quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

As paisagens humanas


Todos, sem exceção, preenchem de existências e falas o mundo em volta. São figuras típicas humanas largadas nessa imensidão. Seres semelhantes a seres que o somos. Nenhum menor, nem maior, estaturas cotidianas a vagar entre sonhos e imaginação. A se pensar, inclusive, seremos qualquer deles quem fosse, invés de ser o que somos agora. Marcas definitivas dos destinos em movimento, trazem consigo uma história, quiçá vontades em movimento, família, desejos, aspirações de felicidade, e tocam em frente os inúmeros papeis disformes, a representar o senso de todas as buscas. Às vezes, silenciosos, esperançosos, dispersos nas telas do instante, autores de si no mistério que transportam pelos dias, pelas ruas, estradas, vastidões.

Nisto, quais espelhos de nós mesmos, apresentam o disfarce de personagens desconhecidos até deles próprios. Vivem o tempo na alma, nos pensamentos, sentimentos, contradições, interrogações... Enigmas exclusivos do sentido, sustentam idênticos propósitos dalgum universo aonde divisem as respostas que lhes atendam de tudo a ânsia de estar aqui e significar algo pleno e maravilhoso.

Quando me deparo, pois, nessa leitura constante das inscrições humanas vivas deste chão, leio um pouco dos prospectos místicos das tantas religiões, das filosofias, livros abertos na consciência deles todos. Ensaios perfeitos do que virá, lá um dia, desde então deixam claro o penhor da exatidão do que nos traz a cada momento. E ainda não saber de tudo a caligrafia exata desse mistério assustador justificaria no suficiente a razão das existências.

Uma viagem sagrada é o que transportamos conosco pelos passos, nessa missão de compreender o real princípio de, nalgum esteio, havermos nascido e o dever de interpretar a que estamos sujeitos. Peças exclusivas, sem duas iguais, e todas iguais, impõem direitos e compromissos inadiáveis, mormente nas fases menos harmoniosas desta idade a que pertencemos, nisto quero crer.

 

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