terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Distensões filosóficas


É isso, tanto de conclusões a que se chega a todo instante no sentido de justificar os percalços das horas, sem, no entanto, definir de tudo o que bem sejam os reais motivos de estar aqui todo tempo. Muitos, quantos e quantos, sábios a esclarecer o fruto disso, de existir, defrontar, sobreviver, e ser feliz dalgum modo, nalgum momento. Razões não faltam, pois. Conquanto sejamos, nós conosco próprios, autores e leitores da existência, insistimos perguntar e responder às enquetes advindas nos blocos e nas ações do que acontece conosco e com os demais, séculos adiante. São inúmeros pensadores a dizer seus roteiros e métodos, a praticar, entretanto, à maneira de um a um compreender, e depois desaparecer nas brumas do Infinito.

Isso que faz a diferença das civilizações, gerações inteiras que padecem das carências e as administram ao sabor daquilo de poder aceitar e praticar até limites estreitos, e sumir de vez no passado. O resultado anda pelos livros, nos tratados, nas fronteiras; raças e credos. Esforço enorme dispendem a reverenciar ídolos e diferentes feitos, de exercitar os métodos até então desenvolvidos, a padecer do exercício da improvisação por meio das imperfeições acumuladas. Sempre haverá, todavia, largos divisores, nessas águas inevitáveis dos humanos.

As variações de tais práticas vivem soltas no lendário das eras, nas lendas, nos registros presos aos meios de comunicação, meras conjecturas do que poderia ter sido, depois revistas no que se sucedeu de verdade nas barcas dos destinos. Lá, perdidos nas noites seculares, os artistas, solitários, insistem dizer, quais bichos de florestas imaginárias; eles padecem da mesma fome de viver a realidade, contudo sejam pastos inúteis das fantasias invisíveis.

Nisto, as tradições percorrem os sonhos através de ausências inexplicáveis. Seres insólitos assim vagueiam no estranho universo das tradições e demonstram o poder inevitável da raça de continuar os dias afora, nessa busca de revelar a si mesma ainda que diante do vazio inanimado deste silêncio contundente.

(Ilustração: Arte peruana).

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