Face a face com a razão dos acontecimentos, os seres mostram, na alma, a velocidade do tempo que transportam no coração. Há horas quando esquece de si. Noutras, apenas olham no relento o brilho dos dias e mergulham incólumes o caldeirão escuro das noites. Vozes aperfeiçoadas ao momento, deixam de lado o que bem poderiam ser, no entanto ignoram o que desde antes não conheciam. Bem nós os seres e o balanço das jornadas de olhos abertos ao infinito de nós mesmos. Espécies de objetos animados pelo furor dos sentimentos, quase sempre retornam ao tronco do firmamento e voltam vezes sem conta ao turbilhão das existências, sob a perfeição do Universo.
Disto falam as lendas, os compêndios de imaginação, as
filosofias, os credos, as epopeias e os sonhos. Quais fragmentos de outras
histórias, invadimos a melodia do Destino e sobrevivemos de tudo às custas de
uma necessidade perpétua. Um motivo de que precisamos ter em absoluta
consciência, visto compormos os quadros perfeitos de Tudo e aprimorarmos o
condão das saudades na medida em que nada seremos além de fazedores de vontades
perantes deste senso das exatidões. Pequeninos seres, moléculas, átomos, quais,
ativamos a fogueira dos sóis em forma de componentes inevitáveis, essenciais,
por dizer, das luzes da Criação.
Até que saibamos, na verdade, o código desse haver de
perfeição, seguiremos tais peregrinos de legendas maravilhosas, amores,
valores, desejos e lutas dolorosas. Pequenos, porém fatores imprescindíveis à
visão de quem nos programou a viver tamanhas ausências e ansiedade pura de lá
noutro tempo ser felizes. O máximo do instante agora continua habitando os séculos de todas as horas e pernoitamos nos braços do mistério. Como outras
versões, havemos de morar no teto da Felicidade, saibamos ou não disso,
porquanto as palavras insistem dizer a que viemos e sustentam as colunas do destino dos que vivem sob os impulsos e pendores da Realização plena do ser que
ora e eternamente já o somos.
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