutamos do intervalo de chegar ao instante definitivo
de transpor a fronteira da imaginação e sobreviver do desfalecimento dos
objetos desse mundo insano por demais. Pequeninos seres de espécie inesquecível
nas dobras do firmamento, eis o que contém as luzes da Consciência. Noutras
horas, talvez nem disso tenhamos tido a expectativa. Postulamos
altos voos em volta de nós, porém rarefeitos nas vivências dos sóis em
movimento. Outrossim, mais dias, menos dias, a semente sobreviverá a todos os
transtornos da escuridão e restará viva, e germinará ao Infinito. Portanto,
retalhos de perfeição, aos poucos juntamos as partes desse todo esplêndido e
concretizaremos a essência do Ser que ora fermenta no espectro das criaturas. </span></p>
<p><span>Nisto, o resumo das maravilhas acesas ao meio-dia dos séculos
nos nossos olhos ainda fechados pelo fervor do mistério. Diante das leis que
regem o enigma, tateamos tão só o deserto vazio das experiências. Miragens.
Oásis. Servidão. Quase que abstrações uns dos outros, circulamos em volta os
dias no afã de existir a qualquer custo nesta busca da Felicidade, pois.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-70083398687684314672024-03-20T10:36:00.000-07:002024-03-20T10:36:33.444-07:00Caminhos da natureza<p><span style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF6t74TmgFxtYKHdNbRDlN40rgsPO_mRpOVlaVQXwEqb8rZVXMzA_GORHXvZ-bgrDWiVK-2-uohLC7BtOIcy4ZI8q1GpfdUEX1JmC3XAuqWHvRIUYdD8Z2zdah5dMMNmYh5oN1mx0UMBkcFDr1U1cNohqPdocPMd3ZsMGszkDWYskWvSh9d-NnjgHwxe_q/s2304/Outra%20rosa6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1728" data-original-width="2304" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF6t74TmgFxtYKHdNbRDlN40rgsPO_mRpOVlaVQXwEqb8rZVXMzA_GORHXvZ-bgrDWiVK-2-uohLC7BtOIcy4ZI8q1GpfdUEX1JmC3XAuqWHvRIUYdD8Z2zdah5dMMNmYh5oN1mx0UMBkcFDr1U1cNohqPdocPMd3ZsMGszkDWYskWvSh9d-NnjgHwxe_q/w400-h300/Outra%20rosa6.jpg" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Nesses tempos de pouca água nas
torneiras e temperaturas ferventes no mundo aceso, mesmo quem antes nunca
pensou em conservacionismo das coisas na Natureza, corre o risco sério de parar
pensando nas conseqüências dos tantos e tantos séculos de abandono a que
relegaram as fontes da vida na Terra.</span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">São muitos para destruir e poucos
para plantar e construir, eis a verdade principal do nível de preocupação com
florestas, mares, rios, ar e animais, todos fixados em descobrir meios de
lucrar, no procedimento predatório herdado e multiplicado pelos senhores
coloniais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Vive-se na atual geração o ponto
extremo da transição entre o homem extrativo e homem sustentável, fase por
demais periclitante, em que o menor deslize poderá colocar em xeque a natural
sobrevivência de todas as espécies.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">As ações do Greenpeace, por
exempo, bem demonstram a conscientização desse grave momento, nas atitudes
reprovativas do que os mercenários da hora promovem nos mais diversos lugares.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Bem pensassem os líderes dos
países e os acontecimentos, por certo, estariam noutros patamares. No entanto,
seguem as políticas visando tão só frutos madeireiros de fria destruição de
florestas, estiolando solos milenares e sacrificando a fauna, em acelerada
devastação inconsequente, posições inclusive do Brasil atual.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Existem órgãos estruturados a
combater ditas ações, contudo a responsabilidade cabe a todos os segmentos da
população, através dos esperançosos conselhos municipais de meio ambiente, de
raro em raro funcionando a contento. A crise moral, que fere outras
instituições, fere sobremodo as causas da natureza, justificando no lucro a
fome de resultados nas balanças de pagamento dos juros externos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Tarefa hercúlea conduzem esses
órgãos responsáveis pela preservação das fontes da vida em países atrasados, de
mentalidade mais atrasada ainda. Muito se fez até agora, e mais resta a fazer,
dagora em diante. Ninguém se diga indiferente aos modos de manter a qualquer
custo os nacos de mata virgem, água limpa e ar puro que restam em volta do
globo, a pretexto de nada lhe dizer respeito. A coisa chega de jeito radical
porque esqueceram de que o Planeta é ser vivo e merece cuidados imprescindíveis
aos que respiram e obedecem às idênticas leis universais dos sistemas integrados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Cidades do Nordeste vivem hoje
dramas de rarificação de água potável impossíveis de imaginar poucas décadas
atrás. O São Francisco, denominado o rio da integração nacional, por percorrer
vários Estados, desde Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas, a Sergipe,
alimentando de iluminação e trabalho inúmeros rincões, vê-se minguado do quanto
desmataram nas suas origens, sem que houvesse medidas pertinentes a conter os
crimes cometidos a olhos vistos e discursos abertos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Ainda existe tempo a providências
ao gosto de todos para se começar no intuito de conter a voracidade predadora
da humanidade que devorou as minas e o povo do continente africano, e cresce,
neste princípio de milênio, as garras metálicas contra as terras
latino-americanas, bola geopolítica do capitalismo faminto da vez. Só assim,
pois, descobria-se que tudo com tudo tem a haver.</span><o:p></o:p></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-3200994400537569132024-03-19T17:12:00.000-07:002024-03-19T17:12:27.533-07:00Literatura efêmera<p><span style="font-size: large;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgH1DvTaUbuGxoprbU-frtWfK66pggvAynDFyU3vxUlP5MgKvDbdjjMCoO3XX6qzRao9NAqrEST2BGjgiGNcqnAFckgVL_LEboykf1gdr_5rGaxfjRI4YE9zFMsBXmnrqkdTH2TKMAwTSnqdLWc5pFEpXY_FxCvwFLhX52lQjyo61CNu9tWU9KkXeBYAmk8" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img alt="" data-original-height="2592" data-original-width="3872" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgH1DvTaUbuGxoprbU-frtWfK66pggvAynDFyU3vxUlP5MgKvDbdjjMCoO3XX6qzRao9NAqrEST2BGjgiGNcqnAFckgVL_LEboykf1gdr_5rGaxfjRI4YE9zFMsBXmnrqkdTH2TKMAwTSnqdLWc5pFEpXY_FxCvwFLhX52lQjyo61CNu9tWU9KkXeBYAmk8=w400-h268" width="400" /></span></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Nestes
tempos virtuais, algumas conclusões se mostram pulando faceiras na nossa
frente, aguardando apenas que alguma criatura disponível pegue das teclas e
comece a formar o quebra-cabeça das mensagens para mandá-las adiante através
dos tantos meios que a comunicação hoje oferece nas telas de máquinas extraordinárias.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Noutras
ocasiões menos dadivosas, escrever impunha riscos incalculáveis até de
sobrevivência. Agora, no entanto, nada de queixas quanto ao direito da
informação. Esse engenho aperfeiçoado leva longe o que se pensa ou sente e
dispõe das normas de passar à frente em palavras. Os “blogs”, por exemplo,
democratizaram a oportunidade da fala a patamares de suprema facilidade no
manuseio e transmissão. Num passado recente, isto seria mera coisa de sonho,
ficção de ciência.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Perante
ditas considerações, resta saber o que dizer. Desocupar os guardas roupas de ideias
e criações, formular as propostas e remeter aos prelos imediatos do sacrário de
Pandora, o oráculo moderno da “web”. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">A
única pergunta necessária que persiste vem por conta de saber disso os frutos,
quais as consequência na qualidade das vidas, no investimento de tempo e saúde nas
produções e na interpretação do que mandar aos demais habitantes do mundo
virtual, na outra extremidade da linha. O que acrescentar ao pacote das
expectativas reinantes no império da dúvida humana existencial.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Vão
dias, veem dias, na esperar de melhorar as condições sociais, livrá-las das
imposições dos dissabores do ordenamento. <o:p></o:p></span></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Nesse
passo, as possibilidades criam a perspectiva do fazer intelectual. Ninguém
justifica a ausência de vitrine no gesto de mostrar suas peças íntimas de
geração, no território livre da palavra em que se transformou a tecnologia de
vanguarda. Resta, contudo, reverter o quadro de mediocridade em que se espoja o
animal selvagem da sociedade moderna. </span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-46487679174523402882024-03-18T17:46:00.000-07:002024-03-19T10:55:55.311-07:00O silêncio dos corações<p><span><i></i></span></p><div><span><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbpBmqLs_ioxJwEl2-1OmNVBWi9DgTeESc8RQWxOIExcEKxLdiOUq6HRpg9qZhJXJDm5KNu_q1f-foiJK5HtmVhxz5Py4PDIBNt9JePFaaxDU0oWm4wpy4hI7ujiRFAGuU88oyxVHwaxDVnQqKx1VJ53qHYP3C9CGbqeIjlO93QFP8U_fY2aU7sY9C-1ag/s3872/DSC_0097.jpg"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbpBmqLs_ioxJwEl2-1OmNVBWi9DgTeESc8RQWxOIExcEKxLdiOUq6HRpg9qZhJXJDm5KNu_q1f-foiJK5HtmVhxz5Py4PDIBNt9JePFaaxDU0oWm4wpy4hI7ujiRFAGuU88oyxVHwaxDVnQqKx1VJ53qHYP3C9CGbqeIjlO93QFP8U_fY2aU7sY9C-1ag/w400-h268/DSC_0097.jpg" width="400"></a></i></span></div><span><i><br>Nem tanto pelo encanto da palavra, mas pela beleza de se
ter a fala. </i>Renato Teixeira</span><p></p><p><span>A impressão é que tanto ruído busca esconder o que se passa
lá dentro da gente. Isso todo tempo desde sempre. A ânsia de encobrir o verdadeiro
entorna o caldo e complica as histórias espalhadas na amargura do passado
insistente. Espécie de intolerância a si mesmo, o ser humano abandona o silêncio
e invade a paz que haveria de haver não fosse qual quer. Nisto o Amor preserva
seu território no coração, e deixa acontecer o desespero até os extremos do
extermínio total do equívoco nas criaturas, quando, afinal, elas render-se-ão no
altar do sacrifício do ego, pobres seres inanimados de possibilidades
esquecidas.</span></p><p><span></span></p>
<p><span>Houvesse cordialidade qual sentido das ações e contaríamos outras
lendas harmoniosas de tantas palavras renovadas, e o instante tornar-se-ia doutra
versidade. As oportunidades cresceriam da dor ao equilíbrio, quando, só então,
dormiríamos em outros universos. Porém isto significa o segmento natural a que
nos vemos agarrados, buscadores contumazes de sonhos por vezes adversos.</span></p>
<p><span>As aventuras bem representam esses papeis desconexos que
temos de realizar nas tentativas e nos erros. Cadernos do rascunho das horas
que andam amarfanhados às nossas mãos. Enquanto que o coração nem assim fica quieto e grita seus gestos através das artes, dos espetáculos em ação a cores
vivas, no território dos gestos. As trilhas sonoras deste momento seguem firmes
nos registros arcaicos e nas manifestações dos sentimentos. Tal força
propulsora do motivo entre os seres, artífices da humana evolução, compõem os
quadros das civilizações e deixam rastros às portas do Paraíso.</span></p>
<p><span>A voz que vem da alma passeia nas esculturas, nas praças e
nas florestas. Contam todos os segredos que os aceitaremos lá um dia. Gradualmente nada acontece senão ao sabor do mistério tenebroso que arquiteta o futuro de tudo
quanto há.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-47196885800349501202024-03-17T08:45:00.000-07:002024-03-18T09:51:33.319-07:00As palavras e os pensamentos<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnJYROZ8znagSzjnZSorWOp32cer-3Daw1eZuDpbjicQzU5SC31QRTKpznC9cpu5MK4-i6k7bEKMTJpHmOk6nKXzzo_tvYshmQV0UQBsaZLLT_ohBTjouWhjXFSJgkmjQP_Pz76D4MAtOs-CsR1K5YFl1E-VOg7NSI4YweBc_JRuPFdvOA9k1hOwPInlIl/s1500/Colagem%20160324.jpg"><img border="0" height="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnJYROZ8znagSzjnZSorWOp32cer-3Daw1eZuDpbjicQzU5SC31QRTKpznC9cpu5MK4-i6k7bEKMTJpHmOk6nKXzzo_tvYshmQV0UQBsaZLLT_ohBTjouWhjXFSJgkmjQP_Pz76D4MAtOs-CsR1K5YFl1E-VOg7NSI4YweBc_JRuPFdvOA9k1hOwPInlIl/w400-h311/Colagem%20160324.jpg" width="400"></a></span></div><span><br>Nesse plano abstrato em que se vive, somos tais instrumentos
do que percorre os pensamentos, estes fornecidos continuamente pelas palavras
que circulam soltas pelo ar nos setores de tempo. Equilibrados, pois, entre o
que foi e o que será, tangemos a nós mesmos à busca da compreensão do que
estamos fazendo aqui.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Enquanto isso, as palavras trazem a força dos sentidos e
indicam aos pensamentos formas variáveis de constantes valores, mudanças no ânimo
e na sorte. Seremos, assim, autores e protagonistas que exercem a função na dupla
condição de criar e existir. </span></p>
<p><span>Nisto, aferrados a esse chão de matéria, seres abstratos, padecemos naquilo que não pudermos contribuir através dos
pensamentos em movimento. Por mais desejemos imperar diante desse mar de variações,
apenas sustentamos o processo vida a cada momento. Sujeitos de nossas expectativas,
testemunhamos as consequências daquilo que ora criamos.</span></p>
<p><span>A meio deste universo onde habitamos, mantemos o senso de,
lá um dia, revelar a nós mesmos o lugar preciso aonde prevalecerá a paz que
tanto desejamos. </span></p>
<p><span>O significado de todo pensamento chega sorrateiramente aos
sentimentos e vivemos esse caudal que o Tempo traduz às gerações. Ainda que
restritos no espaço diminuto dos indivíduos, persistimos pelo empenho de acalmar
os pensamentos e usar com clareza as palavras que nos façam evoluir através do
conhecimento interior.</span></p>
<p><span>Aqueles que obtiveram êxito nessa aventura de se auto-encontrar
quantas vezes regressam, pelos livros, depoimentos, explicações, no entanto
tudo a depender da nossa consciência de compreender e criar nossos próprios
métodos. Elas, as palavras, permanecem dentro de nós a formar pensamentos e
sentimentos. Porém somos quase que restritos a esperar o dia exato de dominá-las
e ser o que tanto aspiramos. Existir contém esse dom de vencer as agruras e
superar os limites, até a definita salvação, e divisar o Infinito.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-19648882963399458112024-03-15T17:04:00.000-07:002024-03-15T17:39:15.995-07:00Sussurros da outra margem<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7cxb5jBmHGVVYC3X9eqjagoaeuK_6ESsNLCYY9HFuJ2iaZwzkL105sRUltyuWWF-xXlk6RZEHJppo2ATcgqKtrP0FqH08LwWiiqqYcLMkkkIEbObHoo6D_YeWrVg9H8AxjSs1plHl-Nk2c1PG8wI7gsm49Bf_jHeT2QUzFdh_gSbTe0TEszCwCx_d15id/s700/Colagem%20290718AB.jpg"><img border="0" height="348" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7cxb5jBmHGVVYC3X9eqjagoaeuK_6ESsNLCYY9HFuJ2iaZwzkL105sRUltyuWWF-xXlk6RZEHJppo2ATcgqKtrP0FqH08LwWiiqqYcLMkkkIEbObHoo6D_YeWrVg9H8AxjSs1plHl-Nk2c1PG8wI7gsm49Bf_jHeT2QUzFdh_gSbTe0TEszCwCx_d15id/w400-h348/Colagem%20290718AB.jpg" width="400"></a></span></div><span><br>Tantos são os testemunhos de experiências místicas, viagens
astrais, mergulhos na sorte, no entanto haverá permanentemente o que saber
depois de tudo ora guardado nessas ruínas. Dias constantes de buscas e
interrogações, inclusive frutos imediatos das urgentes necessidades, dos impasses
e das dúvidas. E vamos seguindo sórdidos sem outra alternativa justa senão
tocar de vez nos anseios de universos além deste sem que nele possamos penetrar. Aonde ir além da realidade exterior que já comprime a bolsa das
eras e responde só parcialmente às percepções dos humanos?</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Somos nós mesmos esses quais cativos e senhores a percorrer
os mistérios a nossos olhos, nas dúvidas que prevalecem
todo tempo, que sustentam a natureza do que somos. Bem isto, essa angústia que nos invade e que demonstra o íntimo plano sacrossanto de sermos todos numa magistral evolução. </span></p>
<p><span>Pois no trilho invisível entre Tudo e Nada deslizam as caravanas de um deserto silencioso. Buscam-se nas entranhas o romper da ilusão e obter os domínios da alma, porém no uso de meios
adrede disponíveis e profanos. Por mais distantes sejam umas das outras as
possibilidades, ainda que diante de
um eterno que agoniza, insistimos ser autores do querer a todo custo
divisar as praias do infinito de uma certeza através de passos vacilantes e sobrecarregados
de cascalhos inúteis. </span></p>
<p><span>Assim, no sequenciar destes parágrafos, tocamos as chances inigualáveis
de, num instante fértil, distinguir do escuro a claridade, da sombra
que padecemos a Luz que libertará, isto nos campos abertos da
Consciência.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-87339415712471685542024-03-15T09:27:00.000-07:002024-03-15T09:27:13.283-07:00As coleções<p><span style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo5BwbSIUtkrhuVzeEFzihsH2sroTvzAOyrYWCYFAOrFPftTyAvcoAa3QCd16RRQ17P1DAWpJ6wUeAvLsCe8rvnCdWBIORtRwWtRzj9-zfEf07I2GPTzOlyVynsU0ZMN-TDt_B8ThLBzjaTbgLp8F3HoFX3HTDjC0ik1BiP5LzhwBXg7FnzLe07304PGCe/s640/DSC00123.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo5BwbSIUtkrhuVzeEFzihsH2sroTvzAOyrYWCYFAOrFPftTyAvcoAa3QCd16RRQ17P1DAWpJ6wUeAvLsCe8rvnCdWBIORtRwWtRzj9-zfEf07I2GPTzOlyVynsU0ZMN-TDt_B8ThLBzjaTbgLp8F3HoFX3HTDjC0ik1BiP5LzhwBXg7FnzLe07304PGCe/w400-h300/DSC00123.JPG" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Desde criança que houve em mim
disposição para colecionar alguma coisa, talvez por influência de amigos,
parentes, mas lembro dessa tendência de reunir e guardar, com especial apego,
flâmulas, chaveiros, caixas de fósforo de propaganda, selos, quadros de fita de
cinema, estampas do sabonete Eucalol, postais, até chegar nos livros e discos,
as manias atuais e persistentes.</span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Imagino mesmo que por essa fase
passaram muitos de minha geração; passaram ou nela permaneceram, chego a
admitir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">As primeiras coleções que
alimentei guardava escondidas debaixo de sete capas, na cômoda em que ficavam
também minhas roupas. Representavam algo de secreto, tesouro precioso de acesso
só individual. Esperava sempre, quais acontecimentos felizes, a surpresa de
novas aquisições, que, de raro em raro, apareciam através de um amigo, um
primo, de perto ou de longe.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Os quadros de fita de cinema
mexeram forte com minha imaginação, pois representavam relíquias valiosas do
que ocorria dentro das salas de projeção, retrato fiel de atores e cena. Em
Crato, nesse tempo (primeira metade da década dos anos 60), existiam outras
pessoas que também se dedicavam a reunir os pedaços de celulose que sobravam
das quebras das fitas, nos cinemas que existiam à época (Cassino, Moderno e
Educadora). Deles, lembro de Temóteo Bezerra e Chico do Moderno, que possuíam
os melhores acervos de quadros de filmes famosos, os mais caros e
procurados.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O ímpeto colecionativo cresceu de
intensidade quando divisei os selos, quadradinhos coloridos, viajados nas
cartas, que traziam o magnetismo de outros e distantes lugares, mundos
diferentes, misteriosos. Esse apego cresceu quando conheci os selos
estrangeiros, dos quais formei coleção de quase um milhar, todos carimbados, sem
mancha ou defeito. Estrangeiros, porque assim acrescentavam a certeza de virem
de outras terras bem longínquas, outras línguas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Demorava horas e horas a
mergulhá-los em bacia de água limpa para lavar, em seguida repousando-os entre
as páginas de dicionários para secarem, quais seres vivos, num verdadeiro
ritual que justificava o sonho das coleções. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Somei o gosto pelos selos ao das
estampas de Eucalol, do tamanho dos sabonetes que acompanhavam nas caixas de
três unidades. Minha mãe fazia feira na mercearia de Antônio Primo, na rua
Santos Dumont, e éramos atendidos por José Primo, seu irmão, que depois viria a
ser meu colega, no Banco do Brasil. Zé Primo conseguia com outros fregueses as
estampas, que eu colecionavam com zelo e possessividade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Também formei um álbum de
figurinhas de países, trajes típicos e bandeiras, tudo isso no segmento da
coleção de selos, querendo desse modo aprofundar o conhecimento sobre povos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Um dia abusei dos selos, quando
comecei a namorar, aos treze, quatorze anos. Notei que eles viraram
concorrentes das horas que rarearam no meio das obrigações da escola e das
namoradas, porquanto pediam atenções próprias. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Belo dia, numa atitude radical,
permutei toda a coleção por apenas um único vidro de perfume, investimento
imprescindível às conquistas amorosas. Décadas, e os selos estrangeiros a mim
retornariam, vindos de amigos de outros países, porém escolhi passá-los a meus
filhos, querendo despertar neles a paixão pelas coleções que me colheram logo
na primeira infância.</span><o:p></o:p></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-23867229938278034372024-03-14T17:36:00.000-07:002024-03-14T17:51:24.556-07:00Os lugares nos sonhos<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEvOs7p5oD7E_TEOTaZwTDFObayreYZgJ-J38QXNwSeSGUhf39jZSajYFWCLoTVoJU-Z7zrHEkPTKL0g_6KJxDGeXVwqi3e2tFTtWIR5DbBuTHDFBvyjApopxyV8jZWC0GT9bMfnAK5jb8HSy4C9BB-PoWYpTa0R5qvkVsW04q2_NBw5IFxYH-A0OOuxAB/s2304/DSC00790A.jpg"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEvOs7p5oD7E_TEOTaZwTDFObayreYZgJ-J38QXNwSeSGUhf39jZSajYFWCLoTVoJU-Z7zrHEkPTKL0g_6KJxDGeXVwqi3e2tFTtWIR5DbBuTHDFBvyjApopxyV8jZWC0GT9bMfnAK5jb8HSy4C9BB-PoWYpTa0R5qvkVsW04q2_NBw5IFxYH-A0OOuxAB/w400-h300/DSC00790A.jpg" width="400"></a></span></div><span><br>Qual o que falam da força que têm alguns pontos da Terra,
espécie de energia diferente, vemos nos sonhos as histórias acontecerem onde
nem imaginávamos de ali regressar outras vezes, pois estivéramos antes. Nisso,
a impressão que fica será de que estamos vivendo noutra realidade mais real do
que esta, e que a realidade mesma é a dos sonhos e não a cá de fora. Isto pela
notória percepção de viver-se com intensidade bem maior, mais nítida, naquilo.
Depois, ao acordar, sentimos ainda o poder que existe naqueles lugares,
naquelas ocasiões vivenciadas.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Neles, nos sonhos, encontramos pessoas que há tempos não
encontrávamos. São exercícios de uma outra noção, a realizar trabalhos,
vivenciar situações imprevisíveis logo depois desfeitas ao romper daquelas horas. </span></p>
<p><span>Um momento ímpar este de cruzar a barreira da vigília e
mergulhar nesse outro estado mental aos olhos de um novo senso de consciência semelhante
ao processo criativo da Arte, donde advêm roteiros diferentes do que estamos
acostumados a experienciar. Num processo de construção dos mínimos detalhes, surgem
esses todos, nascidos dessa outra dimensão onde viajamos nos braços da
criatividade, a não dizer do mistério invisível do Ser em si, vivente de tantas
interrogações. Decerto os sonhos significam bem isto, uma parcela das
abstrações das maravilhas que nos cercam todo momento, seja nas locações, nas
companhias, nas histórias. Nós, tais parceiros internos dos segredos do
Universo, dispomos a cada instante do valor da intuição, mergulho certo aos
mundos imprevisíveis aos olhares comuns das circunstâncias.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-85147425545163691222024-03-13T12:05:00.000-07:002024-03-13T13:56:52.822-07:00Íntimos esteios<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg0qowohhBqXmJqtwuQZtX_VathkSY09kRIIzDEU5iQx3yofcwtNPhljKotnjshTfvuAZ0Yh_fpqlsXHGV1a0QWrSu8-LpStoGRl_SFo9pOC44whCWT2Hv_Pg4MBc0lLBEIdkVj6pBs8PlfzqA_aadaTKfNjInl2e3P2-1GTOo9sQncsnFPQg2zyxFsIUqx"><img alt="" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg0qowohhBqXmJqtwuQZtX_VathkSY09kRIIzDEU5iQx3yofcwtNPhljKotnjshTfvuAZ0Yh_fpqlsXHGV1a0QWrSu8-LpStoGRl_SFo9pOC44whCWT2Hv_Pg4MBc0lLBEIdkVj6pBs8PlfzqA_aadaTKfNjInl2e3P2-1GTOo9sQncsnFPQg2zyxFsIUqx=w400-h268" width="400"></a></span></div><span><br>Aqui perto de onde moro, na encosta da Serra do Araripe, em
Crato, passa um riacho, afluente do Rio Grangeiro, que cruza o Cariri indo
desaguar no Rio Salgado lá bem abaixo. Quando chove, as águas do pequeno rio
ficam a murmurar horas inteiras, a falar com a mata numa linguagem decerto compreensível
entre eles. Mesmo assim me aventuro querer interpretar alguns pedaços dessa
conversa e aproveito a mergulhar dentro de mim, na busca de sentido naquilo do dizer
das águas em movimento. Qual falou Olavo Bilac de quem escuta as estrelas (<i>Ora
(direis) ouvir estelas. Certo, perdeste o senso!...</i>), ainda assim me arvoro
da certeza de escutar um pouco que seja do que dizem as águas que descem da
serra ao mar e compõem seus próprios versos.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Noto da fala o quanto, em volta desse universo dagora, nas tantas
situações que mutilam de dor a raça humana, nestes tempos de notícias
apressadas de violência pelo mundo, quase que, mais que vozes, as lembranças gritam
de uma humanidade primitiva que guerreia por terra e pelos ares, numa fome
deslavada de poder e de agruras, durante as eras que se sucedem e deixam a
dever instantes de amizade e paz.</span></p>
<p><span>Ouço, no murmúrio das águas que fogem dos
desencontros que tomam de conta da História e da ferrenha competição em busca
dos lugares que lhes caberiam no Chão, não fosse a indústria das armas e os sinais
de poderio econômico que prevalecem constantemente. A vontade que haveria de haver,
numa outra direção do juízo, de unir os sonhos e realizar os sentidos bons da
Criação aos nossos olhos.</span></p>
<p><span>Isto é, ouço a mim que ferve de notícias insistentes dos
lamentos que dominam e tangem o rebanho ao pasto dos dias, quais
meros valores de mercado em profusão. Aos poucos, no cessar da chuva e do
transcorrer das horas, o riacho adormece, talvez na esperança de deixar nalgum canto
avisos de coerência aos espíritos que, desavisados das ocupações mais insistentes,
hajam sido ouvintes fieis de suas lágrimas que agora correm silenciosas.</span></p><p>(Ilustração: Reprodução da Web).</p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-54385914740840698082024-03-12T07:13:00.000-07:002024-03-12T16:52:29.212-07:00Ensaios perenes<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi4RUtrmnx0VaUQkEVWZaF8B2QxSmbwa8tdQp0GaMoJKvkZaKIGFhColUXuD_N3Wy06E_qqSZhLui48wmgvBreSvD0zaybTZDstVcxDm7uM06QnG5V-FWZNxf93UkB1QdYQzuPyprycQtGvCB8rxwcgL3aZP-el7QOU6VJIFRrRL7cWOuVIuk3nDbVVgig/s1080/Screenshot_20221029-223348_Instagram.jpg"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi4RUtrmnx0VaUQkEVWZaF8B2QxSmbwa8tdQp0GaMoJKvkZaKIGFhColUXuD_N3Wy06E_qqSZhLui48wmgvBreSvD0zaybTZDstVcxDm7uM06QnG5V-FWZNxf93UkB1QdYQzuPyprycQtGvCB8rxwcgL3aZP-el7QOU6VJIFRrRL7cWOuVIuk3nDbVVgig/w400-h268/Screenshot_20221029-223348_Instagram.jpg" width="400"></a></span></div><span><br>Primeiro, as pedras, as paredes das cavernas. Depois, os
papiros, o couro de animais, o papel rústico. Mais adiante, as cartas, os
livros, as revistas, os jornais. Depois, com as máquinas de gravar, os
disquetes, os cds, dvds, pendrives, hds. E essa vontade monumental de conter o
fugidio. A ânsia que tem a beleza de permanecer, se eternizar na memória do tempo
que conservamos dentro da gente durante mais alguns dias. Essa fome de
continuar. Desejo de perpetuar nas vidas o que escorre pelos séculos feito
nuvens que riscam os céus e derivam no Infinito.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Enquanto isto, a lindeza das manhãs, dos finais de tarde, as
flores, os animais, as paisagens esplendorosas que compõem o cenário fabuloso
dos lugares. Isto sem querer contar aquilo que transcorre na alma dos
apaixonados, das crianças, dos pais, dos artistas, tudo a preencher de leveza o
cruzar dos firmamentos. </span></p>
<p><span>Nalguma vez pensei o que haverá de riqueza ao descobrirem
uma máquina de gravar os sonhos, mesmo que haja necessidade dos cortes daquilo
que fira, que doa, que destoa, qual fazem hoje na montagem dos filmes. Mas, de certeza,
será o clímax de um novo cinema. E bem possível que seja, pois já gravam os sons,
as batidas do coração, o fluir da circulação, a sinfonia das estrelas, etc. </span></p>
<p><span>Nisso, eis que surgirá o valor de preservar os mistérios da
vida que passa numa velocidade constante, sem a mínima intenção de fazer-se
eterna, conquanto já o seja, ainda que nem disso percebamos em toda sua intensidade.
A História, em seus momentos, impactos, crises, no entanto, careceria de
revisões periódicas, visto nascer das ações humanas tantas vezes impensadas,
rudes, prenúncios de agonias. </span></p>
<p><span>Que assim seja, nalgum momento aonde possamos assegurar a
grandeza dos instantes sem a angústia do que esvai e machuca de saudade a sumir
no desfazer, sem que nada afirme que regressarão. A escrita, de quando em vez,
padece, pois, desse desengano, no que pese o empenho dos autores de fazer perene
o que nos toca de quanta pureza e paz, a luz que clareia viver.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-87780897260439841722024-03-11T09:58:00.000-07:002024-03-11T09:58:15.154-07:00Lembranças domingueiras<p><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6kPaE-5F4rSm-Oj7D4pfVCRkSMKBqEYo9yS1SwW1urMHrLPSJFoF5MVnu33Y0t57EdYhYCpGKVOIPw1xcb0KjhGmTvPWBbH-uIuqySvPEatmZgclQ-Y9l1cmYHQGvNM5hyaxuMuklrOMh5_u1yXm8gdBJzZOeb2JC1HTgmGdaEmoKOUzPphcrNj5qzHn3/s4032/20240309_132014.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6kPaE-5F4rSm-Oj7D4pfVCRkSMKBqEYo9yS1SwW1urMHrLPSJFoF5MVnu33Y0t57EdYhYCpGKVOIPw1xcb0KjhGmTvPWBbH-uIuqySvPEatmZgclQ-Y9l1cmYHQGvNM5hyaxuMuklrOMh5_u1yXm8gdBJzZOeb2JC1HTgmGdaEmoKOUzPphcrNj5qzHn3/w400-h300/20240309_132014.jpg" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Os
domingos de manhã guardam comigo uma lembrança diferenciada dos outros dias de
manhã. Às vezes, me pego querendo avaliar o que explicaria isso e descubro
razões que deixam apenas pela metade possíveis justificativas, que encontro
alojadas no passado, pois umas tantas sensações que vivencio as vejo ligadas ao
tempo de eu menino. Essas dos domingos de manhã, porém, querem por si viajar
mais longe, qual vindas de tempo ainda mais remoto, escondido em terras
distantes de uma memória ancestral, do tipo das que fincam raízes nos reinos
afastados, semelhante a quando se olha paisagens vistas do alto e o horizonte se
desdobra em camadas superpostas de montanhas em vários subtons de azul</span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">que
se alongam até sumir dentro de outros azuis invisíveis, que mesmo as lentes das
câmaras sofisticadas transformam só em ligeiros registros apagados.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Assim,
afloram as emoções que se formam quando amanheço nos domingos, quase sempre
fora da hora prisional dos outros dias.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Lembro
diversas vezes quando descia da casa onde morávamos, no bairro Pinto Madeira, <st1:personname productid="em Crato. Vinha" w:st="on">em Crato. Vinha</st1:personname>
acompanhado de meu pai para assistir a missa das nove na Igreja de São Vicente,
com o Padre Frederico, um alemão avermelhado e autoritário, como outros alemães
que até hoje conheci. Meu pai exercitava um modo próprio de participar da
missa, ficando em frente de uma das portas laterais da igreja, que dava para a rua
Senador Pompeu, ali junto de alguns amigos com quem chegava a estabelecer
alguma prosa de meia voz. Na ocasião em que, lá dentro da igreja, tocava a
sineta relativa ao momento da Elevação, quase apenas nessa hora subia os
batentes ao interior imediato do templo e, então, se ajoelhava reverente, a
voltar ao exterior logo em seguida, aguardando o final da cerimônia religiosa.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">De
fora, presenciava o movimento dos transeuntes e automóveis. Numa dessas missas,
em que eu não compareci, ele e os amigos conseguiram prestar socorro a uma
kombi que sofrera uma pane próximo deles; às pressas apagaram, com terra
colhidas das imediações, incêndio que grassava no motor, em vias de consumir o
carro todo. Sei por que ele chegou em casa de mãos e roupas enegrecidas de
fuligem, narrando as peripécias com todos os seus detalhes.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Ao
terminar a missa, nos deslocávamos pela rua João Pessoa até a praça Siqueira
Campos, onde ficávamos instalados no Bar Glória, embaixo do Grande Hotel. Ele,
ali, encontrava outros amigos e atualizava os assuntos da semana. Em frente, no
leito da praça, havia movimento de gente arrumada em trajes de domingo, moças,
rapazes, senhoras, senhores, a desfrutar do sol matinal e desfilar entre as
árvores, jardins e bancos, numa hora animada e cheia de festejos e olhares afetuosos.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: large;">Em
certa dessas manhãs, lembro disto como se fosse hoje, recebi de um dos amigos
de meu pai, José Pinheiro, parente de minha mãe, o primeiro bombom Sonho de
Valsa que experimentei, coisa de marcar a lembrança pelo apreciado sabor de
várias gerações e que persiste no tempo, daqueles produtos definitivos devido às
fórmulas especiais que possuem. A crônica tem dessas coisas. Quando se começa a
tomar gosto em escrever, o território some dos pés e nos resta aguardar outras
oportunidades de enfocar assuntos cotidianos da história remota ou atual. </span><o:p></o:p></span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-54304605553311405262024-03-08T16:20:00.000-08:002024-03-08T16:20:18.696-08:00No labirinto de nós mesmos<p><span style="font-size: large;"><i></i></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhNhp6F6doBXH4EajZ6rUlsDI1UqJ7feIBNhI9p5PiqhTno6hWrf4MuZgy9yr1fTnYHwKr9d2Ta_3NnsK2hseEpfTOkEy3zJsZMBBx72FHjhuHnAD30W0eR3xhiL-9O9vDt0qvkHUboOsbLvpCaXtHWIPfRgqJEOaRmCkQDjdwkOL7lb0wsGZv66Krdz7Ji" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="263" data-original-width="500" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhNhp6F6doBXH4EajZ6rUlsDI1UqJ7feIBNhI9p5PiqhTno6hWrf4MuZgy9yr1fTnYHwKr9d2Ta_3NnsK2hseEpfTOkEy3zJsZMBBx72FHjhuHnAD30W0eR3xhiL-9O9vDt0qvkHUboOsbLvpCaXtHWIPfRgqJEOaRmCkQDjdwkOL7lb0wsGZv66Krdz7Ji=w400-h210" width="400" /></a></i></span></div><span style="font-size: large;"><i><br />Quando morre alguém, ali se fecha uma biblioteca</i>. Provérbio
africano</span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">E saber que tudo, afinal, transcorrerá dentro da gente,
cenário de todas as histórias numa terceira dimensão. Mundos que vagam soltos
pelas jornadas, às vezes que se encontram e dividem entre si os minérios dos
corações. Símbolos da humana compreensão, por vezes confrontam as muralhas da
solidão e destroem vidas e vidas ao sabor da inconsciência. Quando as buscas esgotam
todas possibilidades, abandonam ao léu restos desfeitos daquilo que um dia foram
e desaparecem nas gretas da escuridão do desconhecido, porém sempre artesões da
sorte e mineradores da luz, sejam em dias claros ou nas noites ensolaradas de
sonhos adormecidos.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Isto de ser, portanto, conteúdos espalhados pelo Chão em
queda livre, ao sabor do que passa e jamais permanecerá, tal qual nas ondas
místicas da ânsia e dos mistérios. Quantos filmes nós somos e seremos, ninguém
seria capaz de contar. Quantas luas, quantos infinitos abandonados no relento,
passados deixados à margem das estradas que nelas na certa já pisamos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Todos, no entanto, procuram justificar o sentido da angústia
que carrega nos surrões que transportam, desejosos de reconstruir na alma o início
que antes conheceu e nem lembram mais. Levas constantes, todavia, ainda preenchem
de normas o deserto onde habitam, na esperança de responder aos enigmas sob os
quais foram criados. Temos tudo que necessário a compreender, o que nos trouxe
até aqui, no instinto de aguardar a hora exata de haver sido uma das notas harmoniosas
da sinfonia dos destinos, num laivo de sorte que seja.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Nesse meio tempo, existir determina os detalhes da
imensa ilusão que administramos face aos caprichos da realidade lá de fora. As
palavras oferecem, nos mínimos aspectos, pretextos mil de ler, ouvir,
conversar, aceitar ou não os padrões universais disso que carregamos nos braços
e deixaremos nalgum dos poços do rio da História.</span><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">(Ilustração: <i>Helamã 13-16. Entender os profetas do Senhor</i>).</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-92075476002390421932024-03-07T14:54:00.000-08:002024-03-08T16:39:24.318-08:00Somos todos iguais<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYa6W9uAm4s9pf_8Brl26EUlhADxm6IwEUso9dA1fujnPUdzAKWVtQhtD8Y7uU5atnOhFD54BN2IQnYSNuqTAWkyD3-JCPT-ErtB49ZklR3kjvHK4y8JbU42awKIFpVpIRLkFVH7fEmJlbJX3zB3NWAW5j4xzqMwHACtoOpZX243bhubd1w2I1dMF3uhnX/s1040/IMG-20161102-WA0014.jpg"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYa6W9uAm4s9pf_8Brl26EUlhADxm6IwEUso9dA1fujnPUdzAKWVtQhtD8Y7uU5atnOhFD54BN2IQnYSNuqTAWkyD3-JCPT-ErtB49ZklR3kjvHK4y8JbU42awKIFpVpIRLkFVH7fEmJlbJX3zB3NWAW5j4xzqMwHACtoOpZX243bhubd1w2I1dMF3uhnX/w400-h225/IMG-20161102-WA0014.jpg" width="400"></a></span></div><span><br><div><br></div>Nesse tempo quando havia distâncias intransponíveis, em que
pessoas vagam nos desertos o mais longe que fosse da civilização daquela hora,
ainda poderia existir a suposição de que alguém fosse diferente, doutro mundo,
doutra galáxia, quem sabe? No entanto tudo andou e nada ficou encoberto
passados esses derradeiros séculos de guerras. As dificuldades e os sofrimentos
provenientes das crises sociais motivam sensibilidade, e com isso prováveis
transformações. Dentre essas a força de resistir às intempéries e a busca
constante de solidariedade entre todos. Mesmo assim, talvez devido à acomodação,
vezes outras outra vez ressurgem os desafios, as invasões de práticas espúrias,
fragrantes atrasos que voltam a se repetir e causar dores e desencanto.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Vistos sermos todos iguais, as repetições dessas práticas
nocivas decerto mostram o tanto de descobertas a serem trazidas à tona pelos
indivíduos. Nisso, as falas ficam ecoando nos campos de batalha onde inúmeros
perderam a vida e foram vítimas do desencanto. Preciso seja vir dos seres
humanos respostas adequadas ao grau de evolução tão necessário durante as
histórias e os dias. Sabem-se dos limites ainda existentes, porém nada que
justifique a continuação das horas amargas do passado. As palavras contam,
visto terem o poder de explicar a importância de uma consciência transformadora.
Mas isto ocorre durante todo tempo na alma dos indivíduos, a quem caberá a
mudança possível em andamento. O instante dos novos acontecimentos por certo
levará em conta os frutos do ser em si. Enquanto isto nada ficou ao mero acaso
e segue acontecendo sempre. Conquanto existam impressão de isolamentos e
impossibilidades, todavia o Universo contém leis inimagináveis em movimento
constante. Tais frutos em maturação, a Humanidade inteira reduz o prazo de
largas transformações e de um sentido novo a tudo quanto há.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-18705300737897728692024-03-06T15:18:00.000-08:002024-03-06T16:57:34.805-08:00O regresso ao Paraíso<p><br></p><p><span></span></p><div><br></div><span><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJjZ6bysj9aKToGjidWd51xb0X9FXprg-y67jfQjSw4ufgdffeumv8rLB9oU1qc5J4TKpE1T2_koiobL907QR3yl7vxnysI_wo1t-UNtY9idgd-46IeXuQHF_pQTLcB3ssYkSGUIqEdV5izdZbRnH_L6I5Ryu-ARWxQPCUwnSlasMJKGsOCVAamWFdbQR3/s3872/DSC_0429.jpg"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJjZ6bysj9aKToGjidWd51xb0X9FXprg-y67jfQjSw4ufgdffeumv8rLB9oU1qc5J4TKpE1T2_koiobL907QR3yl7vxnysI_wo1t-UNtY9idgd-46IeXuQHF_pQTLcB3ssYkSGUIqEdV5izdZbRnH_L6I5Ryu-ARWxQPCUwnSlasMJKGsOCVAamWFdbQR3/w400-h268/DSC_0429.jpg" width="400"></a></div><br>Alimento dos deuses, a variação dos mitos nasceu quando o Homem
quis saborear o fruto amargo da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Decerto
ansioso de também dominar o Universo, buscaria no alimento os apegos ao jeito
dessa descoberta. Mergulharia na fonte da natureza e esqueceria de Si Mesmo, o
que ficava lá dentro da essência à espera de um dia receber de volta no auxílio
de seu autor que permitira de bom grado aquela aventura errante vidas afora.</span><p></p>
<p><span>Quantas eternidades haveria de percorrer à cata do rincão onde
deixara, no ímpeto de novas histórias, a inocência original, porém. Rondaria
multiplanos, pisaria nas sagradas superfícies sempre no desejo da criação de
seu próprio mundo. Foram tantas epopeias que hoje resumem os voos, e exausto
das idas e vindas a céus desconhecidos, através de uma consciência dividida
entre matéria e espírito, que agora, saturado, aspira o sonho de ter paz no
coração. </span></p>
<p><span>Dadas as perdidas ilusões que compõem a longa História, que
outro senão esse instinto de sobrevivência do Ser lhe levaria adiante? Mais
longe chegasse a Filosofia, demos de cara com sequência repetitiva de
cogitações desfeitas. Meras palavras. Conceitos mil espalhados pelas entranhas da
fama. Horas sem fim, romances, tragédias, possibilidades, no entanto e apesar
de tudo, folhas soltas no império das estações. </span></p>
<p><span>Mas um a um revive o desejo sideral de regressar ao solo daquela
satisfação inigualável dos primeiros momentos de quando aqui chegaram cobertos da
glória do firmamento. Alentos de harmonia, luz, cores sublimes que viveram apenas
nessas memórias adormecidos. Único sentido, pois, que move as existências.
Nirvana. Reino de Deus. Esplendor. Realização Superior.</span></p>
<p><span>Razão de ser, o caminho nos traz a novo tempo que é de Luz.
Quaisquer dos empreendimentos indicam esse fulgor sem par, alento das vidas e
sol da Esperança. Nalgum lugar, sob a força da certeza, eis o motivo de tudo em
que consiste estar aqui e ser feliz, habitar de novo o Paraíso de que somos a origem e sua única sobrevivência.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-11658934787194141072024-03-05T14:01:00.000-08:002024-03-05T14:56:54.577-08:00Para além do conhecimento<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQopYbtAJSWzOKPf07gLq1EelkoT6OIceYyOb5fic3X0SbfaKv-V11Et_hW3hQ3cB8dFox9X5VxcHENpaRRXZ0IiCyjkuHqm4VYeVGDBwh61JvtR3Kabmlz9ZIFpKnJ6bj8VMAkpJtsUAUjdqG-xplaXyed9xpKWurg7xQAN7p6qR4uZoZZtJRcktRbv7s/s3872/DSC_0073.jpg"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQopYbtAJSWzOKPf07gLq1EelkoT6OIceYyOb5fic3X0SbfaKv-V11Et_hW3hQ3cB8dFox9X5VxcHENpaRRXZ0IiCyjkuHqm4VYeVGDBwh61JvtR3Kabmlz9ZIFpKnJ6bj8VMAkpJtsUAUjdqG-xplaXyed9xpKWurg7xQAN7p6qR4uZoZZtJRcktRbv7s/w400-h268/DSC_0073.jpg" width="400"></a></span></div><span><br>Essa procura insana do que se possa achar, porém contida perante
a fronteira entre o pensamento e o sentimento. A fome sedutora dos melhores
pontos de vista, </span>cercados pela sede febril de novos dias e novos senhores.
Isso de buscar o inalcançável depois de tudo, afinal. Um jeito de fuga, de
morte, talvez. Enquanto que esvoaçantes pássaros sobrevoam o mistério em torno.
Sós, olhos absortos no Infinito de si próprio qual de feras desaparecidas diante
do inesperado.<div><p></p><p><span></span></p>
<p><span>A tal intenção de todos neste mar de sargaços e dúvidas,
pobres criaturas de Deus aos palpos do desconhecido. Conquanto animados pelos
haustos do inevitável, seguem todos a braços consigo e expectantes de valores
insólitos, criação das mentes e dramas construídos na doce amplidão das horas e
dos haveres. </span></p>
<p><span>Bem isto o que reunimos a todo momento. Novas atitudes
improvisadas nos braços do Destino. Quem somos, a quê somos? Daí as profecias das
gerações, dos credos, de sempre. Cogitações, meras cogitações à procura do
corredor de tantas dores e prazeres que os alimentam enquanto crescem os dias. </span></p>
<p><span>Face a face, pois, com nós mesmos, tangemos esses comboios nas estradas vidas afora. Juntamos os moradores donde viemos e juntos sumimos
através desse túnel que se desfaz às nossas mãos. Quem terá o senso pleno das perquirições e dos séculos? Quem, perante todas as tecnologias forjadas
no definitivo da sorte? Quem, uma vez que as interrogações nascem das criaturas
e apenas a elas unicamente serão reveladas as respostas? </span></p>
<p><span>O mais são propósitos, orações, mantras, visões, aparições e
circunstâncias avassaladoras que encobrem na fumaça do tempo sua voragem irresistível.
Na ausência do que aprendemos, o que ficará, então? Restos de nós na forma de saudades,
memórias, relíquias, escavações e novas civilizações daí a pouco também a desaparecer.
Dalguns, alguns, nenhum, todos, seremos o fruto da longa caminhada em forma de
nexo ao que permanecerá eternamente nas almas de um Depois inigualável.</span></p></div>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-34614814864809302822024-03-03T16:57:00.000-08:002024-03-04T06:34:04.929-08:00As lembranças<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeSAkzEqwBPmWvj5JYx35yUnW3ZCVMaKg-iuXQqxsLqZ4bjIlpXA8e5HGbRgCGVRcfdlKQ7EKECu7lcfNzc7keR3Hxq35bUuKp_T4KDTrtWPZBYxPZaA241RQ9x6UX9ni7He8B5vBnvlQcQQUZL7IXxntbZyHGrqFEz6MST0E3ChdTbA08JecI1eho5l4K/s2805/20210116_170829-01.jpeg"><img border="0" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeSAkzEqwBPmWvj5JYx35yUnW3ZCVMaKg-iuXQqxsLqZ4bjIlpXA8e5HGbRgCGVRcfdlKQ7EKECu7lcfNzc7keR3Hxq35bUuKp_T4KDTrtWPZBYxPZaA241RQ9x6UX9ni7He8B5vBnvlQcQQUZL7IXxntbZyHGrqFEz6MST0E3ChdTbA08JecI1eho5l4K/w400-h308/20210116_170829-01.jpeg" width="400"></a></span></div><span><br>Quais luzes que acendem pelos grotões escuros do passado,
assim são as lembranças que tendem a invadir o juízo da gente quando menos se
espera. Horas sucessivas de trechos às vezes longos daquelas vivências que
chegaram e desapareceram de um instante a outro, na maior sem cerimônia. Creio
vem ser desse jeito quando, no outro lado da matéria, nos vejamos no espelho
dos destinos e que não mais estivermos aqui a mergulhar na superfície da
realidade aparente.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Isso ocorre aos viventes todos, eu sei. Reviram os trastes do
que ficou na estrada, ao menor indício que identifique as marcas deixadas na
memória. Talvez venham numa canção, num livro, nos lugares, nas pessoas, nomes,
cores, vozes; daí o impulso de conspiração em querer sustentar o que já virou
cinzas, tições apagados das dores, contradições, prazeres...</span></p>
<p><span>Digo desse jeito face aos espasmos de recordações que
cumprem o papel de falar do que fomos lá um dia e precisamos lembrar, fazer as pazes,
limpar as culpas através dos arrependimentos, do perdão, da conformação, sob o
manto largado das horas adormecidas no mistério da existência. Um
tanto enigmático, contudo parte de nós mesmos junto de quem somos agora.</span></p>
<p><span>Os livros nas estantes, as pastas dos arquivos, roupas,
discos arranhados, fotografias amarelecidas, cartas, rabiscos, jornais,
revistas, milhares de quantos significados a nos acompanhar feitos seres
esquisitos a quem demos vida, fomos suas vidas, trechos impávidos de filmes,
romances, aulas, viagens... Deste sótão por demais fantasmagórico dos dias nascem as rugas, os dialetos, as leis de continuar perante os céus
anônimos, vultos <span> </span>que vagam no silêncio eterno das madrugadas.</span></p>
<p><span>Quantas músicas ecoam na memória dos indivíduos, trechos de espetáculos, espécie de herança do que ora contemplam e puderam haver
sido, soma de pensamentos e sentimentos daquelas ocasiões onde construíram a história. Um pouco de tudo, e nada, olhos que agora resolvem os ver de
perto e pedir explicação do que fizeram de si durante todo tempo.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-57912596083686468482024-03-03T07:31:00.000-08:002024-03-03T07:31:54.712-08:00Alguns filmes<p><span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhr4oPavIsfieQ834jI-7E-Y5l2dfcnI-63tj9ZT7KJa-VmBeL4hhB5Vnoj6_SFb8zn_ERc2XWaBbUQNv1kERVfXcCJbZP0fIPVgHT6HpRsQk1YLwfh_Xk2TVtsCjNIyGtfWARaup27Kcx3c4c2ODuR6LYXrOrzYU3_4VCbRFZi195uvdbacVfW-mOpbBpd" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="180" data-original-width="301" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhr4oPavIsfieQ834jI-7E-Y5l2dfcnI-63tj9ZT7KJa-VmBeL4hhB5Vnoj6_SFb8zn_ERc2XWaBbUQNv1kERVfXcCJbZP0fIPVgHT6HpRsQk1YLwfh_Xk2TVtsCjNIyGtfWARaup27Kcx3c4c2ODuR6LYXrOrzYU3_4VCbRFZi195uvdbacVfW-mOpbBpd=w400-h239" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Nalguns momentos, me vêm lembranças de vivências lá detrás
que insistem revirar os pensamentos, qual que quisessem prevalecer a todo custo
sobre as rotinas atuais. São situações, ocorrências fortuitas, às vezes
agradáveis; noutras, de incerteza e dissabores. Assim também acontece
envolvendo filmes que assisti e que marcariam de certo modo as minhas memórias.
Eis aqui alguns desses exemplos:</span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><i>Paris, Texas</i>, de <span style="background: white; color: #4d5156;">Wim Wenders</span><span style="background: white; color: #4d5156; font-family: Roboto;">,</span> que assisti em
Brasília. Era de tarde. Tinha que pegar o voo de volta a Fortaleza dentro de
algumas horas. Um amigo me levaria ao Aeroporto, indo me buscar na casa de
outro amigo onde estivera hospedado. Teimosamente, sem calcular direito o tempo
que levaria até organizar os horários de viajar, resolvi ver o filme em um dos cinemas
do Conjunto Nacional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">História forte, drama de relacionamento de casal, bem
dirigido; permaneci a vê-lo, sempre de olho na hora. Antes uns quinze minutos,
no entanto, tive que deixar a sala de projeção e cuidar da viagem. Graças a
Deus, o amigo (Márcio Catunda) estava a postos, já impaciente de minha demora.
Às pressas, fomos ao aeroporto de Brasília, um tanto distante de onde nos achávamos.
Já haviam fechado o embarque. Pressionamos no guichê e obtivemos êxito na argumentação
e fui incluído entre os passageiros. O restante do filme vim só conheceria
talvez uns dez anos depois.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><i>A bela a tarde</i>, de <span style="background: white; color: #4d5156;">Luis Buñuel</span>, assisti no Cine Moderno, em Crato. À
época trabalhava no Banco em Brejo Santo. Quase toda semana, depois do
expediente da sexta-feira, vinha a Crato, de onde regressava aos domingos, a
trabalhar na segunda. Fui ver o filme na sessão das 16h sabendo que ia viajar logo
no início da noite. A vontade de ver mais um filme de Buñuel foi maior do que a
comodidade, porém uns quinze minutos antes de inteirar a exibição saí a fim de
não perder o transporte. Uns quinze anos depois é que pude conhecer o final da
película, através de um DVD que loquei. Também um drama de relacionamento de
casal, história forte e traumática na conclusão. Chego a imaginar que houvesse uma
razão de ser economizado daquelas histórias, mas que, ainda desse jeito, quis
conhecer o fechamento.</span><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">(Ilustração: <i>Paris, Texas</i>, de Wim Wenders).</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-32811801925998960442024-03-01T16:21:00.000-08:002024-03-03T17:09:19.587-08:00Um mar de contradições<p><span></span></p><div><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDpoCbf1_zZPsNFa43lJtIG990ZjlEkRjw2h3PNMxQAwTC1cfaJaaJvBZ-xKkBZkQmzzIAoHWZKprpw47c5aIP7ToMTblSieM8hVQN-WVDiNslESRH6czvoKVrxzizqy-RwwUwGfug0XdvzTfwj3jzXqR0LUEtAM-lptUWpzJnBobKOJLLTMVbZaBvhb12/s700/IMG_1897AB.jpg"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDpoCbf1_zZPsNFa43lJtIG990ZjlEkRjw2h3PNMxQAwTC1cfaJaaJvBZ-xKkBZkQmzzIAoHWZKprpw47c5aIP7ToMTblSieM8hVQN-WVDiNslESRH6czvoKVrxzizqy-RwwUwGfug0XdvzTfwj3jzXqR0LUEtAM-lptUWpzJnBobKOJLLTMVbZaBvhb12/w400-h266/IMG_1897AB.jpg" width="400" /></a></span></div><span><br />Os dias sempre isto apresentam nas lides deste mundo.
Essa firme disposição dos seres humanos em querer predominar sobre as circunstâncias
e os semelhantes, insistentes nas pretensões apenas individuais.
Querer só a si e esquecer os outros, parceiros do mesmo ofício, no entanto. Certamente
prisioneiros dos interesses particulares, arrodeados pelas consequências que as
têm de padecer, queiram ou não, depois de tudo que produzirem de nefasto.</span><p></p><p><span></span></p>
<p><span>Isso vemos em torno, nos mínimos detalhes. A fim de surtir outro caldo que não esse, haveriam de exercitar o empenho de vencer as contradições que alimentam anos a fio. Vem de longe tais atitudes, lá de
quando deixaram nas pedras os primeiros registros, guerra por cima
de guerra. Formados os grupos, daí a competição, o desejo de domínio, de prevalecer
a qualquer custo, bichos selvagens que demonstram ser, a ponto de a História apresentar
nada além do relato cinzento das artimanhas de civilizações contra civilizações,
ao mínimo pretexto.</span></p>
<p><span>O que causa maior espécie é o esforço de mostrar outra cara,
a título de evolução, contudo longe, bem longe, do que querem ser de verdadeiro.
Dia após dia, outras armas, outros argumentos de matar, destruir, acumular. Aonde
botar a cara diante disso.</span> O
calendário da raça equivale às lutas das guerras de conquista. Destruição de
culturas, arrogância e espoliação, qual se não houvesse grandeza no espírito
dos líderes e das nações.</p>
<p><span>Eis um quadro por demais comum, e imaginar outras formas de
viver parece demonstrar pouco interessante à maioria das gerações
que se sucedem. Querer doutro jeito representaria alienação e fraqueza. Porém o
sonho dos dias de Paz acabam sendo a única novidade válida durante todo
tempo, conquanto a perfeição da Natureza insiste nesse lenitivo, enquanto houver ainda poucos que nisso alimentem a vontade otimista da Esperança nos momentos de harmonia e fraternidade.</span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-76617303823166549272024-02-29T06:20:00.000-08:002024-02-29T06:20:32.332-08:00Um passarinho longe<p><span style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8WnzPGn-d8oXV4gA-vb7MPtFpZEyrBwcteWV8OdDRjvdA16JYhe0DXUoa41jc6PfaB5sPdAk_drcC20LWahJPasojG5ZqGdtVI5HOewXVjCnFOUtRljF2DvRJ6-y-0KoOaolkL7rx83ayo6KDddqBU6O5aq1zdSxzVuSyUN5YnAvm40UEbRqhNvj3dmEm/s3264/20190726_163455.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2448" data-original-width="3264" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8WnzPGn-d8oXV4gA-vb7MPtFpZEyrBwcteWV8OdDRjvdA16JYhe0DXUoa41jc6PfaB5sPdAk_drcC20LWahJPasojG5ZqGdtVI5HOewXVjCnFOUtRljF2DvRJ6-y-0KoOaolkL7rx83ayo6KDddqBU6O5aq1zdSxzVuSyUN5YnAvm40UEbRqhNvj3dmEm/w400-h300/20190726_163455.jpg" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Num tempo que sobrevive na
memória, persiste a minha infância das tardes quentes de final do ano quando me
deitava de bruços sobre o piso de cimento queimado da casa de meu avô, no Tatu.
A vista sertaneja tremia nos olhos com o sol causticante a rebrilhar nas pedras
da bagaceira. Os viventes do lugar se mantinham reservados no pouso, que
ninguém arriscava sair ao relento debaixo daquela explosão luminosa. Até os
trabalhadores do eito aguardavam chegar às três horas para voltar ao cabo da
enxada e preparar as terras, na esperança incerta de chuvas próximas.</span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Friozinho gostoso na barriga me
grudava ao solo. Na casa, todos dormiam a sesta. Janelas fechadas e a porta da
frente, de duas bandas horizontais, abria apenas a metade superior, trazendo de
longe o canto de um passarinho na distância das matas. Intensos trinados
teimavam falar de mundos ignotos, o que calava no mais íntimo da criatura. E
nele viajava no espaço da imaginação solitária de menino.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Mergulhava por dentro dos abismos
de mim mesmo, na lembrança das histórias ouvidas no serão das noites
anteriores, expedientes coletivos antes de chegar o sono. Eram as visagens
daquela casa construída por Dona Fideralina, a bisavó de meu pai e quem
primeiro ali habitara e deixara enterrada, em algum ponto ainda hoje intocado,
botija de prata e ouro, no que pese haver sido a preocupação constante de
alguns adultos da família por um bom tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Meu avô, dormindo de rede no
quarto da frente, porta entreaberta, ressonava em tons diversos. Do outro lado,
o quarto da cera, sempre de portas e janelas lacradas de pano, era o mistério
principal da construção. Nele rasgavam trabalhadores palmas de carnaúba e tudo
invadiam de poagem esverdeada, com isso formando os tijolos de cera transportados
no lombo de burros e vendidos em Lavras.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Nos fiapos suaves do canto longe
do passarinho, pisava as veredas dos sítios em torno, por vezes, trotando nas
montarias que cruzavam o beco entre a casa e o engenho, curso da parede do
açude velho e da cancela ao término do trajeto que marcava com batidas secas o
ritmo monótono do relógio perdido naqueles tempos imaginários.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Enquanto retornava pelo fio do
canto do pássaro, na brisa morna da soalheira vespertina, distinguia também o
som enjoado de moscas a zumbir no ar, contradizendo o silêncio instigante do
trinado remoto. Virava de costas ao chão e observava o teto antigo, linhas de
carnaubeira e telhas manchadas de goteira. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Ao fim do corredor, escada e
corrimão davam a sótão escuro, de portas trancadas. Logo embaixo, a sala de
jantar. Uma mesa imensa de madeira escurecida e bancos laterais rústicos
escondiam cães adormecidos, aonde, nas épocas de moagem, comiam as turmas de
empregados taciturnos. Em rumo da cozinha espaçosa, no fundo da casa, três
potes enchiam a cantareira umedecida de lodo emoldurada de bandejas na parede e
copos de alumínio areiados pendurados em tornos de madeira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Depois, os moradores da casa
acordavam meio sonolentos, aos poucos enchendo de ânimo ao rotineiro movimento
do resto de tarde. E longe prosseguiam os acordes maviosos do passarinho...
Longe... Bem longe. </span><o:p></o:p></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-1074783657011596232024-02-29T05:51:00.000-08:002024-02-29T05:51:40.270-08:00Os milagres da existência<p><span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEganuMRBGelW-0HQe6ZXLNIKF_Ln_Hq0PxE_sOQK4z4hsWk2PAHMAZ5UJUu_EVbgdpE6gbsGgFvnlZMJR6PSne7y4CWi1E8ZlMQfWZymcUL182riCqDwUMjHej0cOJqwRDtbiEafY3ujFsLUlkfWWsYm-hSA99cO7TObRzVYA1GkW3mTBwulmdnysiI_ibC/s700/Orqu%C3%ADdeas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="467" data-original-width="700" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEganuMRBGelW-0HQe6ZXLNIKF_Ln_Hq0PxE_sOQK4z4hsWk2PAHMAZ5UJUu_EVbgdpE6gbsGgFvnlZMJR6PSne7y4CWi1E8ZlMQfWZymcUL182riCqDwUMjHej0cOJqwRDtbiEafY3ujFsLUlkfWWsYm-hSA99cO7TObRzVYA1GkW3mTBwulmdnysiI_ibC/w400-h266/Orqu%C3%ADdeas.jpg" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Independente do credo que se professe, ou deixe de
professar, as evidências impõem afirmações as quais a mais meridiana observação
rende homenagens, no reino dos acontecimentos da Natureza.</span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">A cada minuto, fatores indiscutíveis isto demonstram, o
poder soberano da criação infinita do que alguns acham por bem chamar de Deus,
em todo quadrante dos fenômenos espontâneos das circunstâncias. A própria
ciência, quando chega aos limites das pesquisas quanto ao princípio original de
tudo, baixa a cabeça desconfiada, muito mais por falta de alternativa do que
pela fria percepção, e diz que daí em frente existirá o Desconhecido, o outro
nome a que resolvem preencher o espaço destinado ao Ser Superior do Universo, e
chamar assim, o Ser Desconhecido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Aonde se queira voltar a atenção, aí residirá o dedo
misterioso do Poder. Desde a luz dos olhos, quanta maravilha domina o construto
da eternidade. Dirigir a cabeça numa direção, abrir as vistas, colher e
decodificar com tão imensa perfeição o domínio daquele lugar, a visão das belezas
em torno, quanto dom ao dispor de qualquer criatura, do homem aos animais menos
festejados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Na seqüência, os outros sentidos. A audição, o sabor do som
no correr dos ventos, em aventura abrangente a todo lugar e território,
propiciando às individualidades o perceber das manifestações invisíveis, pelos
ouvidos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">O sabor, na gustação, motivo principal dos alimentos. A
nutrição que chega aos organismos necessitados, e por cima traz o prazer do
degustar, favores multiplicados, rios de sabores diversos, a persistir a vida
entre os seres, em meio aos fatores dominantes nos reinos mineral, vegetal e
animal, ao caminhar das estações e das idades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">O tato, o tocar da pele que fala e demonstra continuidade
nos objetos e outros elementos circundantes. O olfato, o cheiro das percepções,
o perfume, as flores, o verde, a primavera, o estio, o inverno, os frutos, as
cores, o frescor das horas e as histórias das eras, na crucial da efervescência
e da vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">Sem maiores esforços, a cada detalhe um milagre existe, na
luz do dia, na temperatura, que uns graus a mais ou a menos impediria a probabilidade
do aqui deste planeta vagando nos céus sem eixo provável ou peças outras que
possam ser substituídas ou desgastadas. As galáxias, os astros, o Sol, a Lua e
as Estrelas. Gestos de Ser que assina o quadro sem nada cobrar em troca.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;">E o pensamento o que dizer dele? A fala. As palavras. As
atitudes das pessoas. A força da gravidade. O tempo, autoria de relojoeiro tão
correto que nem combustível ou energia utiliza na propagação das espécies
através dos planos de todos momentos. O sentimento inigualável das emoções e
valores. O Amor, enfim, o Amor, amálgama que solda em peça única a barca da dez
mil coisas, vagando ao trilho do firmamento, conduzida no fulgor das evoluções musicais
desse Maestro primoroso, que permite o crescimento nas dádivas milagrosas de
tantos séculos, exata demonstração de bondade e magnitude. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><o:p></o:p></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8950443997481616897.post-8101359117546527542024-02-28T16:33:00.000-08:002024-02-28T16:33:00.847-08:00Qualquer palavra<p><span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc722rV17Bm_u8yskKAYqT-UW8T3_PmCAVU3b1YU8FOf9hRcimd7o3FGp6tyAvAs_Sh9sWtUK3fVDrWKa86iAsc9wkK2hF1KAFdb6IDJi8HfbHKNX05jHPSBSCnlq6kyANj2YazrPovYjTIImEqYBOTUVPIJJf09PETVnFS4j4H4twOd6c7vdqAt4KmHcK/s2304/DSC00062.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1728" data-original-width="2304" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc722rV17Bm_u8yskKAYqT-UW8T3_PmCAVU3b1YU8FOf9hRcimd7o3FGp6tyAvAs_Sh9sWtUK3fVDrWKa86iAsc9wkK2hF1KAFdb6IDJi8HfbHKNX05jHPSBSCnlq6kyANj2YazrPovYjTIImEqYBOTUVPIJJf09PETVnFS4j4H4twOd6c7vdqAt4KmHcK/w400-h300/DSC00062.JPG" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Ninguém, de sã consciência, imaginaria o que quer que fosse que
não utilizando das palavras. Elas impõem os motivos e movimentos do pensamento,
chegando às raias da dominação deste mundo e de outros que viéssemos a existir.
Daí a citação de que <i><span style="background: white; color: #4d5156; mso-bidi-font-family: Arial;">No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus</span></i><i><span style="background: white; color: #4d5156; font-family: Arial, sans-serif;">.</span></i><span style="background: white; color: #4d5156; font-family: Arial, sans-serif;"> </span><span style="background: white; color: #4d5156;">João 1:1-2</span></span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #4d5156; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;">Das palavras nascem as ações da inteligência, abstração do Ser
enquanto animais que pensam. Crescem dentro de si e invadem o silêncio do
Universo sorrateiramente. Por vezes afeitos à coerência; doutras, no entanto,
meros joguetes da imaginação inconsciente. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #4d5156; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;">Há um Eu em nós que nasceu do silêncio original, segundo
Buda, e, nisso, viveremos na carne até achar esta porta principal ao Reino da
Eternidade, o Nirvana.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #4d5156; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;">As palavras, ao seu modo, significam a pista dessa revelação individual,
da vitória sobre o ego e a total revelação do ser original, que no princípio
era o Verbo, que veio habitar entre nós.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #4d5156; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;">Tão simples quanto o silêncio, porém porta da Consciência, o
tal principio significa a vitória definitiva na obtenção do valor essencial de
tudo durante todo tempo. <i>O que somos é a consequência do que pensamos</i>,
no conceito de Buda. A jornada interior da real percepção, eis a razão de
estarmos aqui. Nisto, o resumo de todas as doutrinas e dos fundamentos do
pensamento humano.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #4d5156; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;">Ao nascerem, as palavras trazem consigo o nexo das
existências e sustentam o conceito definitivo das histórias contadas e vividas
desde sempre. Um a um, as criaturas humanas evidenciam e evoluem à medida que
exercitam o tanto que fazem do Verbo a sua própria consequência naquilo que
pensam. Temos e somos, pois, o instrumento da nossa Libertação. </span><o:p></o:p></span></p>Emerson Monteirohttp://www.blogger.com/profile/04277857887057352359noreply@blogger.com0