Essa busca das razões de aceitar o invisível qual realidade bem significa o justo motivo de andar aqui. Sempre, sempre, o mesmo intento, de ver o outro lado desse tudo só aparente da realidade física, enquanto enxergar o momento de revelar a Consciência. A todo tempo, isto de encontrar a porta do Infinito onde se sabe já viver agora, porém revestidos de trastes ainda mudos daquilo a que seremos lá um dia. Tatear, tateamos pelas paredes dessa caverna por demais misteriosa do quanto nos envolve, então. Algumas vezes, mergulhamos no íntimo e ouvimos dali vozes. Outras, visões inexplicáveis, porém plausíveis, chegam aos nossos ouvidos em forma de música, lufadas de vento esquisito, vozes ausentes. Alguns adiantam nisto os sentidos e descobrem justificativas a que chamam percepções; daí nasce a fé, próximo da certeza absoluta.
Dalguns saberem o que todos ainda buscam gera acontecimentos
mágicos, formações e grupos, aventuras místicas, inspirações, persistência.
Longa estrada, todavia, abre o instinto de vivenciar, também na literatura, filosofias,
doutrinas, pois, disso procede o trilho das horas, a ciência dos dias, o querer,
quem sabe? as guerras, desafios e a disposição de continuar. A função das artes,
com excelência, traz seus testemunhos doutras dimensões além do Chão. As
religiões. A tecnologia. O dito progresso humano.
E se saber o centro do que existe, eis a maior das percepções. A certeza do aprimoramento da espécie a que pertencemos e que se espraia em todos os segredos aos nossos pés. Deixa margem ao deslumbramento e as cores da inexistência donde viemos a aonde voltaremos. Face a face conosco mesmos, distinguimos aos poucos o poder da Criação. A isto, viver refaz o desconhecido na forma do tempo ao redor, pondo-nos diante das dores do mundo e nos tornando senhores da própria cura, desde os começos.
(Ilustração: Castelo de Brennand, em Recife PE).
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