Contradições exigiram que diversidades cumprissem papel importante de ordenar as funções sociais, por meio dos partidos, uma sequência nos fatos políticos. E mesmo assim persistem opiniões nostálgicas quanto à efetiva atuação dos elementos em grupo, nas organizações de base, indiferentes às gerais perspectivas das estruturas, idênticos a passageiros retardados que vagam nos rios das crises profundas, rotineiros nas mesmas estradas de um aprimoramento fatal das ladeiras, acima e abaixo.
Equivaleriam ao fastígio das torres
estremecidas nos castelos decadentes, refúgios montanhosos de infectas elites,
que nada mais oferecem, enquanto o mar de lama pega fogo e uma fedentina
nauseante invade comitês em luta.
Todos os níveis populacionais se defrontam
com problemas peculiares, desde abastecimentos diversos às carências de infraestrutura;
higiene, trabalho, serviços, saúde, educação, transporte, justiça, lazer, até
pesquisa, segurança, produção. Espalhados pelas encostas e mangues, favelados
despejam mirrados detritos nas pontas de rua do outro lado da cidade.
Dessa maneira, o refluxo pela vida em grupo
deixa transparecer segundas intenções, blefes, simulação, para desvio dos reais
objetivos, atitude sagaz de quem quer comer escondido. O egoísmo (palavra camaleônica)
supre a falta de pressupostos, ganância clínica, monstro de asas e opção
maquiavélica dos que dominam o amplo salão nacional.
Representatividade popular se farta, desde o
fastio à luta multiforme que alimenta desintegração, declínio, pouco ou nada
alcançando, a não ser com o recurso de instrumentos coletivos. Chance
democrática pelo poder do voto (hoje matéria de comércio), a política trouxe
para o campo social o contraditório, misturando fracos e fortes no caldeirão
livre das alternativas da mídia. Os que mais podem ainda ficam sendo quem mais
desfruta da riqueza (indiscutível), todavia união gera incapacidade democrática.
A oportunidade persiste, no mínimo em tese,
para ser utilizada, porque democracia significa renovo de esperanças universais,
solicitações autênticas, ordem restabelecida pelo trabalho, no choque das marés
de denúncias e posterior acomodação.
Os índices de produção, a cada dia vêm
declinando, o que se pode dizer também da qualidade moral e do controle no
déficit público, e nada parece demostrar que tenhamos adquirido quaisquer
dispositivos para vencer a correnteza dos enganos.
Resta-nos, agora, confiar no peso das engrenagens
que nasçam do povo, para as novas pugnas exercitar seus componentes; atuação
firme, universal; vitais trilhos das funções comuns. Qualquer movimento
reivindicatório exige presença de quem padece e sabe indicar sintomas, cabendo-nos,
desde logo, a opção certa, pois tempo levanta poeira sem intervalos. Enquanto o
verbo participar reclama uso interno de quem aspira felicidade,
alcançamos o clímax da mania, que virou febre, de se falar em mudança,
cantilena velhaca dos mascates modernos.
(Ilustração: Jean-Jacques Rousseau https://www.todamateria.com.br/filosofia-politica/).
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