Algo de eterno impera todo tempo ao sabor dos instantes, qual elixir de sabor inigualável. Isso ao poder de todos, livres que sejam de escolher antes e depois aqui nesta hora perene. Assim, folhas de calendário insólito esvoaçam de nossas mãos os instantes e marcam o definitivo dos caminhos que seguimos. Esse pulsar constante é o que significa tudo em volta. Bem isto as portas do firmamento, favos de alguma consciência até então desconhecida.
Na mais ligeira das ilusões, pautamos a existência num bloco
perene, indivisível, ao dispor de um presente contínuo, autoritário. Tais fagulhas
dessa fogueira imortal, reunimos em única fração o todo em movimento e disso vemos
permanentemente o trilho da História através da janela do ser. Nós, pois,
frutos naturais do Tempo; ele, o senhor do Absoluto. Claro que impressiona
viver, conter em si a certeza da presença e sonhar dentro do mistério infinito
do quanto existir para sempre.
Em consequência, as visões de tal essência nos desafia no
íntimo a um foco de memórias intermitentes, cinema de mistérios, onde passam os
dias, deixando largados, na visão e no pensamento, objetos e lugares. Ininterruptamente,
transcrevem os vivos suas aventuras mentais em quebra-cabeças inexplicáveis. Só
as ausências que permanecem. Elas, nos livros, nas melodias, nas lendas, ao furor
sem fim de histórias mil. Enquanto que os mortais afinam seus instrumentos e
executam réquins intermináveis, nos ouvidos da solidão.
Há um hoje perene diante dos sóis, fita crepe das tantas
luas e suspirações de saudade enigmática. Vozes das noites. Claro dos dias. Face
a face com o segredo, a população apenas observa o fluir dessas visões nascidas
em contínua suposição de sobrevivência. Daí as notícias espalhadas do quanto
acontece pelo mundo, nenhuma, no entanto, do mesmo jeito, porém passos de um ente
soberano a coordenar a orquestra do Universo. E sermos, pois, aparentes senhores
da nós, minúsculos indivíduos do império das horas inimagináveis que o somos.
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