quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

No crivo das emoções


Em face das incertezas, nesse turbilhão incontrolável do quanto existe, desliza o rio do Tempo nas mesmas humanas criaturas. Feixes de lembranças várias, transportam ao mar do Infinito as circunstâncias e os sonhos, isso através do deserto das existências, talvez ao bel-prazer de sentimentos até então desconhecidos deles, de todos. Deles, visões só agora postas no horizonte das horas, característica de vidas indomadas, expectativas dos amores desfeitos e da fome cruel de um encontro dalguma certeza no correr dos mistérios de que ora fazem parte involuntária.

Nisto, são as emoções que os sustentam passo a passo e os fazem obedientes ao inesperado, quais protagonistas de aventuras errantes, na face do mesmo planeta aonde chegaram lá num momento e calcaram, estanques, astutos, a ânsia voraz de dominar os sentidos, no entanto somente feitos meros aprendizes da sorte a todo instante. Viventes assustados de si próprios, observam destarte as luzes do horizonte, seres primitivos de outros lugares afora.

Conquanto busquem esquecer o transcorrer dos olhos na crosta do firmamento, tão só avaliam a ocasião disso vencer, à sombra de dominar dentro da alma a consciência, ao instinto de aceitar com humildade o transe da ignorância dagora, amargura dos segredos guardados sob a pele, o que os afligem desde sempre e amargamente.

Porém sabem, sim, alimentar os animais de que somos o sabor nos pensamentos mais inesperados. Ladinos, famélicos, seguem pelas estradas dos dias; percorrem as velhas trilhas no tanto que aqui largaram vestimentas e posses, ao rastro da fama e do poder. Um feixe impaciente, pois, de quantos dramas viverem, a isto significam todos esses que vadeiam sórdidos e impacientes pelos caldeirões do desejo.

Longo intervalo a isto oferece suas leis desconhecidas e aceita conter as marcas ali deixadas pelas emoções no íntimo das gentes, tais visões imaginárias que transcorrem a lhes revestir de esperança o sentido de tudo, quem sabe o quê?!

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