sábado, 8 de fevereiro de 2025

Arquivos da memória


Os místicos falam disto, de existirem, nalgum segmento do Tempo, registros definitivos de tudo quanto houve, sem qualquer perda de detalhes. Denominam os registros akáshicos (que) são um conjunto de informações sobre todos os eventos, pensamentos, emoções e intenções que já aconteceram, estão acontecendo ou acontecerão. 

A palavra "akáshico" vem do sânscrito akasha, que significa éter. Na Teosofia e na Antroposofia, os registros akáshicos são considerados um compêndio de tudo o que já aconteceu, está acontecendo ou acontecerá no universo. Wikipédia

Horas e horas, sinto isso, de regressarem as lembranças sem que as reclame que sejam. Vêm, se instalam à frente doutros pensamentos e querem, por fina força, imperar tais momentos atuais, numa determinação que, por vezes, surpreendem. Vejo as cenas, as emoções, os medos, sustos, presenças, até, pessoas, multidões, lugares, quase a dominar de frente o palco da mente, insistência de mesmo tomar as rédeas e dirigir o comboio das ideias e sensações imediatas atuais.

Digo de mim, porém acredito ser parecido nos demais. Desse modo, revivo épocas inteiras, restabelecidas à própria iniciativa delas, quero crer. Momentos vários, desde as primeiras recordações da infância, no Tatu, sítio onde nasci, em Lavras da Mangabeira, ao sequenciado posterior em Crato, também noutra fase da infância e na adolescência. Em Brejo Santo, onde iniciei a vida profissional. Salvador, na década de 70. Depois, Crato outra vez, em vários instantes, até os dias mais recentes, quando aqui permaneço. E de onde andei nas viagens afora.

Acho valioso, no ofício de escrever, isso de poder recordar, trazer de novo as horas mil que se foram, em seus mínimos aspectos, tudo preservado a causar espanto. No que restar, as palavras cumprem seu papel e preenchem de formas e cores aquilo então lá fixado, nesse algum lugar, a tintas fortes pelas trilhas desse mistério precioso, razão de tantas saudades, tanto gosto e vontade, quiçá, de poder acessar, tal tesouro, nalgum dia do firmamento, que seja.

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