Os místicos falam disto, de existirem, nalgum segmento do Tempo, registros definitivos de tudo quanto houve, sem qualquer perda de detalhes. Denominam os registros akáshicos (que) são um conjunto de informações sobre todos os eventos, pensamentos, emoções e intenções que já aconteceram, estão acontecendo ou acontecerão.
A palavra "akáshico" vem do sânscrito akasha,
que significa éter. Na Teosofia e na Antroposofia, os registros akáshicos são
considerados um compêndio de tudo o que já aconteceu, está acontecendo ou
acontecerá no universo. Wikipédia
Horas e horas, sinto isso, de regressarem as lembranças sem
que as reclame que sejam. Vêm, se instalam à frente doutros pensamentos e
querem, por fina força, imperar tais momentos atuais, numa determinação que,
por vezes, surpreendem. Vejo as cenas, as emoções, os medos, sustos, presenças,
até, pessoas, multidões, lugares, quase a dominar de frente o palco da mente,
insistência de mesmo tomar as rédeas e dirigir o comboio das ideias e sensações
imediatas atuais.
Digo de mim, porém acredito ser parecido nos demais. Desse
modo, revivo épocas inteiras, restabelecidas à própria iniciativa delas, quero
crer. Momentos vários, desde as primeiras recordações da infância, no Tatu,
sítio onde nasci, em Lavras da Mangabeira, ao sequenciado posterior em Crato, também
noutra fase da infância e na adolescência. Em Brejo Santo, onde iniciei a vida
profissional. Salvador, na década de 70. Depois, Crato outra vez, em vários
instantes, até os dias mais recentes, quando aqui permaneço. E de onde andei
nas viagens afora.
Acho valioso, no ofício de escrever, isso de poder recordar,
trazer de novo as horas mil que se foram, em seus mínimos aspectos, tudo
preservado a causar espanto. No que restar, as palavras cumprem seu papel e
preenchem de formas e cores aquilo então lá fixado, nesse algum lugar, a
tintas fortes pelas trilhas desse mistério precioso, razão de tantas saudades,
tanto gosto e vontade, quiçá, de poder acessar, tal tesouro, nalgum dia do
firmamento, que seja.
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