Todos, sem exceção, preenchem de existências e falas o mundo
em volta. São figuras típicas humanas largadas nessa imensidão. Seres
semelhantes a seres que o somos. Nenhum menor, nem maior, estaturas cotidianas
a vagar entre sonhos e imaginação. A se pensar, inclusive, seremos qualquer
deles quem fosse, invés de ser o que somos agora. Marcas definitivas dos
destinos em movimento, trazem consigo uma história, quiçá vontades em
movimento, família, desejos, aspirações de felicidade, e tocam em frente os
inúmeros papeis disformes, a representar o senso de todas as buscas. Às vezes,
silenciosos, esperançosos, dispersos nas telas do instante, autores de si no
mistério que transportam pelos dias, pelas ruas, estradas, vastidões.
Nisto, quais espelhos de nós mesmos, apresentam o disfarce
de personagens desconhecidos até deles próprios. Vivem o tempo na alma, nos
pensamentos, sentimentos, contradições, interrogações... Enigmas exclusivos do
sentido, sustentam idênticos propósitos dalgum universo aonde divisem as
respostas que lhes atendam de tudo a ânsia de estar aqui e significar algo
pleno e maravilhoso.
Quando me deparo, pois, nessa leitura constante das
inscrições humanas vivas deste chão, leio um pouco dos prospectos místicos das
tantas religiões, das filosofias, livros abertos na consciência deles todos. Ensaios
perfeitos do que virá, lá um dia, desde então deixam claro o penhor da exatidão
do que nos traz a cada momento. E ainda não saber de tudo a caligrafia exata desse
mistério assustador justificaria no suficiente a razão das existências.
Uma viagem sagrada é o que transportamos conosco pelos
passos, nessa missão de compreender o real princípio de, nalgum esteio,
havermos nascido e o dever de interpretar a que estamos sujeitos. Peças
exclusivas, sem duas iguais, e todas iguais, impõem direitos e compromissos
inadiáveis, mormente nas fases menos harmoniosas desta idade a que pertencemos,
nisto quero crer.
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