Caso estivéssemos no Antigo Egito à época de José, e a fase que vivemos poderia ser considerada como de vacas magras. Isto porque muito se gastou para a preservação de uma imagem de uso interno dos que mantêm poder.
E se fala em descrédito das instituições com
voz generalizada, onde ninguém acredita mais em políticos, visto o excesso de
promessa não cumprida. O descaramento beira um abismo sem fundo. As realidades
sendo defrontadas nas ruas e os pobres diabos se acercam dos microfones para
falar o contrário, como se fôssemos bando de avestruzes a coexistir com eles,
habitantes dos castelos de fantasia.
Os países atrasados têm disso: Entra
governo, sai governo e nunca se planeja para o futuro como um todo. Tais
namorados de balneário, cada um enxerga apenas o imediato. Não existem
programas plenos, abrangentes, para a sociedade. Assim, os cortesões
provisórios vão e vêm, nos braços ingênuos das massas.
Quando coisas se agravam, parecendo que os
dinheiros ficaram curtos (pois o comentário é geral), passamos a imaginar que o
voto vale mais do que dentadura postiça, chinela japonesa, saco de cimento,
camisa de meia e gota de colírio, ou até metro de pano.
Os senhores mandatários passam a propagar
que as verbas se danificaram, fazendo coro de empresários e ministros,
sacudindo um fantasma que até agora não tinha assombrado a freguesia, enquanto
que, ao primeiro apito, correm antas e jaraguás na busca de um salvador da
pátria, para fazer da novela a vida, e a agenda fica vazia.
Daqui a certos anos, seremos outras
gerações, talvez um povo coeso, caso aceitemos a consciência do trabalho
honesto e da boa ordenação das favas. Teremos, todos, de agir de conformidade
com o bom-senso, desde cegos, aleijados, até barões e condes de papel-moeda.
Caso contrário, sem mudar o ponto de vista
de passividade, que nos rendeu a lógica das jaulas, seremos feitos meros macacos
em zoológicos de metrópoles. Que assim nunca venha a ocorrer.
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